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  • by Brunelson

Deep Purple: o clássico álbum da banda gravado inteiramente em um hotel


Era um plano bastante simples.

Os pioneiros do hard rock britânico, DEEP PURPLE, iriam gravar o seu 6º álbum de estúdio, "Machine Head" (1972), no Montreaux Casino, na Suíça. Sob o olhar atento de Claude Nobs, que também dirigia o Montreaux Jazz Festival, a banda estava de olho em usar o palco da performance como um estúdio de gravação, com a possível ideia de criar uma gravação meio ao vivo / meio estúdio. Tudo o que eles precisavam fazer era esperar pelo término do festival, para que se preparassem para gravar o disco no início do inverno.

A última banda que iria se apresentar no festival para encerrar o mesmo era o grupo de Frank Zappa, MOTHERS OF INVENTION. Durante a sua performance e com os membros do DEEP PURPLE assistindo, um membro da plateia disparou um sinalizador em direção ao teto. As chamas resultantes envolveram completamente o cassino e embora ninguém tivesse se machucado, o DEEP PURPLE agora estava sem local para gravar esse clássico álbum.

Inicialmente, a solução foi instalar todo o equipamento do grupo num teatro que ficava ali perto. Nobs ajudou a banda a reservar o teatro, mas o volume alto do DEEP PURPLE acabou causando reclamações de barulho que os expulsaram do local.

Com os recursos acabando, era hora de algo "desesperado".

A essa altura, o grupo estava procurando por qualquer prédio que pudesse permitir que eles tocassem em volumes altos sem serem perturbados. O majestoso Grand Hotel des Alpes, localizado nos arredores de Montreaux, era a solução improvável. O Grand Hotel estava vazio e em grande parte abandonado nessa época, o que deu ao DEEP PURPLE o cenário perfeito para gravar as suas músicas sem ter que se preocupar em incomodar os hóspedes.

No final de um corredor no saguão principal, a banda montou os seus equipamentos e começou a gravar o disco "Machine Head". Instrumentos e amplificadores estavam espalhados por diferentes salas e partes do corredor de maneira aleatória, tudo alimentado no caminhão de gravação móvel que estava estacionado do lado de fora do hotel.


Depois de um certo ponto e tendo que encarar o forte frio do lado de fora do hotel, o DEEP PURPLE parou de ouvir as suas gravações de tomadas em tomadas, porque era muito difícil entrar e sair do hotel para se dirigir até a unidade móvel de gravação - conforme é explicado no documentário, "Classic Albums".

“Tínhamos a unidade móvel de gravação do ROLLING STONES que ficava do lado de fora do hotel, na neve”, lembrou o guitarrista Ritchie Blackmore numa entrevista para a revista Guitar World. “Assim que chegávamos ao caminhão para escutarmos o que tínhamos gravado, chegou um momento, mesmo que não achássemos que era uma gravação perfeita, que dizíamos: 'Ok, isso é bom o suficiente'. Porque simplesmente não aguentávamos mais fazer todo aquele longo trajeto de sair e entrar no hotel novamente, devido às dificuldades de locomoção e do frio que fazia lá fora”.

As experiências da banda vivendo aquele momento, foram a inspiração para a canção "Smoke on The Water", que relata o incêndio que os colocou para gravar o álbum no Grand Hotel. Apesar de não ser um estúdio propriamente dito, o Grand Hotel acabou sendo a solução perfeita para o DEEP PURPLE gerando clássicos durante as gravações, assim como as músicas "Highway Star" e "Space Truckin’".

Por sua ajuda e adaptabilidade, Nobs recebeu o seu devido crédito nas notas do encarte do álbum e uma menção na letra da canção "Smoke on The Water" sendo citado como "Funky Claude".








"Smoke on The Water"




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