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by Brunelson

Bob Dylan: qual é a sua música preferida do Pink Floyd?


Não há muitos artistas que obtenham o selo de aprovação de Bob Dylan.


Passando por centenas de entrevistas em seus anos de glória, dificilmente houve qualquer conversa que pudesse obter uma resposta direta dele, muito menos uma compreensão decente do seu gosto musical.





E embora Dylan deixasse a sua música falar na maior parte do tempo, uma vez ele admitiu ter uma queda pelo rock progressivo.

Na esteira da virada acústica de Dylan para a música elétrica em meados da década de 60, a cena do rock estava mudando rapidamente. Graças a bandas como os BEATLES que mergulharam em estruturas musicais não convencionais, bandas como o PINK FLOYD começaram a sair da caverna, semeando a gota psicodélica no rock and roll tradicional.

Porém, assim que o PINK FLOYD começou a receber aclamação generalizada, as coisas começaram a piorar quando o vocalista/guitarrista original, Syd Barrett, começou a perder a batalha contra a saúde mental, lutando para se recompor em apresentações ao vivo em meio a uma mistura de narcóticos estimulantes. Embora a banda continuasse com o guitarrista David Gilmour o substituindo, os próximos álbuns teriam o fantasma de Barrett aparecendo nos estúdios.

Em álbuns como "Wish You Were Here" (9º disco, 1975), o PINK FLOYD estava enfrentando a perda de Barrett em sua própria mente, agora com o passar dos anos e o peso na consciência chegando, ao mesmo tempo em que processava essa dor em uma indústria da música que não é conhecida pela sua maneira de lidar bem com estrelas do rock.

E com o passar do tempo, Roger Waters (vocalista/baixista do PINK FLOYD) viu em sua plataforma um lugar para alertar as pessoas sobre o estilo de vida rock and roll.

Além das principais músicas em tributo a Barrett, o álbum "Wish You Were Here" também apresenta canções como "Welcome to The Machine", um grito de ajuda contra a indústria musical e os vários truques que eles tentam aplicar a músicos inexperientes em seus estágios iniciais.


Para o álbum seguinte, "Animals" (10º disco, 1977), Waters começou a desenhar com um pincel mais amplo, criticando as grandes empresas corporativas pelas suas práticas injustas e quebrando as complexidades da sociedade.

Mais tarde, durante a turnê desse último álbum, Gilmour se lembraria de Bob Dylan lhe parando nos bastidores de um show para dizer o quanto ele amava a música "Dogs", lançada no disco "Animals".


Em entrevista para o site Record Collector, Gilmour disse: “A 2ª vez que nos encontramos com Bob Dylan foi durante a turnê do álbum 'Animals', quando ele me disse: ‘Hey, eu adoro esse disco novo de vocês e a canção ‘Dogs’'. Eu fiquei tão emocionado, sabe? Poucos fãs do PINK FLOYD gostam dessa música, mas Bob a conhecia e estava tudo bem pra mim então”.

Dada a história de Dylan com a escrita - único músico na história a ganhar um prêmio Nobel por literatura - não é surpresa que ele gravitasse em torno das músicas do PINK FLOYD que têm mais em comum com a literatura. Ao longo das canções do disco "Animals", Waters toma muito emprestado a filosofia do escritor George Orwell através do seu livro clássico, "A Revolução dos Bichos", um romance distópico focado nas partes da sociedade que lentamente entram em decadência.

Transformando a letra em poesia, a música "Dogs" também apresenta uma das execuções mais ambiciosas na carreira do grupo, com Gilmour e o tecladista Richard Wright reunindo uma das melhores texturas que já gravaram.

Então, para Bob Dylan, era sobre como a música fazia alguém se sentir e para alguém que já havia passado pelo sofrimento da fama mais do que algumas vezes, Dylan já havia se deparado com mais do que alguns "cachorros" antes mesmo do PINK FLOYD gravar essa música...


"Dogs"


































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