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by Brunelson

Deep Purple: a clássica música que o guitarrista Ritchie Blackmore criou em forma de piada


Os prós e contras de estar em uma banda de rock profissional nem sempre são tão glamorosos quanto parecem.

Mesmo que tocar músicas para as pessoas diretamente possa ser um dos maiores sentimentos do mundo, há muita burocracia entre chegar a esse palco, incluindo agradar alguns da imprensa que não se importam exatamente com a música em questão.

Sendo assim, alguns artistas procuram se divertir ao lidar com os agentes da mídia e o ex-guitarrista e um dos membros fundadores do DEEP PURPLE, Ritchie Blackmore, encontrou a inspiração perfeita ao responder a pergunta de um repórter.



Até então, o DEEP PURPLE já tinha lançado 03 álbuns de estúdio com a sua formação original de 1967 à 1969 (que não é a clássica) e ao falar sobre as suas primeiras inspirações, Blackmore mencionou ver o LED ZEPPELIN como o ponto de referência óbvio ao criar suas músicas, conforme entrevista registrada no DVD, "Classic Albums": “Não foi até o LED ZEPPELIN aparecer em 1969 que pensamos: 'Esse é o tipo de música que queremos tocar', quero dizer, aquele tipo de rock com riffs”.



Além dos sons primitivos do LED ZEPPELIN, o DEEP PURPLE também se acostumou a improvisar nos palcos, muitas vezes pegando as suas músicas populares compactas e colocando um arranjo muito maior em torno delas quando as tocavam ao vivo. Às vezes, a banda até admitia que não tinha certeza para onde o show iria seguir, criando arranjos e jams no local e na mesma hora.

Quando perguntado sobre a sua capacidade de improvisação, o falecido tecladista e também membro fundador, Jon Lord, explicou que veio de anos de prática comum, dizendo ao site Metal Evolution: “Tivemos o prazer de tocar na frente de outros músicos e falar: 'Esperem, vocês irão gostar do que nós vamos tocar. Não sabemos o que vamos tocar, mas sabemos que vocês vão gostar’”.

Enquanto a banda estava em seu ônibus de turnê para o próximo show por volta de 1971/1972, o vocalista Ian Gillan se lembrou de Blackmore apresentando o riff do que se tornaria na clássica música "Highway Star" (6º disco, "Machine Head", 1972), por causa de um repórter perguntando ao guitarrista como ele criava as suas músicas.



Nesse mesmo DVD, Gillan explicou: “Ritchie estava tocando com um banjo e um repórter que estava viajando junto conosco em nosso ônibus lhe perguntou: 'Como você compõe uma música?' E Ritchie apenas falou: 'Assim', e começou a dedilhar somente a corda Mi aberta olhando a paisagem pela janela do ônibus".

Porém, havia algo no riff instintivo de Blackmore que acendeu um fogo em Gillan, escrevendo uma música inteira sobre a liberdade de andar em um carro veloz. Lord até conseguiu adicionar extensões diferentes aos seus solos, estabelecendo uma progressão de acordes quase de música clássica como Bach para a seção intermediária da canção e Blackmore o elevando com arpejos ao estilo de Mozart.

Apesar da música originar-se de uma "jam session de piadas", Blackmore considera o solo da música "Highway Star" um dos poucos em sua carreira que teve que ser planejado, concluindo: “Quando se tratava de um solo, haveria muito tempo em que eu teria 8 ou 16 compassos onde não teria ideia do que iria tocar nos shows, exceto pelo solo da canção 'Highway Star'”.

Embora a estrutura da música possa ter começado em um lugar rudimentar, o DEEP PURPLE apenas criou uma das músicas mais clássicas na história do rock'n roll e gerando assim um som espetacular.


"Highway Star"




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