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by Brunelson

Dave Grohl: "não há detalhes ou habilidades para lidar com o sucesso que o Nirvana teve"


Dave Grohl, talvez o último verdadeiro rockstar, teve uma carreira mais do que adequada ao rótulo.


Começando a vida como um amante do rock clássico, dos BEATLES ao RUSH e LED ZEPPELIN, Grohl rapidamente se tornou um jovem prodígio da bateria. Essa habilidade o faria sair de sua vida tradicional, abandonando a escola no 2º grau para embarcar em uma carreira musical que o tornaria um dos músicos de rock mais influentes de todos os tempos, ocupando um lugar merecido na mesa ao lado daqueles que ele chamou de heróis.

Notoriamente, ele mentiu sobre a sua idade ao fazer um teste para o influente grupo punk hardcore da capital Washington, SCREAM. Como ele tinha 17 anos de idade na época, Grohl alegou que era mais velho e quando finalmente foi convidado a entrar na banda, o baterista adolescente ficou surpreso, então, ele abandonou a escola para ansiosamente começar a sua carreira como baterista de uma banda de rock.

Grohl disse uma vez em entrevista: “Eu tinha 17 anos de idade e estava extremamente ansioso para ver o mundo, então, eu entrei no SCREAM”.

Este salto para o desconhecido não apenas daria a Grohl uma experiência inestimável, mas abriria as portas para ingressar no NIRVANA, uma das bandas mais importante de todos os tempos.


Ao tocar com o SCREAM, ele acabou conhecendo e se tornou fã da banda MELVINS, de quem ele acabaria se tornando amigo. Mais tarde, para um show do SCREAM em 1990 na costa oeste americana, o MELVINS trouxe os seus amigos da região, Kurt Cobain e Krist Novoselic, que tocavam numa banda chamada NIRVANA, para juntos assistirem ao show.

Quando o SCREAM se separou no 2º semestre de 1990, Grohl telefonou para o frontman do MELVINS, Buzz Osborne, para pedir conselhos. Durante esse bate-papo, Osborne falou que o NIRVANA estava procurando um baterista e deu a Grohl os números de telefone de Cobain e Novoselic, que o convidaram para um teste de audição em Seattle.


Como os fãs sabem agora, Grohl passou no teste com louvor e Novoselic lembraria mais tarde que, em poucos minutos, ele e Cobain sabiam que Grohl era o baterista perfeito para o trabalho.


Em 2010, Dave Grohl foi entrevistado pela Q Magazine e se recordou desse fato: “Eu me lembro de estar na mesma sala de ensaio com eles e pensar: 'O quê? Isso daqui é o NIRVANA? Você só pode estar brincando'. Porque na capa do disco deles de estreia, 'Bleach' (1989), eles pareciam lenhadores psicopatas e eu me pegava pensando: 'Você está brincando comigo, não é?'"

Sendo assim, o palco estava montado para que a história fosse feita.



Em 1991, NIRVANA lançaria o seu 2º álbum de estúdio e o 1º com Dave Grohl na bateria, "Nevermind", e quase da noite para o dia eles se tornaram a maior banda do planeta.

Tragicamente, as coisas não terminariam como todos esperavam para essa banda grunge power trio. O grupo ainda lançaria um disco com inéditas músicas que foram sobras de estúdio e covers, "Incesticide" (3º trabalho de estúdio, 1992), e o seu álbum final, "In Utero" (4º trabalho de estúdio, 1993), esse último um disco muito mais sombrio em comparação ao álbum "Nevermind" e influenciado pela escuridão envolvendo Kurt Cobain.

Lutando contra o chamado da "voz de sua geração", um vício em heroína e problemas de saúde física e mental, em abril de 1994, Cobain faleceria tragicamente, o que imediatamente significou o fim do NIRVANA. Naturalmente, isso levou Grohl e Novoselic a um poço sem fundo de suas próprias depressões e mudaria as suas vidas e carreiras para sempre.


Após um período de foco em sua saúde pessoal e criativa, Grohl gravou sozinho o que se tornaria o 1º álbum de estúdio do FOO FIGHTERS, "Foo Fighters" (1995), e foi por meio dessa nova roupagem que Grohl iria assumir os vocais e guitarra, e voltaria à luz mais uma vez.



Com esse disco do FOO FIGHTERS, Grohl mostrou de forma contundente que era muito mais do que apenas um baterista. Como figura criativa de sua própria banda, ele se confirmou como um dos verdadeiros grandes nomes do rock moderno.

Pulando para 2021, quando foi entrevistado pelo canal de TV, Channel 4 News, Grohl refletiu sobre como a sua experiência como frontman do FOO FIGHTERS é diferente da experiência que Kurt Cobain teve no NIRVANA. Ele atribuiu isso a 02 coisas: o sucesso do NIRVANA e a experiência que ele aprendeu em estar numa banda que se tornou enorme em um piscar de olhos.

Grohl começou falando: “Quando eu estava no NIRVANA, eu era o baterista e acho que você nem conseguia ver o meu rosto. Eu tinha tanto cabelo caído na frente do meu rosto enquanto tocava bateria, você sabe, eu era praticamente anônimo naquela banda. Eu quase poderia entrar pela porta da frente de um show nosso e não ser reconhecido. Então, a minha experiência foi muito diferente de alguém como Kurt Cobain, sabe, porque Kurt teve que carregar o peso e a responsabilidade de ser o rosto da banda e quando a sua banda se torna bem-sucedida e popular tão rápido do jeito que aconteceu com o NIRVANA, isto se torna um caminho realmente difícil de navegar”.

Ele finalizou: “Não há detalhes, habilidades, conjunto de habilidades ou ferramentas para lidar com algo assim. Você tem que realmente se segurar e esperar que sobreviva. Sabe, depois do NIRVANA… Eu aprendi muitas coisas estando no NIRVANA, aprendi muito o que fazer e o que não fazer, e acho que aplico essas coisas no FOO FIGHTERS agora, então, a minha experiência como frontman e como vocalista de uma banda, é muito, mas muito diferente do que eu acho que foi a de Kurt Cobain no NIRVANA”.









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