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by Brunelson

Eddie Vedder: revelando uma das suas bandas preferidas de Seattle


A música está sempre entrelaçada com a sociedade que a cerca.

Você não pode ter o punk rock sem a distopia que a cidade de New York gerou; você não pode imaginar as baladas de Bruce Springsteen sem as longas estradas abertas à sua frente, e você não pode ouvir reggae sem ser figurativamente levado para a praia.

No noroeste dos EUA em meados dos anos 80 também não foi diferente, quando o brilho espalhafatoso da década de 80 do hair/glam metal começou a se desgastar e um novo gênero do rock estava prestes a explodir.

O glam metal estava sendo isolado dos clubes de música em Seattle, como o OK Hotel e o Re-Bar, e em seu lugar as camisas de flanela e os vocais rabugentos ganhavam vida.

Seattle foi o epicentro da explosão do grunge que logo mudaria o mundo da música. Não só o PEARL JAM é um dos grupos mais celebrados da cena, mas com o seu disco de estreia de 1991, "Ten", eles ajudaram a estabelecer os princípios do gênero para outros seguirem.


À frente da banda estava o vocalista Eddie Vedder e que também se tornou o arquétipo áspero de um frontman do grunge.

O sucesso do PEARL JAM viria a seguir a trilha deixada pelo NIRVANA, assim como o ALICE IN CHAINS e o SOUNDGARDEN também embarcariam nessa. Todas vieram de Seattle e viriam a se tornar nas 04 grandes bandas de Seattle, mas em vez disso, numa entrevista, Vedder afirmou que a maior banda que veio desse epicentro que gerou um movimento global não foi outra, senão, o MUDHONEY.


Sendo entrevistado pelo radialista Howard Stern em 2020, Vedder descartou as alegações de que a cena sonora de Seattle era segregada por rivalidades ferozes e afirmou que o MUDHONEY não era apenas uma grande banda, mas uma cola amigável central para o movimento.






Ele tinha declarado: “Uma das minhas bandas favoritas de Seattle é o MUDHONEY, mesmo o som da nossa banda não se encaixando com o som deles, o que foi bom também. Sou muito grato por ter o pessoal do MUDHONEY como nossos amigos”.

MUDHONEY foi formado em 1988 e logo assinou com a icônica gravadora independente, a Sub Pop Records, que ajudou a destacar o movimento grunge para o mundo inteiro. Enquanto os holofotes vagavam por bandas maiores e deixavam o MUDHONEY um pouco na escuridão, eles ainda conseguiram atrair atenção underground suficiente para lançar 10 álbuns de estúdio e inspirar inúmeros outros grupos - além de estarem em atividade até hoje.


Eles estavam tão envolvidos no âmago do nascimento do grunge, que antes do MUDHONEY, o vocalista Mark Arm e o guitarrista Steve Turner tocavam no GREEN RIVER, junto com o futuro baixista e guitarrista do PEARL JAM, Jeff Ament e Stone Gossard.

Por exemplo, Kurt Cobain defendeu o EP de estreia do MUDHONEY, "Superfuzz Bigmuff" (1988) como um dos seus discos favoritos de todos os tempos. Embora não seja um hino como alguns dos seus homólogos, a estética bagunçada desse EP formou a base de tudo o que se seguiu.

Assim como foi deixado nas notas do encarte de relançamento do EP "Superfuzz Bigmuff": “O nosso sentimento – e eu sei que não estamos sozinho nisso – é que, apesar de todo o jogo e atenção mundial que várias bandas da área de Seattle receberam durante o período de 1988 à 1992, no final do dia (e mesmo na época), havia o MUDHONEY. Você e todos os outros que prestaram muita atenção no rock underground durante esses anos, percebe que o MUDHONEY ainda soa como os 'chefões' indiscutíveis da música punk rock em Seattle”.

E assim como Vedder argumentou, MUDHONEY não era apenas os heróis não reconhecidos que ajudaram a colocar a cena em ordem, mas eles também a impulsionaram em primeiro lugar.


Ele até criaria uma música chamada "Lukin" (4º disco do PEARL JAM, "No Code", 1996) em homenagem a um dos membros do MUDHONEY, o baixista original, Matt Lukin (que também foi o baixista original do MELVINS).

Para sempre nos livros de história, o legado do MUDHONEY viverá.




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