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by Brunelson

Dave Grohl: quando se apresentou em um asilo com sua banda de garagem da adolescência


De todos os artistas modernos, Dave Grohl é provavelmente um dos mais comprometidos com o ato de tocar ao vivo na frente das pessoas. 


Em 2015, quando ele caiu do palco e quebrou o pé em um show na Suécia, Grohl decidiu continuar tocando sentado enquanto os médicos chegavam e tratavam sua perna. Então, ele continuou em turnê com um grande trono do rock para não ter que cancelar os shows futuros. 


Há algo inerentemente belo em um show. Ter seu artista favorito vindo para sua cidade natal e tocando as suas músicas que marcaram a nossa infância e adolescência, ao lado de muitas pessoas que compartilham a mesma admiração por aquele som, é quase como um "aleluia" quando os braços se levantam e os aplausos e gritos acontecem.


“Conheci um garoto no restaurante de um hotel uma vez, quando estávamos em turnê com o FOO FIGHTERS”, lembrou Grohl em uma entrevista. “Estávamos na Finlândia e ele tocava em uma banda de garagem local. Ele veio e disse que começou a tocar guitarra por nossa causa, o que foi a maior lisonja pra mim... Eu sei quem são os meus heróis e cubro todos eles de elogios e bênçãos porque eu não seria o músico que eu sou se não fossem por eles".


Dave Grohl é um músico que foi moldado pela performance ao vivo e isso alimenta a energia contida na música que tanto o NIRVANA quanto o FOO FIGHTERS fizeram, mas também em quanto esforço ele coloca nos shows. 


Grohl já tocava guitarra quando adolescente, mas só havia tentado covers com suas bandas de garagem. Ele não achava que tinha habilidade musical para produzir material original. Foi ao ouvir a música punk rock que ele soube o tipo de som que queria tentar alcançar e esse novo senso de clareza o estimulou a escrever músicas para si mesmo e começar a tocar.


Os primeiros shows que ele se lembra de ter feito foram em festas de quintal na casa de amigos, mas um show daquela época que mais ficou gravado em sua mente foi aquele que eles fizeram em uma casa de asilo: “Acho que foi algo que fizemos para obter créditos extras na escola, porque todas as pessoas da banda eram meus colegas de sala de aula”, disse Grohl. “Tínhamos 12 ou 13 anos de idade e pensamos em muitas piadas que poderíamos fazer naquela apresentação sobre o público estar morto, o que para nós foi hilário. Estávamos tocando para pessoas na casa dos 90 anos de idade, sabe? E tocamos a música ‘Time is on My Side’ do ROLLING STONES, tipo, nem percebemos a comédia ou a ironia em tocar uma canção com esse título para aquelas pessoas”.


Tocar em bandas do ensino médio com amigos é uma boa introdução à música. Você está com pessoas com quem se dá bem e tentando encontrar um som que faça você se sentir como as grandes estrelas do rock ‘n roll que você admira. No entanto, embora esta possa ser uma boa maneira de entrar no mundo da música, nada prepara os músicos para um próximo nível quando começam a se apresentar ao vivo na frente das pessoas. 


A 1ª banda com a qual Grohl fez uma turnê foi com o SCREAM. Ele tinha 18 anos de idade quando caiu na estrada com eles sendo o baterista do grupo e depois disso ele se juntaria ao NIRVANA. Seu primeiro show com o NIRVANA foi no North Shore Surf Club, na cidade de Olympia, perto de Seattle, em outubro de 1990. O plano era fazer um pequeno show como aquecimento para uma curta viagem pela Inglaterra que eles estavam prestes a embarcar. Para Grohl, foi a primeira vez que as pessoas fizeram fila para ver um show onde ele fazia parte da banda que iria se apresentar.


“Entramos e fizemos a passagem de som”, explicou ele. “Saí para comer alguma coisa, voltei e tinha fila no quarteirão inteiro! Eu nunca tinha visto isso em nenhum show que já tinha me apresentado. Havia centenas de pessoas e aquilo me surpreendeu. Eu me lembro de telefonar para a minha mãe e dizer: ‘Mãe, há pelo menos 300 pessoas na fila agora!’”


E depois com o FOO FIGHTERS, todo o resto é história...


Esses momentos de círculo completo estimularam Grohl, lembrando-o de que ele tem um dos melhores empregos do mundo e tem sorte de poder tocar para tantas pessoas. É por isso que uma perna quebrada é agora um pequeno inconveniente e ele sabe o quão impactante um show pode ser para as pessoas e a si mesmo. Grohl já teve que cancelar shows antes e nunca mais quer fazer isso, sendo que as performances ao vivo moldou não apenas quem ele é como músico, mas toda a sua vida, onde elas residem na vanguarda do seu próprio ser.


Grohl concluiu sobre a sua profissão: “É aquele tipo de merda em que eu fico pensando: ‘Isso é simplesmente uma loucura. Isso não faz nenhum sentido pra mim’. Sabe, eu aceito e não estou reclamando, mas realmente houve momentos em minha vida que simplesmente não conseguia acreditar".






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