Dave Grohl: “esse álbum do Led Zeppelin salvou em mim um pouco de luz que ainda tenho”
Para qualquer fã de música, um álbum é sempre mais do que apenas uma coleção de músicas.
É uma obra de arte que pode levar anos para ser desempacotada por completa em sua mente (ainda contando), mas nenhuma quantidade de dissecação de cada canção se comparará à maneira como a música faz as pessoas se sentirem no minuto em que colocam um vinil, CD ou fita-cassete para escutar aquele álbum na íntegra.
E para Dave Grohl, sua linhagem musical remonta ao LED ZEPPELIN e mais especificamente o 3º álbum da banda lançado em 1970, "Led Zeppelin III".
Para a nova geração que queira conhecer o LED ZEPPELIN, esse 3º disco pode ser uma entrada um pouco estranha em seu catálogo. Antes disso, todos conheciam a banda como o tipo de grupo que estava trazendo seu blues elétrico misturado com um enérgico rock'n roll para as massas.
Seu álbum homônimo de estreia lançado em 1969 já era um dos discos mais ferozes do final dos anos 60, e com o 2º álbum, "Led Zeppelin II", sendo lançado no mesmo ano devido ao grande sucesso da banda, foi quando o grupo deixou de ser um acaso para os céticos e lançou mais um punhado de clássicas músicas que ficariam marcadas na história do rock.
Ao colocarem o disco "Led Zeppelin III" para tocar pela 1ª vez na época de seu lançamento, parecia que os fãs estavam esperando algo ainda maior com a música de abertura, "Immigrant Song", mas a isca cai bem, para logo depois a banda nos apresentar seu material de meio-tempo com mudanças tonais mais abruptas do que tinham apresentado em seus 02 primeiros discos. E mais, aqui vemos o LED ZEPPELIN abraçando seu lado folk e acústico.
A guitarra pode não ter sido tão feroz em todas as músicas lançadas nesse 3º álbum, mas Dave Grohl tinha a idade certa para experimentar essa música, conforme ele disse uma vez para a revista Rolling Stone: “O disco 'Led Zeppelin III' era cheio de uma gentil beleza. Essa foi a trilha sonora para que eu abandonasse a escola, sabe? Eu escutava esse álbum em uma fita-cassete todos os dias dentro do meu fusca, enquanto estava aprendendo a dirigir na adolescência. Por alguma razão, esse disco salvou em mim um pouco de luz que ainda tenho”.
Sendo baterista do NIRVANA ou frontman do FOO FIGHTERS, ambas possuem um rock muito mais direto do que o LED ZEPPELIN, mesmo assim, Grohl ocasionalmente encontrou maneiras de deslizar essa influência do disco "Led Zeppelin III" em suas próprias coisas. Músicas acústicas não eram nenhuma novidade para ele, quando assistimos o acústico do NIRVANA na MTV em 1993 ou escutando o Disco 2 do álbum duplo do FOO FIGHTERS, "In Your Honor" (5º disco, 2005), que é totalmente acústico.
Grohl já disse em entrevista que o álbum póstumo do LED ZEPPELIN, "Coda" (9º disco, 1982), é o seu preferido da discografia da banda, e que o álbum "Physical Graffiti" (6º disco, 1975) é o melhor álbum de rock clássico de todos os tempos, mas o disco "Led Zeppelin III" pode ter sido a abertura da caixa de pandora fazendo cair as cortinas para o adolescente Dave Grohl, enxergando o que mais se poderia fazer com a música rock.
E para o LED ZEPPELIN, talvez tenha sido a faísca original de uma descoberta para eles mesmos e que, talvez, sem primeiro passar por esse 3º disco, não teríamos conseguido ouvir a música "Stairway to Heaven" como a ouvimos hoje e que seria lançada no álbum sucessor, "Led Zeppelin IV" (4º disco, 1971).
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