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by Brunelson

William Goldsmith: como foram as saídas dos membros do Foo Fighters - Parte 1


Foo Fighters

Em 2015, foi lançado a biografia oficial do FOO FIGHTERS, "Learning to Fly", do autor inglês, Mick Wall (responsável pelas biografias oficiais de bandas como LED ZEPPELIN, METALLICA, AC/DC, BLACK SABBATH, THE DOORS e outras).


Neste belo livro onde é narrada toda a história da banda, consta em detalhes as saídas que aconteceram dos 03 membros do FOO FIGHTERS e que, até então, nunca foram realmente expostas por cada um deles em suas próprias versões - apesar de terem sido explicadas por Dave Grohl através de várias entrevistas no decorrer dos anos, além do que foi exposto no documentário oficial do grupo lançado em 2011, "Back and Forth".


Portanto, com base neste livro, de outras fontes e documentários, o site rockinthehead vai publicar em 03 partes, como se desenrolou as saídas de William Goldsmith (1º baterista, de 1995 à 1997), Pat Smear (atual guitarrista, que também havia ficado de 1995 à 1997) e Franz Stahl (guitarrista que substituiu Pat Smear, de 1997 à 1999).


Nesta 1ª parte, segue o episódio sobre William Goldsmith e que começa assim:



A outra diferença entre o 1º disco (homônimo, 1995) e o 2º disco do FOO FIGHTERS (a primeira é que agora era uma banda completa gravando o álbum), foi que neste 2º disco, "The Colour and The Shape" (1997), tinha um produtor de verdade e destemido: Gil Norton.


Ele era um britânico que falava grosso e fez o seu nome produzindo discos para o PIXIES, que por sua vez, fizeram o nome deles porque Kurt Cobain gostava tanto da banda que "roubou" o som para o NIRVANA. Agora, Dave Grohl estava fazendo o quê? Bebendo um pouquinho da mesma fonte? Bem, Gil ficava feliz em contribuir, mas estritamente nas condições dele. Gil não fazia favores e colocava Dave para repetir trecho após trecho, forçava o guitarrista Pat Smear a gravar tantas vezes as mesmas partes de maneiras tão diferentes, que Pat não conseguia manter o controle do que havia ou não havia feito.


Gil chamava o baixista Nate Mendel e o baterista William Goldsmith de "a seção sem ritmo" - segundo William. Nate foi duramente forçado a se conscientizar de que, mesmo em sua melhor forma, ele era um esplêndido amador. Era a 1ª vez dele tentando se afirmar na liga dos campeões e não foi fácil para ninguém. Anos depois, Nate alegremente admitiria que ele era "muito ruim".


No entanto, foi William quem sofreu mais que todos. Ele ficou chocado ao perceber que, em qualquer música gravada, Dave já tinha "a bateria equacionada em sua cabeça". Era verdade e Dave seria o 1º a concordar, mas também, ele era um dos melhores bateristas de sua época - claro que Dave sabia como o instrumento deveria soar.


William era um garoto que sabia que Dave no NIRVANA era um baterista muito melhor do que ele, William, era no FOO FIGHTERS, mas o que havia sido uma inibição na estrada, no estúdio se tornava um grande trauma. Como Pat declarou: "Você é baterista numa banda na qual o vocalista é o maior baterista de rock do mundo e espera que você seja tão bom como ele. Tudo bem, é uma pressão fodida, mas além disso, lembrem-se: William era um garoto".


Não era só a bateria, aquilo era o sonho de criança de Dave - a proposta de Dave. Ele não tinha trabalhado tanto para não realizar as coisas exatamente da maneira que ele queria. Era o 2º disco, mas o primeiro em que o FOO FIGHTERS seria julgado como uma banda pra valer. Na ótica de Dave, nada podia ser pior do que devia ser.


William era um bom baterista, mas bom para Dave jamais seria o suficiente, então, ele decidiu que, se quisesse que o serviço fosse feito adequadamente, ele mesmo deveria fazê-lo - e fez!


Quando as sessões iniciais no Washington Farm Studio, em Beat Creek, não alcançaram as expectativas crescentes de Dave, ele assumiu a função com as próprias mãos e - fosse ou não fosse uma banda - decidiu sozinho descartar tudo e começar de novo, transferindo as sessões de gravação para o Grandmaster Recordings Studio, em Hollywood West. Ele simplesmente não podia conviver com uma bateria abaixo das expectativas. Decidiu que era melhor ele mesmo tocar.


Afinal de contas, Dave era no grupo o cara com o maior contrato empresarial e de gravação, com a maior parte das ideias, das músicas e com todo o mapa do tesouro já desenhado em sua cabeça - ele tinha todo o direito de tomar essa decisão.


O único erro foi não comunicar a William, em vez disso, o cara teve que descobrir da maneira mais difícil: por acaso. Ser o último a saber, porra, aquilo o deixou triste e ele ficou arrasado.


Nem Nate sabia o que estava acontecendo, até entrarem no estúdio - tampouco Pat sabia (Nate e William tocavam juntos em outra banda de Seattle, SUNNY DAY REAL ESTATE, antes de serem convidados para fazerem parte do FOO FIGHTERS). Não foi só a bateria que eles regravaram, foi o disco inteiro! Nesse meio-tempo, enquanto tudo acontecia, Dave tentou manter o processo em segredo, sem conseguir nem ter vontade de revelar tudo a William. Essa foi a maior decisão dele como líder da banda e ele tinha razão - apenas em parte.


Musicalmente, ele estava correto. Em termos pessoais, ele piorou infinitamente uma situação que já era ruim. Tornou a permanência de William na banda insustentável. O garoto não perdeu só o lugar no disco finalizado, como perdeu a dignidade. A autoestima dele, já abalada, levou um golpe fatal. Ele não via retorno.


Nate se angustiava pensando em como William ficaria quando, afinal, descobrisse o que acontecia atrás de suas costas. Enquanto isso, William, sentindo que algo estava acontecendo, decidiu pegar um avião e se juntar aos colegas, mas Dave o interceptou pelo telefone e disse para não ir, que ele estava refazendo "umas faixas de bateria".


Transtornado, perplexo e fora de si, William telefonou para Nate. Contou o que Dave lhe dissera pelo telefone: que ele estava refazendo a bateria em algumas músicas. Então, narrou William, com a dor ainda evidente em sua voz, mais de 15 anos depois: "Nate havia me dito: 'Ele refez todas as canções'".


Ao comentar o incidente no documentário que narra a história do FOO FIGHTERS, "Back and Forth", Dave argumentou que: "Na conversa que finalmente eu tive com William, disse que ainda queria muito que ele ficasse na banda como baterista", mas Dave tocaria bateria no disco - talvez em todos os futuros álbuns. No mesmo documentário, William insistiu que ainda não estava claro se tinha sido a administração, a gravadora, o produtor, Dave, ou todos os citados que decidiram que Dave deveria tocar bateria no disco. Ele disse que, nos 15 anos que se passaram desde que saiu da banda, a decisão de que ele não tocasse bateria neste 2º disco do FOO FIGHTERS "nunca lhe foi explicada".


Com uma expressão séria, ele relembra que, quando Dave fez a proposta de que ele continuasse como baterista de turnês, se esquivou: "Eu disse: 'Cara, de verdade, do jeito que está agora, vou precisar reconstruir a minha alma ou reencontra-la. Se eu fizer isso, continuar apenas como baterista de turnês, vai ser como uma despedida! Obrigado, mas não'".


William tem um ar sério e amargo no documentário. Dave, por sua vez, admite que sabe que William jamais o perdoará por refazer os trechos de bateria no disco "The Colour and The Shape", mas ficou claro que essa não foi a principal razão por que William sentiu que não podia prosseguir. Foi a maneira como aconteceu, o segredo, a enganação, a responsabilidade não assumida de apenas informar o que estava acontecendo, em vez de escamotear o assunto.


No entanto, Dave também era só um garoto...


Encontrar um substituto para William foi fácil. A entrada de William no FOO FIGHTERS tinha sido uma aposta. Não para ele, que não tinha nada a perder. A sua antiga banda, SUNNY DAY REAL ESTATE, nunca tinha realmente se destacado e a essa altura, de qualquer modo, tinha encerrado as atividades. Atuar com o baterista do NIRVANA em seu novo empreendimento não era algo óbvio.


De qualquer forma, 02 anos depois com o disco premiado com troféus de platina e uma crescente reputação mundial, Dave tinha à disposição brilhantes bateristas para assumir o lugar de William. Entretanto, o que ele procurava era alguém que tocasse realmente bem, alguém que, diferente de William, já tivesse tocado em bandas, mas que não fosse tão conhecido - ou tão mais velho - a ponto de Dave não se sentir capaz de "supervisionar".


Ele encontrou o que estava procurando em um ótimo rapaz louro de 25 anos, de Laguna Beach, California, chamado Taylor Hawkins.


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Confira os videoclipes e algumas performances do FOO FIGHTERS que contaram com a participação de William na bateria - todas as canções foram lançadas no 1º álbum de estúdio do FOO FIGHTERS:

"I'll Stick Around"

"Big Me"

"Wattershed"

"Exhausted"

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