Butch Vig: renomado produtor escolhe disco do The Who como o álbum definitivo que mudou a sua vida
“Fiquei fascinado com a forma como o THE WHO juntou o seu som na gravação do álbum 'Who's Next'", disse o baterista do GARBAGE e renomado produtor, Butch Vig, sobre este clássico 5º disco do THE WHO lançado em 1971.
Em sua escolha pessoal, o álbum do THE WHO, "Who's Next", está no topo da sua lista de álbuns definitivos que mudaram a sua vida.
Em recente entrevista para a revista Rolling Stone, Vig (produtor do álbum "Nevermind" do NIRVANA e outros discos de bandas como do SMASHING PUMPKINS, FOO FIGHTERS e várias outras) refletiu sobre a grande impressão que esse disco do THE WHO causou nele como um jovem músico.
Seguem alguns trechos:
"THE WHO é uma banda muito importante pra mim. Eles foram o primeiro grupo que eu vi na TV e me fizeram querer formar uma banda. Foi naquela apresentação no programa de auditório chamado Smothers Brothers, onde eles tocaram a música 'My Generation' e o baterista Keith Moon explodiu a bateria no final. Eu lembro de ter pensado na hora: 'Meu Deus!'"
"Eu queria ser como ele, sabe? Comecei a incomodar os meus pais para me darem uma bateria e o primeiro disco que eu comprei do THE WHO foi o álbum 'Tommy' (4º disco, 1969) ou o disco ao vivo 'Live at Leeds', não tenho certeza..."
"Comprei o álbum 'Who’s Next' quando foi lançado e eu estudava no ensino fundamental num colégio em Wisconsin. Ouvir aquele disco foi uma experiência totalmente envolvente, porque eu ficaria deitado na cama com os meus fones de ouvido, escutando este álbum sem parar e ouvindo a produção que foi feita, o que era incrível na época".
"Eu não conseguia descobrir como o guitarrista Pete Townshend usava todos aqueles teclados e sequenciadores na gravação, sabe? Ninguém nunca tinha ouvido nada parecido em um disco até aquele momento... Eu ficava simulando a bateria aérea no meu quarto, tentando descobrir como Keith Moon tocava aquelas partes malucas. Fiquei fascinado por como eles conseguiram juntar o som deles nesse disco, pois instrumentalmente falando, era somente 03 pessoas criando aquele som enorme e sinfônico".
"O disco 'Who’s Next' é a banda no auge do seu poder. A canção 'Baba O’Riley' é uma das músicas mais épicas de todos os tempos que abre um álbum. Ela começa com os sequenciadores e depois segue para esses três simples acordes, onde a tensão aumenta e aumenta até a bateria chegar com tudo".
"Quando Pete Townshend canta: 'É só a terra da perdição adolescente', foi o golpe final nessa música, sabe? Em seguida, a canção segue para uma parte diferente, com Keith Moon tocando os seus ritmos e levando você para uma jornada onde poucas bandas são capazes de fazer isso".
"Essa música e as outras que foram lançadas neste álbum, como 'Won't Get Fooled Again' e 'Behind Blue Eyes', estão todas entre as minhas 50 melhores músicas de rock de todos os tempos".
“Na canção 'Behind Blue Eyes' é Townshend escrevendo sobre si mesmo, como se ele estivesse se olhando no espelho, olhando para as suas próprias inseguranças e talvez o complicado processo de lidar com as outras personalidades da banda. Essa é outra música que simplesmente se constrói sozinha e quando o grupo começa a tocar, soa incrivelmente catártica. Para uma banda que era literalmente bombástica nos shows, havia muita contenção, dinâmica e muitas texturas musicais em todo o disco 'Who’s Next'".
"Em alguns álbuns da época, você preferia um lado do vinil ao outro para ficar escutando, mas neste caso, eu explodia o disco 'Who’s Next' inteiro e o tempo todo. Eu gosto de todas as músicas desse álbum".
“A canção 'Going Mobile' tem um grande gancho e os temas da música 'The Song is Over' parecem que quase poderiam estar no álbum 'Quadrophenia' (que seria o próximo disco, 6º álbum, 1973)".
"O disco 'Who’s Next' simplesmente não soava como qualquer outro álbum e ainda ressoa muito forte em mim".
Confira o áudio de estúdio de uma das canções do THE WHO citadas por Butch Vig nesta entrevista, "Behind Blue Eyes":