Anthony Kiedis: o disco do Red Hot Chili Peppers que para ele "foi uma época conturbada”
Toda banda de rock and roll terá períodos em suas vidas em que tudo se tornará confuso.
Apesar de todas as ótimas músicas que fizeram juntos, chega um ponto em que tudo começa a desmoronar, seja por decisões de negócios ou apenas pela perda do amor inicial que vocês tinham por tocarem juntos.
E embora o vocalista Anthony Kiedis possa ter visto os pontos positivos de trabalhar com cada formação do RED HOT CHILI PEPPERS desde sua fundação, ele uma vez admitiu em olhar para trás e ver um aspecto ruim de sua carreira.
Assim que a banda começou a ter sucesso mainstream no começo dos anos 90, RED HOT CHILI PEPPERS já tinha perdido seu guitarrista original para as drogas, Hillel Slovak, que sofreria uma overdose de heroína em 1988. Com o grupo se restabelecendo com John Frusciante na guitarra até 1992, ele acabaria seguindo os mesmos passos de Slovak, tornando-se viciado em drogas e lutando para funcionar psiquicamente. Com isso, Frusciante acabaria saindo do RED HOT CHILI PEPPERS e iniciando uma tóxica carreira solo.
Foi quando eles chamaram o guitarrista do JANE'S ADDICTION, Dave Navarro, para substituir Frusciante.
Embora eles ainda pudessem tocar com o melhor de suas habilidades, Kiedis se lembra do álbum que gravaram com Navarro na guitarra como um momento emocionalmente sombrio para eles, pensando que a maior parte do trabalho que criaram nasceu de um sentimento de dor.
Estamos falando de um dos álbuns mais aguardados da década de 90, "One Hot Minute" (6º disco, 1995), o sucessor do clássico álbum e que fez o RED HOT CHILI PEPPERS ficar conhecido no mundo inteiro, "Blood Sugar Sex Magik" (5º disco, 1991).
Como muitos dos integrantes do grupo ainda sofrendo recaídas nas drogas durante todo esse período (antes e depois), muitas das letras das canções que foram lançadas no álbum "One Hot Minute" abordam assuntos obscuros, como a descida em espiral na música que abre o disco, "Warped".
De acordo com seu livro biográfico, Kiedis disse que preferia esquecer essa época em que Frusciante saiu da banda em 1992 até seu retorno em 1999, quando gravariam mais um épico álbum na história do rock, "Californication" (7º disco): “Eu poderia esquecer que Frusciante tinha ido embora nessa época, mas quero dizer, sou lembrado disso o tempo todo, sabe? Encontro Dave Navarro na frente de um restaurante de vez em quando, ou algum garoto super empolgado vem até mim nas ruas de San Francisco e me diz: ‘Cara, eu amo o disco 'One Hot Minute’. É o meu preferido de vocês'. E eu penso: ‘Sério? Porque foi um momento conturbado pra mim'”.
Embora Kiedis possa ter ficado com cicatrizes emocionais ao trabalhar nesse período com a banda, ainda é uma visão fascinante do que eles estavam passando na época. Sendo um dos álbuns mais pesados do grupo, o disco "One Hot Minute" se torna muito importante quando se olha o panorama geral e contextual do que era o RED HOT CHILI PEPPERS em 1995.
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