Frank Black: frontman do Pixies revela a música de Neil Young que ele gostaria de ter escrito
A banda PIXIES foi tão essencial para o rock alternativo e grunge, que até Kurt Cobain "roubaria" sua fórmula para chegar ao topo com o NIRVANA.
Mas para Frank Black (frontman do PIXIES), um músico em especial começou tudo isso anos antes dele: Neil Young.
Trazendo à tona o quão vital o músico canadense tem sido no desenvolvimento da música de guitarras e do rock alternativo, ele é amplamente apelidado de “O Padrinho do Grunge”. Tudo começou com o álbum "Everybody Knows This is Nowhere" (2º disco, 1969). Nesse álbum, Young deu um toque completamente diferente à fórmula do rock estabelecida até então por meio de guitarras distorcidas e abrasadoras, para uma abordagem emocional de Young em sua insustentável leveza sonora ao lado de sua banda de apoio, a CRAZY HORSE.
Esse disco apresenta alguns destaques que iriam influenciar a fórmula do rock alternativo décadas depois, com músicas como "Cinnamon Girl", "Down by The River" e "Everybody Knows This is Nowhere", guiando para uma sonoridade em contraste ao seus contemporâneos embebedados pelo puro hard rock e blues.
Young continuaria a expandir sua receita com lançamentos como os exaustivamente comoventes álbuns, "On The Beach" (5º disco, 1974) e "Zuma" (7º disco, 1975), que o afirmaram firmemente como o progenitor de todas as coisas futuras do rock alternativo. Neles, seus solos de guitarra são texturais e dissonantes, com letras profundas e uma entrega mais apaixonada do que qualquer outra de seus colegas músicos da época.
Em suma, o trabalho de Neil Young não foi afetado como o de outros pioneiros do hard rock, como o BLACK SABBATH, DEEP PURPLE ou LED ZEPPELIN. Foi apenas uma extração simples e honesta de suas próprias e complicadas emoções.
E para encerrar essa era de ouro em 1979, foi quando Young lançou o disco ao vivo, "Rust Never Sleeps", onde a composição mais notável do álbum é a canção "Hey Hey My My", que encerra o mesmo e que é uma versão alternativa da música acústica que abre o álbum, "My My Hey Hey".
A versão da música de encerramento esclarece os pensamentos de Young sobre como o ambiente musical da época mudou devido ao advento do punk rock e como os músicos de sua geração ficaram desatualizados. Com o disco "Rust Never Sleeps", Young nos presenteou com um lançamento ressonante para artistas pós-punk - que dentre vários gêneros, também desencadearia no rock alternativo.
Mais tarde, Young explicou que o título desse álbum dizia respeito à “corrosão” de sua carreira à luz da crescente competição mais jovem e à questão central se ele poderia “expandir” e manter essa mudança radical sob controle.
Esse número melancólico é mais famoso por ser indissociável à tragédia do suicídio de Kurt Cobain em 1994. Sendo uma peça amplamente influente, foi consolidada na lei da cultura popular pelo vocalista/guitarrista do NIRVANA, referindo-se à frase que consta nas letras desta canção: "É melhor queimar do que desaparecer", como parte de sua carta de despedida em 1994.
E outro artista que estava atentamente prestando atenção em Neil Young era o futuro frontman do PIXIES, que lhe deu o exemplo de como fazer música contundente e autêntica.
Ao ser entrevistado pela revista Rolling Stone em 2016, Frank Black ofereceu uma visão de como seu estilo clássico se formou, listando as músicas que ele gostaria de ter escrito, incluindo "Hey Hey My My" de Neil Young.
Black concluiu, dizendo ser uma canção “icônica” em que Young faz um sermão de mudança de vida e que o galvanizou fortemente na adolescência: “Parece icônico desde o primeiro momento, sabe? É como se ele estivesse no pico de uma montanha proferindo um sermão de 100 anos”.
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