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by Brunelson

Foo Fighters: resenha do álbum "But Here We Are" pela revista New Music Express


Confira a resenha que a revista britânica New Music Express fez sobre o novo álbum de estúdio do FOO FIGHTERS, "But Here We Are" (11º disco, a ser lançado em junho de 2023), concedendo nota máxima de 05 estrelas. Segue:

Dave Grohl e a sua turma lidam com a dor.

Após os falecimentos do baterista da banda, Taylor Hawkins, e da mãe de Dave Grohl, Virginia, o 11º álbum do FOO FIGHTERS é um brinde adequadamente pensativo aos poderes restauradores do rock em nossas vidas, onde o FOO FIGHTERS tem estado em sua forma mais forte ao lidar com o inevitável.

A música "Everlong" (2º disco, "The Colour and The Shape", 1997), foi escrita no fundo do poço emergindo das lutas de Dave Grohl, tanto profissional quanto pessoalmente. Em 02 de suas canções mais impactantes na carreira, como "Times Like These" (4º disco, One by One, 2002) e "These Days" (7º disco, "Wasting Light", 2011), eles encaram a morte de frente e reconhecem plenamente o peso da vida. Mesmo no álbum "Medicine at Midnight" (10º disco, 2021), apresenta uma música salpicada de uma desgraça inquietante, "Waiting on a War", documentando uma vida inteira esperando pela aniquilação entre poderes governamentais.

A razão pela qual esses hinos poderosos de perda e desgosto são capazes de unir estádios cheios de pessoas que não se conhecem, é a causa da positividade implacável que Grohl e sua turma sempre canalizaram. Desde o momento em que Grohl formou a banda em 1995, após a morte do seu colega do NIRVANA, Kurt Cobain, o FOO FIGHTERS constantemente diz às pessoas que as coisas podem e vão melhorar.

Mas o seu novo álbum de estúdio, "But Here We Are", não é tão certo assim...

Ele emerge dos destroços de 02 perdas devastadoras. Primeiro, o amado baterista da banda, Taylor Hawkins, que faleceu repentinamente em março de 2022 enquanto a banda estava em turnê. Segundo, a mãe de Dave Grohl, Virginia, que morreu em agosto de 2022. O disco é dedicado a esses dois pilares constantes de suas vidas.

"But Here We Are" é o 1º álbum do FOO FIGHTERS em que as letras vieram primeiro e a banda manteve a sua criação em segredo até o lançamento do single principal, a música "Rescued". Grohl toca bateria em todo o álbum, Greg Kurstin voltou a produzir o disco ao lado da banda (ele tinha produzido os 02 últimos álbuns) e a única participação especial é da filha de 17 anos de idade de Grohl, Violet Grohl, com os seus vocais em dueto na canção "Show Me How".

Do começo ao fim, é um assunto de família.

Não é surpresa que pareça que Grohl está cantando diretamente para aqueles que ele perdeu, enquanto outros momentos são feitos para se dirigir a plateias lotadas unidas pela perda e dor. Por tudo isso, há uma sensação de que a banda não está apenas tentando dar sentido a este novo capítulo em suas vidas, mas encontrando um caminho a seguir.

Sendo assim, uma recente transmissão ao vivo em rede global pela internet os viu apresentando o novo baterista da banda, Josh Freese, antes da turnê americana que iniciou-se nesta quarta-feira passada (24/05/2023).

Como seria de esperar, também há muito desgosto no novo disco. A canção acústica gaguejante, "The Glass", mostra Grohl falando claramente: “Eu tinha uma pessoa que amo / E assim, fui deixado para viver sem ela”.


A música "Hearing Voices" é um número gótico que acena liricamente para a canção "Everlong", com as letras: "Tarde da noite / Digo a mim mesmo que nada tão bom pode durar para sempre", desaparecendo suavemente com Grohl implorando: "Fale comigo, meu amor".

Mesmo com o assunto sobre perda e morte, o álbum nunca parece totalmente miserável, com o disco em certos momentos canalizando sonoramente a mesma urgência de um álbum como "Wasting Light" (7º disco, 2011) e a banda buscando uma catarse barulhenta em todas as músicas. Há muitos solos de guitarra extravagantes, ganchos que dominarão arenas lotadas e colapsos vertiginosos ao longo do caminho.


O single principal, a canção "Rescued", é um hino de rock comunitário e otimista que parece ter sido criada para ser tocada nos shows, além da música surf rock, "Under You", que pode ser uma das canções mais imediatas que o FOO FIGHTERS já lançou, com Grohl cantando: “Acho que estou superando / Mas não há como superar”.

A banda também não tem medo de se aventurar em território desconhecido, com a música "Nothing at All" sendo apresentada em um ritmo elegante e a canção "Beyond Me" inspirando-se em momentos mais ternos.


Depois, há a música "Show Me How", um corte assombrado que se concentra na parte reconfortante do passado. Essa é uma das poucas canções do álbum que não termina em uma jam session caótica, com Grohl questionando a sua própria mortalidade. Parece não haver muita esperança, mas há uma resiliência silenciosa nessa música sublinhada pelos vocais calorosos de sua filha, Violet Grohl.

E o que falar da canção "The Teacher", um épico de 10 minutos que mostra o grupo em sua forma mais ambiciosa. Uma abertura etérea mostra Grohl cantando suavemente: “Eu posso sentir o que os outros fazem / Não consigo parar se eu quiser”, talvez explicando a sua motivação para fazer esse álbum, antes de entrar no território familiar do rock ‘n’ roll. Um colapso bombástico e letras lutam com escapismo, levando a um lindo terço final que puxa forte influência do THE CURE para a atual trilha sonora da banda em momentos de clareza no meio do luto. “Tente e faça o bem com o ar que lhe sobra / Contando cada minuto / Vivendo respiração a respiração”, canta Grohl antes de um noise jam onipotente que soa como o fim do mundo, com gritos de “adeus” e uma calma repentina.

Então, temos a música que encerra o disco, "Rest", uma canção acústica despojada que é tão crua que parece mais uma gravação demo. Com Grohl cantando palavras ternas, esta simples música não poderia ser mais diferente dos épicos de estádio que vieram antes dela, com as letras: “Ao acordar / Tive outro sonho com nós / No sol quente da Virgínia / Lá te encontrarei”, ele sussurra, encerrando o álbum com um lampejo final de positividade resoluta.

O disco "But Here We Are" é uma bela e barulhenta celebração da fraternidade e uma exploração dura e dolorosa sobre a perda. É confuso, angustiante, ambicioso e lindo, enquanto os membros sobreviventes do FOO FIGHTERS se esforçam para irem além dos seus limites.


Por tudo isso, este álbum é um lembrete inegável do poder curativo e unificador da música.


Track-list:


1. Rescued

2. Under You

3. Hearing Voices

4. But Here We Are

5. The Glass

6. Nothing at All

7. Show Me How

8. Beyond Me

9. The Teacher

10. Rest

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