Lemmy Kilmister: sua opinião sobre o The Who ter continuado sem o baterista Keith Moon
De roadie de Jimi Hendrix para ajudar a formar a base do metal moderno com o MOTORHEAD, Lemmy Kilmister (frontman) foi o melhor exemplo de como envelhecer graciosamente junto com sua música e nunca desistindo até suas horas finais.
E embora Lemmy possa ter sido um dos verdadeiros sobreviventes do rock and roll por um longo tempo, ele pensava que algumas lendas da música deveriam ter encerrado as atividades há muito tempo antes.
Lemmy sempre foi conhecido por sua língua afiada quando se tratava de artistas mais recentes - ou não. Considerando o new metal uma farsa durante os anos 2000, Lemmy se recusou a se desculpar pelo que sentia em relação a esses músicos mais novos, pois ele acreditava que tudo o que precisava para satisfazer o público era um amplificador estourado e um microfone estendido acima do nível de sua cabeça para poder cantar.
Na maior parte, ele também estava certo. Fora o trabalho fantástico com que contribuiu para álbuns de outros músicos, canções clássicas do MOTORHEAD como "Ace of Spades" e "Overkill" estabeleceriam o padrão do que o hard rock deveria ser, tocando músicas muito rápidas para sua época.
E quando Lemmy começou a criar sua visão do que o rock and roll poderia ser, a década de 70 estava dando lugar às primeiras apresentações de rock em estádios.
Entre os shows fantásticos que o MOTORHEAD poderia fazer para qualquer público que o quisessem ver, o THE WHO foi uma dessas bandas de estádios e reinventou o significado do que era um show para assistir, com o baterista Keith Moon se tornando um animal selvagem toda vez que ele se posicionava atrás de seu instrumento.
E mesmo que o THE WHO possa ter feito os melhores shows da época e sendo considerado por muitos uma das melhores bandas ao vivo, a morte de Moon em 1978 lançou uma sombra escura sobre para onde eles iriam. Mesmo que o grupo pudesse seguir em frente - e seguiu com um novo baterista nos anos 80 - e em atividade remota a partir deste século lançando 02 álbuns de estúdio, Lemmy pensava que os dias de glória do THE WHO haviam ficado para trás há muito tempo.
Sendo entrevistado uma vez pelo jornal britânico The Guardian, Lemmy disse que o THE WHO deveria ter encerrado as atividades depois de perder seu baterista original. Décadas depois no começo deste século, o grupo perdeu também seu baixista original e um dos melhores de todos os tempos, John Entwistle. Sendo assim, Lemmy pensou que o THE WHO tinha se tornado uma sombra do que era antes, dizendo: “O THE WHO está todo fodido. Não sei por que eles ainda se preocupam sem John Entwistle e Keith Moon, sabe? Eles deveriam ter se separado lá em 1978”.
Mesmo que o THE WHO não tivesse o mesmo poder sem Moon, sejamos justos em dizer que sua carreira posterior teve pelo menos seu quinhão de destaques. Depois de ganhar outro sucesso com a música "You Better You Bet" (9º disco, "Face Dances", 1981), o guitarrista do THE WHO, Pete Townshend, começaria a abraçar os sintetizadores em sua sonoridade e que ele próprio ajudou a incluir no mundo do rock'n roll nos anos 70.
E ainda criando canções que chegaram às paradas, outra música dos anos 80 como "Eminence Front" (10º disco, "It's Hard", 1982) foi uma carta aberta a vários fãs do THE WHO, com Townshend lembrando-lhes e mesmo assim admitindo que a maior parte de suas novas músicas era uma farsa em comparação com o que eles tinham trabalhado no passado.
É complicado avaliar essa questão somente com o lado da moeda do que é sucesso ou não, estando em evidência ou não, pois o que realmente interessa é o desejo interno de cada sujeito de continuar fazendo aquilo que lhe agrada e não esperando nada em troca ou alguma recompensa... É somente o desejo de ser feliz e ser guiado pela sua pulsão de vida, tratando tal assunto como uma terapia interna.
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