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by Brunelson

Butch Vig: "tenho imenso respeito pelo Radiohead, só acho que eles se perderam com o disco 'Kid A'"


Recentemente, Butch Vig, renomado baterista do GARBAGE e produtor de álbuns como do NIRVANA, SONIC YOUTH, SMASHING PUMPKINS e FOO FIGHTERS, expressou novamente os seus sentimentos sobre a banda e o álbum "Kid A" do RADIOHEAD (4º disco, 2000), o qual ele havia dito numa entrevista passada o chamando de um "peidinho artístico".


Agora, em uma entrevista franca para a revista Classic Rock, Vig - um autoproclamado “grande fã do RADIOHEAD” - elogiou efusivamente os trabalhos anteriores da banda, particularmente os álbuns "The Bends" (2º disco, 1995) e "OK Computer" (3º disco, 1997), mas foi o álbum "Kid A" que o deixaria insatisfeito.


Vig confessou que esse disco falhou em se conectar com ele, sugerindo que a banda pode ter mergulhado em um território excessivo o qual ele havia chamado numa entrevista passada de um “peidinho artístico”.

Apesar disso, ele continua respeitando o RADIOHEAD como uma banda notável, enfatizando que sua admiração por eles não diminuiu.


Vig comentou: “Ainda tenho imenso respeito por eles. Eles são uma banda incrível, mas eu pensei que eles meio que perderam o rumo com o álbum 'Kid A'. Mas eu ainda amo o RADIOHEAD, sabe? A última vez que eles fizeram um show aqui em Los Angeles eu fui vê-los e eles me surpreenderam”.

Thom Yorke, o enigmático vocalista do RADIOHEAD, lançou alguma luz sobre a visão artística por trás do álbum "Kid A" em uma entrevista concedida no ano de 2021. Ele descreveu o álbum, junto com o seu sucessor e que foi gravado nas mesmas sessões, "Amnesiac" (5º disco, 2001), como uma "celebração da liberdade criativa".

Yorke havia dito: “Os álbuns 'Kid A' e 'Amnesiac' são, nada mais nada menos, que uma celebração do que é possível quando um monte de gente se junta num estúdio e esquece tudo o que aprendeu, exceto tentar criar um trabalho que fale com eles naquele momento em um tipo de maneira frenética, como se fosse os últimos dias na Terra".


A banda se permitiu escapar das restrições das expectativas externas e mergulhar totalmente no processo de criação de músicas que falavam com eles de uma maneira profundamente pessoal. O resultado foi um disco que desafiou as convenções e levou os ouvintes a uma jornada sobrenatural deixando alguns maravilhados, enquanto outros ponderavam sobre as suas intrincadas complexidades.

Sobre o disco "Kid A", Yorke reconheceu que durante a sua produção havia uma sensação de incerteza e mudança iminente, com a inevitável virada do milênio desempenhando um papel importante em sua perspectiva. A banda abraçou este sentimento de loucura dos “últimos dias na Terra” e Yorke viu isso como algo artisticamente essencial para o seu processo criativo. A intensidade desse período se infiltrou na música, criando uma atmosfera de vulnerabilidade assombrosa e introspecção instigante.

Como qualquer obra de arte ambiciosa e que ultrapassa limites, o álbum "Kid A" polarizou as opiniões e a sua recepção variou muito entre fãs e críticos. Foi uma partida ousada do som anterior de rock de guitarras do RADIOHEAD abraçando elementos eletrônicos e experimentais que desafiavam a fórmula tradicional do rock. Para alguns, foi uma revelação profunda, uma obra-prima sonora que ultrapassou os limites da própria música. Para outros, pode ter parecido distante e inacessível, sem a familiaridade que os fãs aprenderam a amar nos 03 primeiros álbuns de estúdio da banda.

No entanto, o disco "Kid A" ocupa um lugar significativo no panteão da música moderna, deixando uma marca indelével na indústria e inspirando inúmeros músicos a ultrapassarem os limites do seu ofício. Mesmo que não tenha ressoado a todos, a sua integridade artística e profundidade emocional permanecem inegáveis.

O álbum "Kid A" nos lembra que a música é subjetiva e que a experiência de cada ouvinte é única. A natureza enigmática desse disco permitiu que ele resistisse ao teste do tempo, continuando a provocar discussões e inspirar interpretações décadas após o seu lançamento. Seja qual for a opinião de alguém, o álbum “Kid A” do RADIOHEAD continua sendo uma prova das possibilidades ilimitadas de expressão musical e do impacto de artistas que seguem os seus instintos criativos sem titubear.





"Everything in its Right Place" (Disco: "Kid A")


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