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by Brunelson
É difícil ser um herói "coadjuvante" em uma das bandas mais populares de todos os tempos, mas se alguma vez houve um membro subestimado do LED ZEPPELIN, seria John Paul Jones.
Será que o LED ZEPPELIN já teria tocado samba na música "Fool in The Rain" sem Jones? Eles teriam tentado reggae ("D'yer Ma'ker"), música de carnaval sintetizada ("Carouselambra"), funk rock ("Trampled Under Foot"), folk pastoral ("Going to California") ou rock psicodélico progressivo ("No Quarter" e "In The Light") sem também o majestoso trabalho de teclado de Jones, orquestrações arrebatadoras e ouvido aguçado para preencher as lacunas que seus companheiros de banda mais inclinados ao rock deixaram em aberto?
Um dos músicos de sessão de estúdio mais requisitados nos anos 60, a adaptabilidade de Jones veio do seu constante salto entre diferentes artistas e diferentes configurações de gravação. Em qualquer dia, Jones poderia ser solicitado a tocar alguma vinheta num comercial da TV pela manhã, substituir algum membro de outro projeto numa sessão de rock no estúdio à tarde e orquestrar um arranjo de cordas à noite.
Na verdade, Jones não precisava do LED ZEPPELIN - uma de suas sessões finais antes de ingressar no LED ZEPPELIN foi arranjar as cordas da música "She's a Rainbow" do ROLLING STONES, o que seria difícil obter mais prestígio do que isso.
No entanto, ficou óbvio que o LED ZEPPELIN claramente precisava de John Paul Jones.
Foi essa combinação de sucessos poderosos e toque leve que fez do LED ZEPPELIN uma das maiores bandas de todos os tempos.
Aqui, resolvemos olhar para alguns dos melhores trabalhos de baixo de Jones em todo o catálogo do LED ZEPPELIN. Mesmo durante os últimos dias de banda, Jones nunca parou de buscar a excelência musical e as suas linhas de baixo são notavelmente consistentes e totalmente formadas desde a primeira música da banda até a última gravação.
Confira em ordem cronológica, apenas 09 dos maiores momentos no baixo de John Paul Jones já registrados no LED ZEPPELIN.
Álbum: "Led Zeppelin" (1º disco, 1969)
Desde as primeiras notas da primeira música de seu primeiro álbum, LED ZEPPELIN provou que não estava brincando.
O poder estrondoso desta canção dá a cada membro da banda uma vitrine para o que eles trouxeram à mesa: o bumbo impossivelmente proficiente de John Bonham, com a guitarra desequilibrada de Jimmy Page florescendo no solo e o blues destruidor no vocal de Robert Plant.
Mas no final de cada refrão, quem é que traz as viradas que deixam todo mundo de boca aberta?
Álbum: "Led Zeppelin" (1º disco, 1969)
O álbum de estreia do LED ZEPPELIN tem um trabalho de baixo maravilhoso e alguns podem não concordar com o fato de que a linha de baixo mais lendária de Jones nesse disco, a canção "Dazed and Confused", não está nessa lista.
A verdade é que quase qualquer um pode tocar o riff descendente da música "Dazed and Confused", mesmo não apresentando a mesma disciplina que Jones mostra.
Por outro lado, o groove de abertura na canção "How Many More Times" é semelhante a uma experiência transformadora. Unindo jazz, blues e hard rock, Jones é a cola que une este som expansivo ao experimental. Mesmo quando ele está apenas acrescentando à atmosfera misteriosa, Jones ainda está impedindo que as batidas selvagens de Bonham e a assustadora guitarra curvada de Page saiam da borda sônica.
Álbum: "Led Zeppelin II" (2º disco, 1969)
Apesar de sua habilidade na exploração musical, Jones muito raramente conseguia realmente se soltar em uma gravação do LED ZEPPELIN.
Mas isso foi planejado inconscientemente, pois Page e Bonham estavam tão felizes em suas viagens sônicas, que alguém teria que manter as composições fundamentadas no concreto. Se todos estivessem solando ao mesmo tempo, soaria mais como o GRATEFUL DEAD do que como o LED ZEPPELIN.
Mas de vez em quando, Jones seria o único a assumir essa liderança viajante.
"The Lemon Song" é a canção 100% dominada pelas corridas de baixo de Jones e depois de 03 minutos de blues rock, o resto da banda simplesmente sai do caminho e deixa Jones se estender na progressão de acordes. Improvisando 01 dos 02 minutos mais alucinantes na história do rock, Jones está em plena forma nessa música e ainda assim ele faz tudo parecer fácil.
Álbum: "Led Zeppelin II" (2º disco, 1969)
Falando em linhas de baixo melódicas, você não pode falar sobre John Paul Jones sem mencionar as suas execuções incrivelmente criativas que preenchem a canção "Ramble On".
Enquanto Page dedilha os acordes e Plant mantém a melodia principal, Jones traz uma parte de baixo contrapontística que chama a sua atenção tanto quanto qualquer outra coisa nessa música.
No momento em que o refrão chega, Jones está pulando pra cima e pra baixo como se estivesse inventando uma sonoridade que veio para ficar e se firmar. O elemento mais fascinante da musicalidade de Jones é como ele é capaz de reunir estilos díspares em um som característico, onde você pode ouvir coisas de música clássica, funk rock, blues e até folk em suas linhas nessa música.
Álbum: "Led Zeppelin III" (3º disco, 1970)
Onde está aquela batida monolítica que fez do LED ZEPPELIN uma das primeiras bandas que influenciariam o heavy metal? Se Jones é geralmente visto como quieto, inclinado para a orquestra e baseado na melodia, o que ele fará com uma música que exige que ele faça riffs na velocidade da luz?
"Immigrant Song" é a canção onde o mito do LED ZEPPELIN se transforma totalmente em lenda: imagens vikings, gritos penetrantes e o todo poderoso martelo dos deuses chegando para pegar o que é deles.
Álbum: "Led Zeppelin IV" (4º disco, 1971)
Como compositor, Jones muitas vezes foi ofuscado pelo vasto catálogo cultivado por Plant e Page.
Page é um mestre dos riffs e muitas vezes era o único a trazer esses tipos de composições, mas Jones também tinha algumas na manga e o riff mais de derreter o cérebro que o LED ZEPPELIN já gravou veio diretamente de Jones e seus travessos desejos de se livrar de qualquer imitador futuro da banda.
Álbum: "Physical Graffiti" (6º disco, 1975)
Como você pode saber se uma música tem uma ótima linha de baixo de Jones?
Bom, todas são ótimas linhas de baixo, mas uma dica fácil é se o título for "The 'alguma coisa' Song".
Mesmo sendo uma brincadeira, por alguma razão é quando Jones aumenta o seu nível e esta canção não é exceção.
Álbum: "Presence" (7º disco, 1976)
Quando o LED ZEPPELIN entrou no que viria a ser a 2ª metade de sua carreira, desejos diferentes começaram a fragmentar a banda.
A infeliz realidade era que, embora eles estivessem apenas melhorando como músicos, o álbum "Presence" mostrava uma banda que estava tendo dificuldades em invocar a mágica que surgiu tão naturalmente apenas alguns anos antes.
Apresentando o que ainda pode ser a maior performance de bateria de John Bonham já gravada, o ingrediente secreto é mais uma vez John Paul Jones, que acompanha o impulso animalesco de Bonham enquanto adiciona um toque sujo à gravação. Mesmo quando ele está tocando em uma única nota, Jones mantém a música focada e no caminho certo.
Álbum: "Coda" (Disco ao vivo, 1982)
Nunca subestime o quão funk rock John Paul Jones é.
Ele possui as habilidades de tocar baixo de um grande músico de sessão de estúdio da gravadora Motown e provou isso em todo o catálogo do LED ZEPPELIN.
E se alguma vez houve uma canção com lançamento póstumo que provou o quão solto e furtivo Jones poderia ser nas 04 cordas, seria nessa música lançada no álbum "Coda".
Há uma razão pela qual o baixo de Jones é tão alto na mixagem, se não mais alto, mas tanto quanto a guitarra de Page. É porque ele está fazendo o trabalho mais interessante da música.
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