Grunge: Top 50 melhores álbuns, pela Revista Rolling Stone - nº 50
De bandas como MUDHONEY a MOTHER LOVE BONE e além, a revista Rolling Stone elegeu os 50 melhores discos do grunge, esta nova e desajustada raça que tinha nascido nos anos 80 e conheceu o mundo nos anos 90, refazendo o rock da época.
São álbuns clássicos, essenciais e multi-platinados de um cenário originalmente underground.
Há 25 anos atrás, Kurt Cobain previu que o grunge se tornaria brega, quando foi entrevistado pela revista Rolling Stone: "O grunge é um termo tão potente quanto a new wave quando surgiu, mas você não pode se livrar do que vai acontecer, vai se tornar uma coisa fora de moda”.
Na época, Eddie Vedder estava na capa da revista Time, o estilista Marc Jacobs vestia modelos famosas com roupas de flanela e até o jornal New York Times estava questionando: “Como uma palavra de 06 letras significa sujeira e imundície? Lixo se tornando sinônimo de um gênero musical, uma declaração de moda e um fenômeno popular?”
Embora a palavra tenha caído em desuso, a música da época continua sendo vital.
Isso porque, se as bandas gostaram ou não do termo, o grunge era um movimento. Em menos de 01 década, NIRVANA e um punhado de bandas da área de Seattle saíram da obscuridade e conquistaram a cultura popular, reconstruindo-a à sua própria imagem. Em suas letras, eles prenderam os seus corações nas mangas, criaram um ambiente inclusivo para as mulheres e outros marginalizados pelo mainstream do rock de cabelos compridos dos anos 80, e tomando uma dica do punk rock, eles acabaram com o estrelato do rock.
Sua música era um híbrido do hard rock, metal e punk (com uma pitada de Neil Young aqui e ali), o que deu a eles uma ampla área sonora para cada banda ter o seu próprio e único rosnado. Logo, grupos de todo o mundo estavam sendo amplamente reconhecidos depois de anos de sucesso em gravadoras independentes.
Mas, depois de alguns anos atingindo massa crítica, tudo pareceu desaparecer rapidamente, à medida que o new metal se tornava o novo objeto brilhante do rock.
Isso não quer dizer que o grunge tenha morrido, já que os grandes nomes da cena como PEARL JAM, MUDHONEY, ALICE IN CHAINS e MELVINS, ainda lançam álbuns aclamados e/ou comercialmente bem-sucedidos, se tornando parte do tecido cultural dos EUA.
A influência do gênero ainda ressoa no hip-hop (Jay-Z se apropriou do refrão da canção do NIRVANA, "Smells Like Teen Spirit", em sua música no ano de 2013) e revistas como a InStyle estão relatando um ressurgimento da moda grunge.
Em 1994 foi a última vez que o grunge dominou o mainstream. Foi o ano em que o ALICE IN CHAINS, SOUNDGARDEN, STONE TEMPLE PILOTS, NIRVANA e PEARL JAM, tinham os seus discos nos topos dos rankings e tragicamente também foi o ano em que Kurt Cobain faleceu.
Marcando os 25 anos de sua morte e refletindo sobre os melhores álbuns da época, a revista Rolling Stone procurou captar a amplitude do gênero e provar que a música nunca ficou ultrapassada. Foram escolhidos discos de bandas que encabeçaram as paradas, assim como os de heróis desconhecidos como: PAW, THE GITS e THE U-MEN. Até mesmo estranhos antepassados que influenciaram o grunge, também estão aqui nesta lista.
Deixamos de lado alguns discos que já foram enormes, de bandas como por exemplo: BUSH, CANDLEBOX e SILVERCHAIR, que não resistiram ao teste do tempo.
Então, aconchegue-se em sua melhor roupa de brechó, calce o seu velho tênis de skate e deixe seu cabelo bater nos ombros, para que você possa aproveitar adequadamente os 50 Maiores Álbuns do Grunge.
50) Banda: MOTHER LOVE BONE
Disco: "Apple" (1º álbum, 1990)
O vocalista do MOTHER LOVE BONE, Andy Wood, sonhava em ser um astro do rock mundialmente famoso, mas ele morreu de overdose de heroína antes mesmo do álbum de estréia, "Apple", ser lançado. Seus colegas de banda, Jeff Ament (baixista) e Stone Gossard (guitarrista, ambos ex-GREEN RIVER), mais tarde viveriam suas fantasias como membros do PEARL JAM, sendo que o sucesso levou muitas pessoas a voltarem atrás e descobrirem suas raízes também no MOTHER LOVE BONE.
O que eles ouviram foi um álbum notável que tirou igual inspiração do LED ZEPPELIN e da cena alternativa dos anos 80. Se Wood tivesse vivido, a banda poderia ter sido enorme nos anos 90. O vocalista do PEARL JAM, Eddie Vedder, havia dito em entrevista para a revista Rolling Stone no ano de 1993: "Eu me pergunto sobre Andy, tipo, as coisas estavam indo tão bem para ele e ele não sabia. Há uma música dele que eu teria orgulho de cantar algum dia”.
Depois de 07 anos, Vedder apresentaria a canção “Crown of Thorns”, do MOTHER LOVE BONE, num show do PEARL JAM, finalmente deixando a música de Andy Wood entrar nos estádios e arenas, algo que Wood sempre estava destinado a alcançar.
"Crown of Thorns"