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by Brunelson

Foo Fighters: resenha do show no Boston Calling Festival, EUA - 26/05/2023


Confira a resenha que a revista britânica New Music Express fez sobre o show do FOO FIGHTERS realizado nesta sexta-feira passada, 26/05/2023, no Boston Calling Festival (foto), concedendo 04 estrelas num total de 05.


A banda está atualmente em turnê americana divulgando o vindouro álbum de estúdio, "But Here We Are" (11º disco, a ser lançado em junho de 2023).




Segue:

FOO FIGHTERS ao vivo no Boston Calling Festival: um retorno emocionante, profundo e corajoso.

Boston, Massachusetts, 26 de maio de 2023. Em seu 1º festival após a morte do baterista Taylor Hawkins, a banda lembra aos fãs que eles estão aqui para ficar.

"Dedos Cruzados para o Cara Novo", está escrito na camisa do novo baterista do FOO FIGHTERS, Josh Freese, enquanto a mais nova iteração da banda sobe ao palco no movimentado Boston Calling Festival. Nunca houve qualquer dúvida de que a banda estaria à altura da ocasião. Estes experientes profissionais da música aprimoraram o seu ofício para algo próximo, se não da perfeição, mas certamente para a supremacia em seu campo de atuação. Também nunca houve dúvida de que Freese, um baterista de estúdio talentoso que trabalhou com nomes como NINE INCH NAILS e WEEZER, seria capaz de carregar o rico catálogo do FOO FIGHTERS em suas peles de bateria.

No entanto, havia um tipo diferente de incerteza no ar nessa noite...

Enquanto a multidão se acomodava sob o pôr do sol escaldante vestidos em camisas de suas bandas favoritas, a sensação de antecipação que precede qualquer show do FOO FIGHTERS é tingida com uma expectativa extra. Há um reconhecimento de uma ausência particular e uma tristeza abrangente que raramente vem antes de uma manchete bombástica do FOO FIGHTERS. A morte do baterista Taylor Hawkins em março de 2022 sempre estava pesando em seus procedimentos, a questão era como essa banda veterana, liderada por Dave Grohl, uma pessoa que perdeu mais de 01 amigo muito cedo na sua vida, iria navegar por essa tragédia?

Freese assume o papel com confiança em ser a curiosidade principal no palco, estabelecendo-se muito bem ao longo do show. Após a abertura garantida com a música "Rescued" (também a que abre e single do álbum "But Here We Are"), o baterista se debate com estilo em torno da sua bateria e na próxima do setlist, a clássica canção "Walk", evitando qualquer dúvida de suas habilidades. É apenas uma parte de um conjunto de bateria pesada, onde fica claro que a banda está usando isso como uma oportunidade para mostrar a sua nova seção de percussão e tranquilizar a todos, talvez até a si mesmos, de que não há problema em continuar.

É difícil não ler cada gesto e movimento de Grohl. Ainda assim, na maioria das vezes, ele está aqui para fazer o que sempre fez - possuir a multidão à sua frente, enquanto eles se agarram a cada nota fragmentada que emerge de sua boca e instrumentos. Qualquer espírito, alegria de viver ou vitalidade que alguém poderia ter perdoado Dave Grohl por perder em 2022, ele dobra agora, enquanto se inclina para as suas emoções e oferece uma performance de profundidade e coragem.

A multidão explode ao primeiro sinal da música "Learn to Fly", mas "Times Like These" é a primeira canção a bater com força quando Grohl abre a mesma em performance solo. As músicas, como Grohl observa ao longo do show, ganham novos significados com o passar do tempo, começando como uma coisa e se transformando em outra, assim como as letras desta canção: “É em momentos como esse que você aprende a amar de novo”, que carregam um impacto emocional muito maior do que nunca na carreira da banda.

Há uma notável falta de interação do público nas primeiras 05 músicas do show, enquanto a banda avançava sem pudor e oferecendo ao novo baterista espaço para mostrar os seus talentos, mas também espaço para Grohl e seus companheiros de banda se firmarem apenas na 3ª posição, por estarem se apresentando ao vivo em público como uma banda completa pela 1ª vez num festival desde o falecimento de Taylor Hawkins.

Mas então, o bom e velho Dave Grohl vem à tona: “Eu sei que é constrangedor ouvir os seus pais cantarem uma música... Que merda”, diz ele enquanto o público grita o refrão da canção "Breakout" de volta para ele. Há também uma autoconsciência irradiando da banda, como se eles estivessem perguntando aos fãs: "Está tudo bem com vocês?" E parece estranho e emocionante quando Grohl fica frente a frente com o baterista de sua banda e outra pessoa está sentada lá.

De repente, alguém muito novo de idade se senta na bateria - o filho de Taylor Hawkins, Shane - recebendo uma onda de amor e aplausos arrebatadores de uma multidão cativada. Depois que Shane Hawkins assume a bateria para tocar a canção "I'll Stick Around", Grohl comenta com o público: "É assim que parecia há 25 anos atrás", fazendo a multidão se perguntar se talvez haverá outro Hawkins em tempo integral por trás da bateria em algum dia no futuro.


A noite continua sendo um assunto de família, com a filha de Grohl se juntando ao seu pai nos vocais nas músicas "Rope" e na nova figurinha carimbada dos shows, "Shame Shame".

Mas novamente, essa noite é sobre o mais novo membro da família FOO FIGHTERS. Depois de se estabelecerem em sua formação clássica por 25 anos, Dave Grohl e Taylor Hawkins eram claros talismãs do grupo. Dadas as circunstâncias, sempre seria perturbador para todos testemunhar um novo rosto por trás da bateria, mas Josh Freese acrescenta uma firmeza e força ao som da banda, dando a músicas como "Best of You" uma urgência raivosa que não se via há anos.

Dizer que o FOO FIGHTERS está revigorado seria sugerir que antes eles estavam de alguma forma em declínio, mas a nova dimensão e impulso que Freese adiciona ao seu som lhes confere uma astúcia e peso que certamente os farão permanecer um esteio do rock'n'roll.


“É preciso muito para cada um de nós neste lado do palco estar aqui e não estaríamos aqui se não fosse por todos vocês”, disse Grohl à plateia, antes de apresentar a canção final do show, a confiável "Everlong". “Durante anos, sempre tocamos essa música em vez de dizer adeus nos finais dos shows, porque espero que nunca aconteça mesmo”.

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