Keith Moon: quando fez uma competição com o ator Oliver Reed para ver quem conseguia beber mais
É fácil contar nos dedos de somente uma mão o número de estrelas do rock que ficaram "caretas" durante toda sua carreira.
Viver na estrada não é moleza e os roqueiros tendem a fazer o que for preciso para se anestesiarem sempre que estão fora ou dentro do palco, sendo que algumas dessas anestesias é a bebida que muitos músicos usam para escapar e para o baterista do THE WHO, Keith Moon, bem, ele tinha algumas formas de se anestesiar, que fosse por substâncias ou pregando pegadinhas sérias por onde passava.
As escapadas do baterista do THE WHO foram coisas de lenda do rock, incluindo algumas vezes em que ele atirou bombas de fumaça em quartos de hotel ou em apresentações em programas de auditório da TV, assim como jogar televisões pelas janelas dos quartos de hotel. E já que Moon estivesse sempre a fim de se divertir, ele não era de recuar quando intimavam ele para alguma competição, especialmente com uma das maiores estrelas de cinema do mundo.
Na época em que o THE WHO estava bombando com o álbum ópera rock, "Tommy" (4º disco, 1969), a conversa começou sobre transformar este álbum conceitual em um filme. Embora a maioria do elenco fosse composta por seus colegas astros do rock como Elton John e Tina Turner, Oliver Reed foi adicionado como o padrasto dominador do garoto Tommy, sempre fazendo vista grossa para as aflições de seu "filho" e mais focado na atenção que ele estaria recebendo da mãe de Tommy.
Fora das filmagens, Moon entrou em uma competição amigável com Reed, que era conhecido por gostar de uma bebida. Depois de se encontrarem na casa de Reed, ele apresentou Moon a um pub localizado perto de sua casa e o desafiou a ver quem conseguia beber até cair ao chão.
O vocalista do THE WHO, Roger Daltrey, lembrou que a bebida escolhida foi o conhaque e não demorou muito para que um dos dois caísse, dizendo uma vez em entrevista ao radialista Howard Stern: "Aparentemente, eles foram até a 3ª garrafa de conhaque e Oliver Reed desmaiou debaixo da mesa. Então, Moon se levantou e disse: 'Foda-se, Ollie. Vou ao meu pub para tomar uma bebida de verdade', porque Moon tinha um pub em sua casa e que ficava atrás da sua garagem".
Apesar da amizade de Reed e Moon florescer, Moon estava prestes a seguir um caminho muito obscuro. Fora sua personalidade maluca, Moon era extremamente inseguro e escolhia se esconder atrás de uma garrafa de bebida, uma decisão que culminou com ele ficando em péssimas condições quando a banda estava terminando de gravar alguns álbuns, como "Quadrophenia" (6º disco, 1973).
Daltrey diria mais tarde que ficaria preocupado que Moon estivesse testando os limites de seu corpo cada vez mais, dizendo: “Ele obviamente tinha uma personalidade viciante. Nunca conheci ninguém que tomasse a quantidade de drogas e bebidas que Moon tomava. As pessoas tomavam uma pílula e ficavam chapadas (aéreas) como uma pipa por 01 dia inteiro. Já Moon, ele tomava um punhado delas e ainda bebia junto pra variar".
E assim como a história nos conta, Moon foi encontrado morto em 1978 por overdose proposital de analgésicos que deveriam ajudá-lo a largar a bebida. Depois de seu falecimento, muitos da indústria da música alegam que o THE WHO deveria ter encerrado as atividades, assim como o LED ZEPPELIN fez depois de perder seu baterista, já que ambos perderam personagens intrínsecos da identidade sonora de cada banda.
THE WHO ainda lançaria mais 02 álbuns de estúdio com outro baterista na década de 80, para logo a chama ir apagando aos poucos e apenas ressurgindo para tocar em um show de reunião aqui e ali, e lançando 02 álbuns de estúdio aleatórios em 2006 e 2019.
Daltrey finalizou, arrematando sobre Keith Moon: “Ele era um personagem enorme. Cada faceta de sua personalidade estava lá em cima. Ele era a pessoa mais amorosa, rancorosa e atenciosa que já conheci... Era tudo como fogos de artifício explodindo”.
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