Dave Grohl: a clássica música do Foo Fighters que ele pensou que todo mundo da banda iria odiar
Nem sempre se espera que os artistas amem seu próprio trabalho na íntegra.
Dave Grohl é sempre honesto quando fala sobre as músicas do FOO FIGHTERS e quando o grupo ainda estava tentando descobrir o que queria ser quando foram gravar seu 1º disco juntos como uma banda, uma vez ele admitiu que a canção "Monkey Wrench" ficou polida demais na gravação final para o álbum "The Colour and The Shape" (2º disco, 1997).
Então, novamente, a música "Monkey Wrench" mesmo assim soa muito mais corajosa e real do que muita coisa desde então. É uma gravação que quase parece rápida demais, mas que corre em seu próprio bem, com Grohl fervendo de raiva cantando sobre ter sido deixado de lado por uma paixão antiga.
Quando Grohl começou a compor as canções para esse álbum, esse tipo de abordagem lírica era exatamente o oposto do que ele havia presenciado antes de formar o FOO FIGHTERS. Por exemplo, comparado com outros vocalistas grunge que escreviam sobre seus sentimentos, o álbum homônimo de estreia do FOO FIGHTERS foi mais descontraído do que aquele espectro grunge de origem que conhecemos.
Depois que a banda já estava formada e fazendo turnês do seu 1º disco, por um tempo, tanto Grohl quanto seus companheiros de banda ainda estavam tentando ver se conseguiriam escrever novas e boas músicas agora como uma banda completa.
E quando eles criaram a canção “My Hero” (2º disco) durante uma passagem de som antes de um show, foi motivação suficiente para qualquer um querer continuar.
Mesmo com todos os acordes poderosos que a música "Monkey Wrench" nos apresenta, Grohl tinha esse riff flutuando em sua cabeça por um tempo, mas estava convencido de que o resto da banda não iria gostar.
Ao apresentar a música "Monkey Wrench" para o grupo, Grohl nem ficou tão empolgado achando que seus colegas não iriam curtir, conforme uma entrevista concedida para a revista britânica Kerrang: “Com a canção 'Monkey Wrench', eu lembro que tinha o riff principal, mas não tinha ainda aquele pequeno riff estridente (agudo) que corre junto com o riff principal e que ultrapassaria os limites. Foi quando eu pensei que precisava de alguma coisa a mais, então, criei esse riff estridente e pensei: ‘Meu Deus, isso nunca vai dar certo! Todo mundo vai odiar isso’”.
Se esse riff agudo não estivesse lá, teria uma boa chance de que a música nunca teria funcionado. Certamente há trechos que o riff principal se encaixaria bem sozinho, mas abrir a música com apenas um monte de acordes poderosos não ficaria tão interessante quanto colocar esse riff estridente por cima.
Embora toda a banda tenha recebido esta canção de braços abertos, 02 deles não se preocuparam em ficar por muito mais tempo com o grupo, com o baterista William Goldsmith saindo depois que Grohl assumiu sem avisar ninguém a bateria do FOO FIGHTERS para refazer praticamente toda a linha de bateria das músicas desse disco, e o guitarrista Pat Smear, que só permaneceria por mais 06 meses depois de se cansar da vida em turnês.
FOO FIGHTERS já pode ter estado à beira do colapso em algumas vezes na carreira (vide também em 2002 e mais recentemente com o falecimento do baterista Taylor Hawkins), mas uma banda que consegue lançar hits em praticamente todos os álbuns que lançam e que ficam grampeados no setlist dos shows até hoje, é difícil realmente de pensar na hipótese de querer terminar com a banda.
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