O vocalista/guitarrista do SMASHING PUMPKINS, Billy Corgan, equilibra uma vida criativa trabalhando também como produtor de wrestling, dono de uma empresa de café/chá e colaborador em sua linha de guitarras exclusivas e sempre com uma visão para o futuro.
E com décadas em sua carreira, Corgan continua a evoluir sua composição e som de guitarra para a era moderna no mais recente álbum de estúdio da banda, "Aghori Mhori Mei" (12º disco, 2024).
“A forma segue a função”, explicou Corgan quando perguntado sobre a evolução de sua composição. Essas palavras parecem servir como seu ditado criativo. “O SMASHING PUMPKINS do início era mais sobre tocar em clubes noturnos e causar uma resposta do público ao vivo, porque era onde poderíamos chamar a atenção”.
Quando o SMASHING PUMPKINS foi formado em 1988, eles estavam arrasando em clubes de rock com apresentações inspiradas em psicodélicos (ácido LSD e cogumelos) que se baseavam em influências do rock dos anos 60 que eles curtiam, bandas e artistas como BLUE CHEER, Jimi Hendrix e LED ZEPPELIN.
Mas em 1992, após o sucesso estrondoso da obra-prima do rock alternativo lançado em 1991, seu álbum de estreia, "Gish" (o disco independente que mais vendeu cópias na história), Corgan disse que: "De repente, estávamos em uma grande gravadora. PEARL JAM vendeu 01 zilhão de discos. NIRVANA vendeu 01 zilhão de discos. ALICE IN CHAINS está vendendo 01 zilhão de discos, foi quando alguém colocou um dedo na minha têmpora e me disse: 'É melhor você descobrir como escrever músicas populares ou vai voltar a trabalhar em uma loja de discos'".
"Bury Me" (Disco: "Gish")
“Então, como eu traduzo esse tipo de visão psicodélica nebulosa em algo que soe como rádio pop-rock? É melhor eu descobrir isso e rápido”, acrescentou Corgan. No álbum sucessor, "Siamese Dream" (2º disco, 1993), Corgan obviamente foi muito além de simplesmente descobrir como encaixar sua visão em um formato pronto para as rádios. Ele levou o rock alternativo a novos patamares, criando com maestria ganchos adequados para o som único e massivo de guitarra da banda.
"Soma" (Disco: "Siamese Dream")
Mais de 03 décadas depois, Corgan não parou de evoluir sua arte para se adequar aos tempos contemporâneos. Sobre a base firme de sua voz musical extremamente bem desenvolvida e instantaneamente reconhecível, ele fez de sua carreira uma das mais interessantes da música rock, ramificando-se em trajetórias imprevisíveis. Em 2017, ele lançou uma nova carreira como produtor profissional de wrestling quando comprou a National Wrestling Alliance, a fonte da série limitada de TV, Billy Corgan's Adventures in Carnyland.
E ele aplicou esse talento para o espetáculo — um pré-requisito de fato para qualquer um no ramo do wrestling profissional — à presença da banda nas redes sociais. Em janeiro de 2024, quando o guitarrista Jeff Schroeder (desde 2007) se separou do SMASHING PUMPKINS, eles recorreram à internet para uma chamada aberta. A banda não apenas encontrou uma nova guitarrista, Kiki Wong, mas também fez com que todos os guitarristas da internet sonhassem em se juntar ao SMASHING PUMPKINS.
Corgan também encontrou uma saída criativa como conceitualista de guitarra. Seus quatro modelos de assinatura da marca Reverend (foto) — Billy Corgan Signature, Terz, Z-One e Drop Z — foram criados em colaboração com Joe Naylor, o construtor visionário da empresa de guitarras. Juntos, esses modelos vão muito além dos protocolos de instrumentos de artistas de assinatura padrão. Não contente em apenas projetar sua própria guitarra dos sonhos, Corgan está igualmente preocupado em contribuir para a comunidade de guitarras. Os modelos Billy Corgan Signature e Z-One são guitarras com visão de futuro, bem equipadas com estética moderna e futurista, além de captadores personalizados. Os modelos Terz e o Drop Z abrem novos caminhos no design de guitarras. O Terz é um modelo de escala de 21 1/2" destinado a ser afinado um tom e meio acima e o modelo Drop Z, na escala de 26 1/2", é destinado para afinações padrão D ou inferiores. No caso dessas guitarras com afinação alternativa, os instrumentos são especificamente criados para suas afinações e com captadores personalizados.
Com toda esta ação — mais a guitarra acústica Yamaha exclusiva e sua cafeteria em Highland Park, Illinois, chamado Madame Zuzu's, que ele possui junto com sua esposa, Chloé Mendel — Corgan deve estar entrando em um estado profundo e super focado ao trabalhar com música, porque ele tem sido realmente prolífico.
Em 2023, o SMASHING PUMPKINS lançou o épico álbum triplo em formato de ópera rock, "Atum" (11º disco), que se trata da trilogia final que iniciou no álbum duplo de grande sucesso do grupo, "Mellon Collie and The Infinite Sadness (3º disco, 1995), e depois pelo álbum "Machina The Machines of God" (5º disco, 2000).
"XYU" (Disco: "Mellon Collie and The Infinite Sadness")
"Wound" (Disco: "Machina The Machines of God")
"Empires" (Disco: "Atum")
Em 2024, a banda lançou seu mais novo álbum, "Aghori Mhori Mei". Apresentado como um disco de guitarras despojado e isento de grandiosidades, as músicas são frequentemente jams de guitarras centradas em riffs, cheias de tons sombrios e agressivos. Mas esse tom pode desmentir a rica complexidade composicional do disco e a intensa amplitude emocional. A escrita de Corgan no álbum "Aghori Mhori Mei" exemplifica todas as nuances e sutilezas do seu trabalho mais amplo, assim como os arranjos de guitarra dinâmicos, pensativos e suas performances contundentes.
Com tanta coisa acontecendo, como Corgan mantém sua visão artística focada e em sintonia com os tempos modernos de cada era que vivenciou? Como ele encontra tempo para explorar sua essência criativa que tornou sua música tão especial? O que impulsiona seu processo?
A única maneira de descobrir é com o próprio Billy Corgan.
Jornalista: A premissa do disco "Aghori Mhori Mei" é mais para ser um álbum de guitarra despojado. Como você abordou esse disco de uma perspectiva composicional?
Corgan: A ideia era retornar à linguagem inicial da banda e ver se ela tinha uma aplicação moderna. Se você estivesse fazendo um filme, seria parecido com: vamos filmar isso em câmeras VHS e editar em forma analógica das antigas e ver se você consegue fazer algo que um público moderno realmente irá gostar e apreciar.
Corgan: A maneira como a maioria dos discos de rock são feitos hoje em dia é dentro de uma "caixa", que é o Pro Tools ou o que quer que as pessoas usem. Você pode ouvir que a tecnologia digital é muito importante para a maneira como a música rock moderna é feita, seja metal ou alternativa. Tornou-se o 5º membro de uma banda, você entende o que estou dizendo? Eles são capazes de fazer coisas, efetuar mudanças e inovar musicalmente de uma forma que você não faria se estivesse apenas gravando em um take somente com a banda toda tocando em um círculo, do jeito como costumávamos fazer. Então, para nós, poderíamos continuar nesse caminho digital, mas não estou tão interessado em gradear minhas guitarras.
Corgan: Quando você vai ouvir um álbum do SMASHING PUMPKINS, é como nos escutar ao vivo. Não é tudo "montado", onde 99% do que você ouve sai literalmente de nossas mãos e bocas. Se você está em uma encruzilhada específica, você continua a seguir em frente e com a tecnologia como sua aliada? Ou você meio que volta e vê se aquele jeito antigo ainda tem algo mágico? Isso se torna o tipo de debate existencial na hora de gravar um disco, tanto internamente quanto publicamente, do tipo: existe algo lá?
Jornalista: Mas para esclarecer, a gravação do álbum "Aghori Mhori Mei" não foi de forma analógica.
Corgan: Nós gravamos no Pro Tools. É usar a tecnologia do Pro Tools para fazer discos que nós não fazemos. Não estou tentando criar um mandamento aqui. Só estou dizendo para usar as tecnologias que estão presentes para escrever sua música ou usá-la para fazer coisas que você não pode fazer humanamente - coisas que nós não fazemos.
Corgan: Ouça seu disco moderno de metal padrão. Tudo é gradeado pra caralho, todos os amplificadores estão em uma "caixa", todas as baterias estão em uma "caixa", não há uma nota perdida e tudo está afinado pra caralho. Você sabe o que quero dizer? Isso é metal moderno e eu gosto disso. Não é como se eu torcesse o nariz para essa coisa, mas essa é uma maneira de fazer música para muitas pessoas em 2024. Decidimos tentar voltar e fazer um disco à moda antiga, mas não para fazer algum tipo de ponto analógico.
Jornalista: Você compõe músicas principalmente de forma acústica e ao piano. Onde entram os arranjos da guitarra?
Corgan: Voltando ao começo, o processo fundamental é criar a faixa guia. Então, o vocal se torna a próxima coisa mais importante e a cereja do bolo é o trabalho da guitarra por cima disso tudo, basicamente para dar suporte, suplementar o vocal e criar mais interação melódica.
Corgan: Eu aprendi muito disso com as bandas QUEEN, BOSTON e BEATLES, a ideia de que a guitarra assume uma voz principal própria que é distinta e quase se torna outro vocalista principal na banda.
Corgan: Essas coisas não aparecem literalmente até o último dia de trabalho em uma música nova. Até lá, vai soar errado, mas não gastamos muito tempo pensando nisso. Eu não sei o que isto significa além de parecer que tudo está caminhando para o produto final e então você diz: "Ok, hora do trabalho das guitarras". Você vai passar 03 ou 06 horas apenas passando pelas coisas, tentando coisas novas e meio que simplesmente o negócio aparece, que é onde você diz: "Oh, isso soa legal," e você segue em frente. Isso se beneficia de ser uma coisa nova ou sentir como uma reação emocional em si.
Corgan: Eu me lembro de estar em um carro por volta de 1975 ou 1976 e a música "Killer Queen" do QUEEN estava tocando no rádio. Você está ouvindo a música, ela soa legal, há aqueles vocais e eu estou com 10 anos de idade, sentado no banco de trás dando uma volta de carro. De repente, entra aquela quebra no som com o solo da guitarra e o negócio é simplesmente alto pra caralho. Dava aquela sensação de alguém dando um passo à frente para um holofote. Não da forma de querer se exibir, é simplesmente a maneira como faz você se sentir. É como um tipo de momento mais leve na sua alma e mente, coisa que sempre perseguimos para alcançar esta sensação.
Jornalista: A guitarra começa para muitos de nós como algo muito pessoal que passamos o tempo todo tocando e treinando, mas então, conforme a vida vai ficando mais complicada com novos compromissos, você tem menos tempo para ficar tocando guitarra. Para você que vive da música, como é sua relação com a guitarra em 2024? Você tem uma relação cotidiana em ficar tocando guitarra toda hora?
Corgan: Não. Eu realmente não pego muito na guitarra, a menos que esteja trabalhando.
Jornalista: Quando você pega a guitarra, é com uma intenção formada? Ou as ideias vêm inspiradas enquanto você está tocando guitarra ou inspiradas por algo que você está criando no momento? Ou as ideias estão na sua cabeça e você pega a guitarra com intenção de realizá-las?
Corgan: Se eu pego uma guitarra, estou procurando tocar algo que me surpreenda. É o que quer que saia. O meu estilo de tocar guitarra surgiu quando eu cuidava do meu irmão deficiente quando eu era adolescente, então, eu ficava "preso" dentro de casa por muito tempo. Para pintar um cenário simples, imagine ficar preso dentro de casa em um dia de verão e assistir as crianças e adolescentes brincando do lado de fora pela janela enquanto você toca violão. Essa foi minha vida durante boa parte da minha adolescência, porque eu estava nessa posição em que eu tinha que cuidar de alguém e ficava confinado em casa, pois o meu irmão não era o tipo de criança em seu estágio de desenvolvimento normal que você podia leva-la para o quintal e deixá-lo correr por aí. Você meio que tinha que cuidar dele. Muitas vezes se tornou mais fácil colocá-lo na frente de uma televisão ou deixá-lo tirar uma soneca enquanto eu praticava violão.
Corgan: Há uma certa solidão na maneira como toco porque não tinha mais ninguém para tocar violão junto comigo naquela época. Desenvolvi um estilo que tinha um tipo de aspecto de "chamada e resposta" nas cordas soltas em afinação drop-D, porque era uma maneira que achei de efetuar uma conversa maior sem ter outra pessoa na sala tocando comigo.
Corgan: Mais tarde, quando éramos somente James Iha (guitarrista) e eu nos primeiros dias de banda, James basicamente fazia versões diferentes do que eu estava tocando. Isso criou uma conversa ainda maior que parecia criar quase como um 3º guitarrista na banda, tipo, você pode ouvir isso nos harmônicos assobiando no fundo das nossas primeiras músicas. São apenas 02 guitarras tocando, mas você cria um efeito fantasma de pano de fundo, sabe? Eu fiz muito trabalho de guitarra no estúdio onde as pessoas nos visitavam, olhavam para as caixas dos alto-falantes e diziam: "Que som é esse?" E eu respondia: "São apenas 02 guitarras", e elas não acreditavam em mim. Esse é o efeito harmônico na música.
Corgan: Então, ainda tenho aquela relação interna com a minha forma de tocar, onde eu poderia simplesmente sentar, tocar e encontrar algo que soasse como uma espécie de conversa.
Jornalista: Há esse outro lado criativo no seu trabalho, que são as suas guitarras de assinatura. Você tem 04 guitarras da marca Reverend em seu nome e elas são todas muito diferentes umas das outras. Você as criou com Joe Naylor. Você pode me falar sobre essa colaboração?
Corgan: De alguma forma, Joe consegue voltar e ouvir o que estou referenciando e então traduzir isso em algo fisicamente tangível e consistente. Não acho que uma guitarra com truques sirva a ninguém. Minhas guitarras exclusivas precisam ser úteis para qualquer outra pessoa que faça sua música, não apenas para o meu tipo de música - e tenho muito orgulho disso. Acho que é isso que faz uma ótima guitarra, ela tem aplicação para quem a pegar para tocar. E muito crédito à Reverend por estar disposta a correr esses riscos que eu meio que os fiz perseguirem.
Jornalista: Todas são guitarras ousadas, mas especialmente as modelos Terz e a Drop Z que são construídas especificamente para afinações alternativas. O que você estava procurando quando teve a ideia desses instrumentos?
Corgan: A coisa com a Terz, que é Sol para Sol em oposição a Mi para Mi — um passo e meio mais alto — foi ao ouvir guitarristas como Jonny Greenwood do RADIOHEAD e outros guitarristas daquela geração, onde notei que a função da guitarra para muitos guitarristas alternativos estava se tornando mais atmosférica e menos elementar. Pensei que talvez eles gostariam de ter uma faixa tonal mais alta para trabalhar. Porque, no final das contas e na lógica de 2024, você quer afastar a guitarra do vocal. Se você pensar no som clássico da guitarra Fender Telecaster, bem, se você estiver tocando na tonalidade Sol em uma Telecaster, isso fica exatamente onde o vocal está. É como o pior lugar possível para uma guitarra no século 21, mas se você puder aumentar a faixa harmônica da guitarra, ela meio que fica, elementarmente, um pouco mais alta.
Corgan: Não acho que as pessoas tenham descoberto isso ainda sobre as minhas guitarras, mas tenho um pressentimento engraçado de que em algum momento alguém vai descobrir, assim como quando a banda KORN pegou a guitarra de assinatura de Steve Vai e a levou em uma direção completamente diferente e fez um gênero musical totalmente novo com ela. Acho que o modelo Terz também abre o músico para uma gama tonal diferente.
Corgan: Muitos desses guitarristas alternativos modernos não tocam coisas super complicadas. Sejam eles inspirados por Jonny do RADIOHEAD ou pelo guitarrista do COLDPLAY... Ao gravar o álbum "Aghori Mhori Mei", eu me peguei pensando muito sobre o som da guitarra de Mick Mars e onde a guitarra de Mick se encaixava no MOTLEY CRUE. No início, essa banda era basicamente uma guitarra afinada um tom abaixo. Algo sobre a escala D — você poderia fazer isso em uma guitarra normal, mas fica um pouco desleixado com a afinação e certamente com a entonação. Então, eu conversei com a Reverend sobre fazer uma guitarra D-para-D que não parecesse uma guitarra barítono, que tocasse e parecesse muito com uma guitarra E-para-E, mas que lhe desse alcance. Para um guitarrista moderno que quer fazer música para tocar nas rádios, as especificidades de onde essa guitarra precisa se encaixar tonalmente e como ela seria mixada, é o que eu estava pensando quando criamos esses modelos de guitarra de minha assinatura.
Corgan: Estes são instrumentos para o músico moderno que quer fazer música que possa alcançar as pessoas em relação ao que é a mídia hoje em dia — streaming ou o que for. Se você quiser pegar uma guitarra velha e afiná-la em Fá e tudo mais... Eu também já fiz todas essas coisas malucas. Eu não desencorajaria ninguém a fazer isso, mas essas guitarras da Reverend são instrumentos específicos com um propósito muito específico, principalmente para gravação em estúdio.
Corgan: Na canção “Edin” do disco "Aghori Mhori Mei", bem, essa é a guitarra que estou falando. Acho que nessa música ela é com afinação mais grave onde a 6ª corda está afinada em C. Você pode ouvir como essa guitarra fica tão à frente na gravação e isso é um crédito para Joe, que fez essa guitarra exatamente do jeito que eu queria, onde os captadores realmente fizeram seu trabalho ficando na forma como essa música ficou gravada.
"Edin" (Disco: "Aghori Mhori Mei")
Jornalista: Quero voltar a como isso afeta sua forma de tocar. Você tem essas guitarras que agora são especificamente moldadas para sua visão das coisas. Quando elas chegam em suas mãos e você está trabalhando em algo novo, como você explora a sonoridade dessas guitarras? Talvez você tenha escrito uma música nova em formato acústico, mas agora você tem essas guitarras que ajudou a idealizar e você pode fazer coisas que suas outras guitarras não conseguem. Onde isso entra no processo criativo?
Corgan: Não acho que eu tenha uma resposta romântica para isso. Pra mim, é mais sobre precisão ou clareza de gravação. Se você comparar, vamos chamá-lo de som de guitarra do álbum "Mellon Collie and The Infinite Sadness" de 1995, onde estávamos principalmente meio tom abaixo, é claro, com um som muito mais lamacento. Eu estava usando aqueles captadores Lace Sensor, que era a gravação moderna na época e todo mundo queria a guitarra o mais à frente possível do som.
Corgan: Hoje em dia, estou usando principalmente esses amplificadores Carstens, que é um fabricante de amplificadores de Chicago, Brian Carstens. Usei um amplificador que ele fez pra mim, o Grace, que ele vende também no mercado e que é uma espécie de versão moderna do som do guitarrista Eddie Van Halen, mas com muito mais gain, é claro. Ele também tem outro amplificador chamado Empire, que é mais para um guitarrista de metal. Eu também o uso e em alguns casos empilho 02 amplificadores um em cima do outro por meio de reamplificação. Ele tem outro amplificador chamado Cathedral, que é como um cruzamento entre um Fender Twin e um Hiwatt. Novamente, o que deixa o som muito claro.
Corgan: A melhor maneira que posso explicar seria... É como se eu pegasse um amplificador da Marshall Plexi Vintage e uma guitarra Gibson Les Paul, o que me daria um som de guitarra clássico e incrível, e assim eu gravasse o riff da canção "Edin". Depois, é como se eu pegasse minha guitarra Reverend Drop Z passando por um amplificador Carstens, para depois você ouvir como que ficaram as gravações dessas 02 versões. As coisas modernas que estou usando o som da guitarra está bem na frente na gravação, onde as coisas vintage soam meio que lá atrás. Você pode ouvi-las um pouco nebulosas e um pouco escuras, mas as coisas modernas estão bem na sua cara. Não chega a ser áspero, apenas soa muito bom e atual.
Corgan: Então essa é a chave. Porque eu toco de forma tão distinta que meio que soo como eu, não importa o que você me faça passar, meu foco é mais tonal e como ele se encaixa no campo estéreo.
Jornalista: Para encerrarmos, os pedais de distorção para guitarra são apenas meios pragmáticos para atingir um timbre? Ou há exploração envolvida aí?
Corgan: Desde o álbum "Siamese Dream", onde usamos o famoso Big Muff e o EHX Micro Synth - e algumas coisas do MXR - o som principal da banda é apenas uma manivela através de algo. Voltando a algo que meu pai me disse muitas, muitas luas atrás: guitarra, acorde e amplificador são a chave. Eu trabalhei uma vez no estúdio com Tony Iommi (guitarrista do BLACK SABBATH). Suas mãos, um acorde e um amplificador, e quando ele toca Deus move montanhas. É tudo sobre acionar seu amplificador e mover o ar que sai de suas válvulas. Essa é a chave pra mim. Se há trabalho de pedal em qualquer álbum do SMASHING PUMPKINS nos últimos 25 anos, é para solos e pequenas coisas. O som principal da guitarra é sempre potência pura. Queremos o máximo de potência pura possível.
Mais abaixo, segue a relação atual de guitarras, amplificadores, pedais e cordas para guitarra que Billy Corgan usa:
Guitarrras
E standard: Billy Corgan Signature Reverend Z-One Black
E backup: Billy Corgan Signature Reverend - Satin Purple Burst
Eb standard: Billy Corgan Signature Reverend Z-One - Silver Freeze
Eb backup: Billy Corgan Signature Reverend Z-One - Orchard Pink
Eb standard: ’70s Gibson ES-335 walnut
C# standard: Billy Corgan Signature Reverend Drop Z - Pearl White
Prototype Gibson Firebird
Billy Corgan Custom Signature Yamaha LJ16BC Black with Silver Star
Billy Corgan Custom Signature Yamaha White with Black Star
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