Alice in Chains: uma sobrevoada no álbum "Facelift"
O 1º álbum de estúdio do ALICE IN CHAINS, "Facelift" (1990), veio num momento em que a Seattle grunge estava apenas começando a aparecer no mapa do rock - com uma áurea escura e sombria.
Produzindo o sucesso "Man in The Box", talvez a canção de assinatura do grupo juntamente com tantas outras lançadas no 3º trabalho de estúdio, "Dirt" (1992), "Facelift" foi o primeiro álbum do grunge a receber disco de platina e foi certificado 2x platina pela Recording Industry Association of America.
No geral, "Facelift" tem uma vibe muito diferente dos seus descendentes na discografia do ALICE IN CHAINS. É mais jovem, enérgico e nos dá as melhores performances vocais de Layne Staley.
Como um pré-adolescente quando escutei pela 1ª vez esse disco no inverno de 1991, vou tentar repassar a memória e sentimentos daqueles tempos, escutando "Facelift".
1. "We Die Young"
Esta canção que abre o disco é definitivamente uma afirmação de que o ALICE IN CHAINS não pode ser simplesmente incluído na categoria grunge, porque é muito metal em sua raiz. Esta é uma das músicas mais cruas do álbum e é repleta de energia, que deixa você ansioso para ver o que o resto do disco ainda tem a oferecer. Assustador está o caminho, cara...
2. "Man in The Box"
É provavelmente o maior hit do grupo e a 1ª música que ouvi da banda. Era uma ótima introdução para uma banda nova e deixava a gente instigado para comprar o álbum, louco para saber como eram as outras canções. "Man in The Box" é um poderoso hino com um dos riffs mais distintos de qualquer época e uma entrega vocal excepcional de Layne. Foi uma ótima maneira de atrair novos fãs ao aparecer no mainstream.
3. "Sea of Sorrow"
Existem músicas que a gente nunca sabe por quê gosta tanto dela e sim, basicamente é como eu me sinto com "Sea of Sorrow". Também lançada como single, fizeram um vídeo clipe para ela, mas é rara de ser tocada nos shows. Alguns anos depois, eles tocaram essa música no Hollywood Rock/1993, na cidade do Rio de Janeiro.
4. "Bleed The Freak"
Com uma lamentação assombrosa da guitarra e harmonização vocal, “Bleed The Freak” é, no geral, uma das melhores e sonoramente falando das mais assustadoras canções do grupo. ALICE IN CHAINS conseguindo fazer com que tudo fosse atraente.
5. "I Can't Remember"
Tem que ser uma das melhores linhas do rock and roll, só fazendo o ouvinte pensar: "E o que mais vai aparecer nesse disco?"
6. "Love Hate Love"
Apesar do título, eu não sei exatamente se esta é a música que você iria dedicar à sua parceira, já que Layne resmunga sobre querer tirar a pele do rosto da pessoa. No geral, tem um tom muito estranho e ameaçador, mas se você quiser mostrar a melhor faixa vocal isolada de Layne, essa é a canção. O colapso coloca os holofotes sobre ele, enquanto Layne geme para cima e para baixo. Calafrios, para dizer o mínimo...
7. "It Ain't Like That"
Uma das melhores canções de toda a história do ALICE IN CHAINS. Primeiro de tudo, você já ouviu riffs de guitarra muito louco assim? Mas pensando lá no inverno de 1991, ok? A introdução sinuosa até a raiva dos refrões, eu pessoalmente sempre viajei que essa música deveria ter sido a faixa de abertura do disco, porque soa tão incrivelmente punk e metal ao mesmo tempo, que foram novas sinapses que bateram em mim na hora. Com uma cara lamacenta do grunge, "It Ain't Like That" é música por excelência da banda. É pesada, escura, está na sua cara e é visual. Apresenta letras, como: "Por trás do sorriso / Uma língua está escorregando".
8. "Sunshine"
Um tema feliz? Em uma música do ALICE IN CHAINS? De jeito nenhum... Dissecando as letras, parece pertencer a uma mãe solteira, alguém que foi abandonada pelo homem que a engravidou. Portanto, uma criança cresceu sem pai... Uma música triste, mas boa mesmo assim.
9. "Put You Down"
É difícil não balançar a cabeça nessa canção.
10. "Confusion"
Amor, sexo, dor, confusão e sofrimento! Um relacionamento típico, mas quero dizer, se tantos relacionamentos não fracassassem, seríamos privados de muitas músicas boas como essa.
11."I Know Something"
Só depois de um tempo que fui entender essa canção, um jazz funkeado encontra o hard rock. Destaca-se no disco por ser única e singular, e novamente apresenta a questão dos relacionamentos em suas letras.
12. "Real Thing"
ALICE IN CHAINS mostra o seu blues aqui, permeando uma leve sensação aos ouvidos. É também um destaque para a bateria de Sean Kinney.