Apesar de ser amplamente influente, a banda RUSH sempre foi franca sobre seu lugar na história da música.
Graças ao apetite voraz de leitura do baterista Neil Peart, eles podem ter feito do rock progressivo seu próprio estilo com uma inclinação futurística e profundamente fantástica. Ainda assim, esse espírito e sua propensão para sons sinuosos não eram para todos e eles estão totalmente cientes disso.
Começando a vida em um ambiente de blues rock que se inspirou em nomes como LED ZEPPELIN, CREAM, DEEP PURPLE e BLACK SABBATH, o RUSH gradualmente aprimorou seu som e em meados da década de 70 começou a mergulhar no mundo do rock progressivo, com suas influências contemporâneas sendo as bandas PINK FLOYD e YES.
Construindo números expansivos adequados para as massas de amantes do rock'n roll, todos daquela época viram o RUSH se destacar no meio da multidão. Tipificado pelo clássico álbum, "2112" (4º disco, 1976), o RUSH se tornou um dos ícones do rock progressivo.
E embora o grupo tenha começado a vida anos antes do sucesso comercial de 1976, sua incursão imensamente bem-sucedida no rock veio quando aquele espírito da época estava mudando rapidamente, onde gradualmente sua marca registrada se tornou uma com conotações desfavoráveis para as crianças e adolescentes em meados da década de 70. A nova geração de ouvintes estava cansada do som ostentoso, longo e viajante de todas essas bandas citadas do hard rock e rock progressivo, sendo também uma manifestação de suas indignações e injustiças em relação ao status social quo.
Canalizar essa insatisfação na música na 2ª metade da década de 70, seria chamado de punk rock.
Era um rock 'n' roll de volta ao básico que fundia progressões de acordes vigorosas com letras furiosas, colocando-se em desacordo espiritual com esses dinossauros do rock, grupos como o RUSH. Enquanto bandas punk rock como os RAMONES, SEX PISTOLS, THE CLASH e tantos outros subiam à tona apontando o dedo aos seus antepassados musicais, o trio canadense do RUSH não conseguia deixar de se encontrar na mira deles.
Como por exemplo o vocalista do SEX PISTOLS, Johnny Rotten, que durante o auge da banda ele usava uma camisa escrito: "Eu odeio o PINK FLOYD". No entanto, apesar de todo o ódio que eles estavam atraindo de punks e críticos proeminentes que se alinharam ao movimento, o vocalista/baixista do RUSH, Geddy Lee, lembra com prazer desse período.
Ele disse em entrevista para o jornal britânico The Guardian em 2023, que não só foi fascinante assistir a cena punk rock se desenrolar, mas também “legitimou” a habilidade da sua banda para eles próprios e seus fãs.
Lee refletiu sobre como ele vê o período punk e revelou que sempre o faz “com carinho”, dizendo: “Eu me lembro com muito carinho porque estávamos mixando um álbum em Londres quando o SEX PISTOLS estava na TV. Foi fascinante assistir. Ao mesmo tempo, o estilo de tocar com somente 03 acordes dessas bandas punk instantaneamente nos fez parecer Beethoven em comparação. Então, em certo sentido, o movimento punk rock legitimou nossa habilidade de tocar nossos instrumentos e em estruturas mais complexas, e eu era totalmente a favor disso na época”.
Além de autoconscientes, o RUSH sempre foi confiante em suas próprias habilidades técnicas, sendo que a explosão do grunge e rock alternativo no começo dos anos 90, a qual foi germinada no punk rock e heavy metal, geraria novos artistas que iriam elogiar o RUSH como influência em suas carreiras, vide Dave Grohl, Tom Morello, PIXIES e tantos outros.
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