David Gilmour: "fui intimidado pela gravadora a lançar o disco 'The Endless River' em nome do Pink Floyd"
David Gilmour, vocalista/guitarrista do PINK FLOYD, disse em recente entrevista que foi “intimidado” pela gravadora a fazer o último álbum de estúdio da banda, "The Endless River" (15º disco, 2014): "Nunca foi pensado para ser a continuação do álbum ‘The Division Bell' (14º disco, 1994)" .
O álbum "The Endless River" foi lançado depois de 20 anos do último disco até então, "The Division Bell". Nesse último álbum da banda, o mesmo contou com somente Gilmour e o baterista Nick Mason da formação clássica, com algumas gravações arquivadas do tecladista Richard Wright, que tinha falecido em 2008.
Sendo entrevistado pelo jornal Los Angeles Times, Gilmour explicou que enquanto gravavam o disco "The Division Bell", eles produziram muitas horas de música ambiente que originalmente era para compor um novo disco instrumental. No entanto, quando esse lançamento nunca aconteceu, Gilmour alegou que sua gravadora insistiu que aquelas gravações ambientais fossem lançadas - o que acabaria gerando o álbum "The Endless River".
Gilmour explicou: “Deixa eu te falar uma coisa. Quando gravamos o álbum 'The Division Bell', havia uma coisa que Andy Jackson, nosso engenheiro de som, tinha feito chamado ‘The Big Spliff’, que foi uma coleção de todos esses pedaços de jams sessions que fizemos no estúdio quando estávamos gravando esse disco e que lançaríamos em edições extras ou em relançamentos em datas de aniversário do álbum".
“Muitos fãs queriam que lançássemos essas jams naquela época e pensamos em dar de presente a eles. Meu erro, suponho, foi ter sido intimidado pela gravadora para lançá-lo como um disco devidamente pago do PINK FLOYD, 'The Endless River'. Deveria ter ficado claro o que era, ou seja, nunca foi pretendido ser a continuação do álbum ‘The Division Bell’. Mas você sabe, nunca é tarde demais para cair em uma dessas armadilhas novamente”.
Recentemente, o PINK FLOYD concordou em vender seu catálogo por US$ 400 milhões de dólares em um acordo com a Sony.
De acordo com a Music Business Worldwide, o acordo dos lendários veteranos do rock com a gigante da música está definido para incluir o catálogo de gravação da banda, direitos em parcerias e direitos de nome e imagem. No entanto, os direitos de publicação da banda não foram incluídos no acordo.
Nessa mesma entrevista, Gilmour também foi questionado se ele estava preocupado se este acordo resultaria em outras instâncias, como o disco "The Endless River", um álbum que contou com somente 2/4 da formação clássica e onde a música da banda seria apresentada em formas que ele não gostaria.
"Não estou preocupado", respondeu Gilmour, “é história e é tudo passado. Essas coisas são para as gerações futuras. Eu já sou uma pessoa velha e passei os últimos 40 anos tentando lutar a boa luta contra as forças da indolência e da ganância para fazer o melhor que poderíamos fazer com o nosso catálogo. E eu desisti dessa luta agora... Eu tenho o meu adiantamento financeiro, porque, você sabe, esse adiantamento não é sobre dinheiro novo ou algo assim. É um adiantamento contra o que eu teria ganho nos próximos anos de qualquer maneira, mas as discussões, brigas e idiotices que têm acontecido nos últimos 40 anos entre esses quatro grupos díspares de pessoas e seus empresários e o que quer que seja, sabe, é adorável dizer adeus a esse imbróglio... Ah, e eu não vendi os direitos de publicação da banda”.
Sobre o motivo de não ter vendido os direitos de publicação, ele finalizou: “Essa é uma questão muito, muito diferente. Você tem que ter um acordo sobre licenças de sincronização e todo esse tipo de coisa. A Sony comprou os discos, as gravações e pode fazer o que quiser com elas, mas se mesmo assim aparecer em um anúncio, eu não vou dar a mínima. Eu simplesmente não vou me importar, porque há todo tipo de coisa que é tão desagradável quanto a isso”.
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