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by Brunelson

Radiohead: confira algumas das melhores performances da banda


Radiohead

Em abril de 2020, RADIOHEAD começou a disponibilizar semanalmente no YouTube materiais de décadas de sua rica história. A banda havia postado em seu site oficial: "Estaremos lançando 01 vídeo por semana até que as restrições resultantes da situação atual de pandemia sejam atenuadas".


Para os fãs obstinados do RADIOHEAD foi uma bênção. Talvez não consigamos pegar o vocalista Thom Yorke ou o guitarrista Ed O'Brien nas suas turnês solo que planejavam para 2020, mas certamente podemos relembrar como foi esperar a banda, por exemplo, no calor do Tennessee no Bonnaroo Festival em 2006, ou apenas quando eles lançaram um segundo desempenho para o programa From The Basement em 2011.


Para aproveitar o embalo, selecionamos 10 performances memoráveis do RADIOHEAD ao longo de sua carreira (dentre várias que ficaram de fora).


Confira em ordem cronológica:


Música “My Iron Lung” (Live at The Astoria, Londres, Maio de 1994)

Álbum: "The Bends" (2º disco, 1995)


O público do Astoria em Londres não fazia ideia de que estavam testemunhando a história do rock se desenrolando bem diante dos seus olhos. Muitos deles provavelmente vieram apenas para ouvir a clássica canção "Creep" para encerrar a noite, mas acabaram recebendo uma prévia de 07 músicas que seriam lançadas no álbum "The Bends", quase 01 ano antes do lançamento desse disco.


Os membros do RADIOHEAD estavam testando na turnê um lote de material novo que eles aperfeiçoariam no estúdio - mas eles nunca conseguiram superar esta versão da música "My Iron Lung" realizada neste show. Enquanto Yorke refez os seus vocais, a instrumentação capturada aqui é exatamente o que você ouve no álbum final. Eles lançaram este show em fita de vídeo-cassete em 1995 e por vários anos foi o único lançamento ao vivo de qualquer tipo que você tinha da banda.

Música: “The National Anthem” (Live in Dublin, Irlanda, Outubro de 2000)

Álbum: "Kid A" (4º disco, 2000)


Vinte anos depois, ainda não é fácil esquecer a novidade radical que foi em ouvir o álbum "Kid A" em 2000. O desvio do RADIOHEAD para longe do rock é uma mitologia há muito tempo discutida, sendo que o estilo que eles escolheram aqui foi tão amplamente influente, que pode parecer agora como um próximo passo lógico após o icônico álbum "OK Computer" (3º disco, 1997). Mas coloque-se no lugar dos fãs numa pista de corrida na Irlanda e imagine como deve ter sido ver este show em céu aberto da maneira que foi.


O baixista Colin Greenwood choca com a sua linha violenta do baixo, enquanto as luzes vermelhas da sirene disparam na escuridão. Guitarras distorcidas estão rangendo, emitindo sons estranhos, ondulados e a tensão continua aumentando. É quando Yorke finalmente abre a boca para cantar depois de quase 02 minutos de um jazz fraturado.


Nos últimos anos, a canção "The National Anthem" se tornou uma parte amada do setlist do RADIOHEAD nos shows, sendo um aumento de energia confiável sempre que ela aparece. Assistir esta performance numa fita granulada no estilo câmera de vídeo, onde até a própria banda parece levemente assustada com os barulhos que estão fazendo, traz o RADIOHEAD em seu melhor.

Música: “House of Cards” (Live at Bonnaroo Festival, EUA, Junho de 2006)

Álbum: "In Rainbows" (7º disco, 2007)


Indiscutivelmente, um dos melhores shows que o Radiohead já realizou - e "a melhor experiência num festival" que eles já tiveram nos EUA, como o próprio guitarrista Jonny Greenwood mais tarde relataria. Sendo o headliner do Bonnaroo Festival em 2006, aquele setlist apresentou uma lista enorme de 28 músicas que continha quase tudo. Desde os seus clássicos, bem como 06 músicas de um álbum que, naquele momento, ainda não existia.


Acontecendo mais de 01 ano antes da chegada do disco "In Rainbows", a platéia do Bonnaroo Festival encontrou o RADIOHEAD mais uma vez "testando" o próximo álbum nos shows da turnê, resultando em versões de destaque como as canções "Nude" e "Bodysnatchers". A versão desta última música apresentada aqui neste festival, captura uma energia frenética que, sem dúvida, escapou ao alcance do grupo quando gravaram esta canção no estúdio. No entanto, um dos destaques que foram lançados no álbum "In Rainbows" foi a espaçada música “House of Cards”, que abriu o segundo bis do show.


Era o RADIOHEAD em um dos seus momentos mais radiantes no palco, enquanto um dilúvio de bastões luminosos era simultaneamente jogados pelas dezenas de milhares de pessoas presentes - infelizmente, o vídeo não capturou esta "guerra" de brilhos, reduzindo-a em breves faixas de cometas fluorescentes. No entanto, depois que a música terminou, Yorke é visto pegando alguns dos bastões de brilho que chegaram ao palco e jogando-os de volta ao público.


RADIOHEAD retornaria ao Bonnaroo Festival seis anos depois, mas a vibração não foi a mesma. O setlist daquele show em 2012 foi mais curto com canções menos conhecidas do público, com apenas 02 músicas sendo apresentadas do disco "OK Computer", além das canções do novo álbum na época, "The King of Limbs" (8º disco, 2011), simplesmente não traduzindo tão bem ao público presente no festival.


Mas este vídeo em 2006 captura o RADIOHEAD no seu auge absoluto em performances ao vivo.

Música: “Bangers and Mash” (From The Basement, Londres, Abril de 2008)

Álbum: "In Rainbows" (7º disco, 2007, ficou de fora deste álbum)


Um mês antes de iniciarem a turnê americana em divulgação ao álbum "In Rainbows", a banda gravou uma sessão histórica da série From The Basement do próprio produtor do RADIOHEAD, Nigel Godrich. Foi a primeira vez que muitos de nós vimos em ótima qualidade o material do disco "In Rainbows" ao vivo, desde a abertura da bateria de Phil Selway na canção "Weird Fishes / Arpeggi" até o lindo trabalho de piano de Yorke na música "Videotape".


Também ofereceu um vislumbre de algumas músicas que não foram lançadas no álbum "In Rainbows", como as raras canções "Go Slowly" e "Bangers and Mash". Nesta última música, Yorke bate caoticamente na bateria e a banda tocaria a canção "Bangers and Mash" durante toda a turnê, mas não como nesta versão deslumbrante que você vê aqui.

Música: “Everything in its Right Place” (Live in Saitama, Japão, Outubro de 2008)

Álbum: "Kid A" (4º disco, 2000)


Quando o RADIOHEAD fez a turnê promocional do álbum "Kid A" no início deste século, um segmento do seu público achou o novo material desconcertante e eles passaram boa parte dos shows esperando que a banda apresentasse músicas familiares e movidas a guitarra - da década anterior. No entanto, na época da turnê do disco "In Rainbows" essa parcela de pessoas havia diminuído para quase nada, onde qualquer música do álbum "Kid A" era recebida com rugidos de aprovação. Neste show em 2008, na arena Saitama, no Japão, Yorke começa esta assombrosa versão da canção "Everything in its Right Place" com um pouco do cover do REM, a música "The One I Love".

Música “How to Disappear Completely” (Live in Buenos Aires, Março de 2009)

Álbum: "Kid A" (4º disco, 2000)


A maioria das bandas gosta de encerrar os seus shows com algo inspirador para levar as pessoas torcendo por um bis, mas o RADIOHEAD seguiu uma direção muito diferente quando tocou no Club Ciudad em Buenos Aires - na turnê do álbum "In Rainbows" - e provisoriamente para encerrar o concerto tocaram a canção "How to Disappear Completely". É uma música devastadora que precisa de muito silêncio para se tornar mais ainda eficaz, com a enorme multidão - que tinha enlouquecido com a canção “Bodysnatchers” momentos antes - se calando e deixando o deslocamento desta música preencher o enorme salão. É um momento bonito e a multidão foi recompensada pelo seu silêncio quando o RADIOHEAD iniciou os acordes da clássica canção "Creep" para encerrar o show.

Música “Give up The Ghost” (From The Basement, Londres, Dezembro de 2011)

Álbum: "The King of Limbs" (8º disco, 2011)


RADIOHEAD tinha retornado ao amado Maida Vale Studios, em Londres - do produtor Nigel Godrich - para realizar a sua 2ª apresentação no programa From The Basement. Em divulgação ao álbum "The King of Limbs" - e assim como na sessão realizada anos antes em 2008 - as versões das músicas do novo álbum não se afastaram muito das versões gravadas originalmente para o disco.


A banda usou a aconchegante sala como um espaço de ensaio, afrouxando as canções e deixando-as respirar. Algumas músicas criaram novas formas no currículo do RADIOHEAD, como “Separator”, “Lotus Flower” e “Feral”. Porém, a versão mais bem-vinda é a da canção "Give up The Ghost", uma faceta que amplia a pungência e a delicada beleza desta música endividada com Neil Young.


Também vale a pena assistir aqui a estreia ao vivo - e talvez a melhor - da canção "Codex", que o RADIOHEAD tocou ao vivo somente uma dúzia de vezes antes de abandoná-la completamente no início da turnê do álbum "The King of Limbs". As músicas "Codex" e "Give up The Ghost", nunca soaram melhor ao vivo do que estas apresentações em 2011 no From The Basement.

Música: “The Daily Mail” (Live at Coachella Festival, California, Abril de 2012)

Álbum: "The King of Limbs" (8º disco, 2011, ficou de fora deste álbum)


Sendo o headliner no Coachella Festival em 2012, o momento pegou o RADIOHEAD numa fase de transição, com a banda ainda trabalhando para conseguir que as canções do álbum "The King of Limbs" se juntasse ao palco com as outras músicas de sua discografia. O cenário tinha espaço para muitos clássicos e trabalhos em andamento, como uma versão solta da música “Identikit” que só seria lançada no álbum "A Moon Shaped Pool" (9º disco, 2016).


Um pico deste show veio com a canção "The Daily Mail", um single digital que eles tinham lançado recentemente. Começa delicadamente, com Yorke fazendo acusações veladas sobre acordes de piano, onde depois no meio da música, a canção explode com uma guitarra incrivelmente potente que pegou grande parte da multidão de surpresa. "The Daily Mail" é uma música que comprime toda a energia desconexa do álbum "The King of Limbs" e pode ser por isso que o RADIOHEAD a deixou de fora desse disco e por quê eles a tocaram apenas algumas vezes desde 2012.


Mas naquela noite no Coachella Festival, ela não poderia ter soado mais elétrica.

Música “Creep” (Live at Summer Sonic Festival, Japão, Agosto de 2016)

Álbum: "Pablo Honey" (1º disco, 1993)


RADIOHEAD havia retirado a canção "Creep" do seu repertório ao vivo desde 2009, simplesmente porque Yorke não aguentava mais pensar em cantá-la novamente (um abraço para a música "Smells Like Teen Spirit" do NIRVANA). Mas depois de um intervalo de 07 anos, ele finalmente se sentiu à distância do sucesso da banda e à vontade para trazê-la de volta para casa, na turnê do último álbum lançado até então do grupo, "A Moon Shaped Pool".


Uma dessas noites foi no Summer Sonic Festival, em Tóquio. Eles invadem a música sem dizer uma palavra e o público, como sempre, perde completamente a noção da realidade e começa a cantar cada palavra - e por apenas uma fração de segundo, Yorke parece que está realmente gostando.

Música: “Fake Plastic Trees” (Live in São Paulo, Abril de 2018)

Álbum: "The Bends" (2º disco, 1995)


Quando o RADIOHEAD subiu ao palco no Allianz Parque em São Paulo, naquele memorável 22 de abril de 2018, a banda estava em seu 3º ano consecutivo de turnês divulgando o novo álbum de estúdio, "A Moon Shaped Pool", onde eles aperfeiçoaram lindamente as canções desse disco. Yorke admitiu que estava se divertindo neste show, dizendo ao público numa certa hora: "É realmente libertador, o que eu não costumo dizer", e a banda estava tangível todas as noites naquela turnê - principalmente na América do Sul, onde eles possuem uma base de fãs dedicada.


Em São Paulo, o setlist estava repleto das favoritas dos fãs, com versões impressionantes das músicas "Let Down", “Everything in its Right Place”, a exuberante "There There" e é claro, várias músicas do disco "In Rainbows".


Mas nada capturou a emoção como a apresentação da canção "Fake Plastic Trees", que a banda encerrou o show em vez de tocarem a música "Karma Police". O público tinha acabado de cantar junto com a clássica canção "Paranoid Android" - devemos sempre salientar os back-vocais do guitarrista Ed O’Brien, que às vezes não recebe o devido crédito pelas suas harmonias. Logo depois, as luzes voltam a acender e Yorke é visto segurando o seu violão, iniciando as notas de abertura da amada canção "Fake Plastic Trees".


A multidão entra novamente em transe...

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