Iggy Pop: como ele sabia que Kurt Cobain não gostava do jeito de tocar bateria de Chad Channing?
Como uma das últimas estrelas sobreviventes do rock, Iggy Pop viu muitos personagens da época irem e virem - e uma série de artistas musicais emergirem do underground e encontrarem o esquecimento antes do tempo.
Através de sua própria crueldade e dos seus contemporâneos mais proeminentes, ele conhece melhor do que ninguém os perigos de viver a vida no limite e a natureza alarmante de uma intensa fama do rock'n roll.
Por causa disso, um músico com quem ele sentiu um sentimento particular de parentesco musical e pessoal foi Kurt Cobain.
Notavelmente, Cobain foi um adepto de longa data do som do THE STOOGES, cujo álbum amplamente influente de 1973, "Raw Power" (3º disco), ele nomeou como um dos seus preferidos em sua lista dos 50 melhores. Das guitarras imundas aos gritos descontrolados e até mesmo à preferência de Iggy Pop por mergulhar do palco, Cobain se inspirou muito em seu ídolo.
É seguro dizer que sem os esforços iniciais de Iggy Pop, não teria sido apenas o NIRVANA que careceria de um imenso senso de propósito criativo e filosófico.
Nos anos que se seguiram após o falecimento de Cobain em abril de 1994, Iggy Pop comentaria sobre sua importância em diversas ocasiões. O mais notório foi quando falou para a MTV em 2006, depois de recordar ter testemunhado o NIRVANA em um show, junto com seu apelo dizendo que Cobain “teve que morrer”, dadas as alturas que tinha alcançado com a fama: “Ele ganhou muito dinheiro para muitas pessoas e tornou-se valioso demais muito cedo na carreira... Ele teve que morrer e é assim que funciona, o que não é nada legal”.
Naturalmente, Iggy Pop e NIRVANA acabariam se cruzando. Eles se conheceram antes do NIRVANA ter lançado o álbum "Nevermind" e ficar famoso (2º disco, 1991), sendo que Iggy Pop viu um show deles pela 1ª vez em 1990, quando morava em New York.
Segundo o fotógrafo Michael Lavine, que trabalhou com os dois artistas, ele mostrou as músicas do 1º disco do NIRVANA, "Bleach" (1989), a Iggy Pop, as quais ele adorou instantaneamente. Não demoraria muito para que Iggy Pop e seu fotógrafo fossem ver um show do NIRVANA quando tivessem oportunidade, que foi no Pyramid Club em New York.
Assim como Iggy Pop relatou, ele não pegou o NIRVANA durante um momento feliz naquele show. O baterista deles na época, Chad Channing (que gravou a bateria no álbum "Bleach"), estava atrasado para o show e Cobain tinha ficado furioso. Isso provou ser um grande ponto crítico para a banda e após a turnê daquele ano em 1990 - com diferenças criativas e pessoais surgindo há tempos - Channing seria dispensando do NIRVANA e substituído por Dave Grohl ainda no mesmo ano.
Sendo entrevistado em 2007 no programa de auditório de Jimmy Kimmel na TV americana, Iggy Pop se lembrou desse 1º show que viu do NIRVANA e como ele sabia que Cobain odiava Chad Channing àquela altura.
Ele concluiu: “Então, eu vi o NIRVANA algumas vezes. Como na 1ª vez que eu vi um show deles, foi como se você pudesse perceber que tinha realmente um poder na voz daquele cara, mas no final do show, ele mergulhou de costas na bateria e eu pensei na hora: 'Ok, ele odeia mesmo seu baterista'. Às vezes isso acontece em grupos de rock, sabe? Você não consegue parar tudo o que está fazendo para dizer ao baterista: ‘Eu te odeio, você é péssimo, você não sabe tocar bateria e você está arruinando a minha vida’”.
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