Metallica: a história por trás do disco que quase separou a banda, "St. Anger"
No início dos anos 2000, o METALLICA ascendeu a um nível de fama maior do que qualquer banda de rock and roll poderia alcançar na época.
Embora eles possam ter começado no underground e subiram ao mainstream por mérito próprio, a transformação do grupo em um dos maiores artistas do planeta os levou a conquistar tanto inimigos por seus sons mais recentes, quanto uma grande quantidade de ouvintes clamando por ouvi-los.
E mesmo com o impulso de um trem de carga que lentamente vai engrenando até virar uma locomotiva, em certa ocasião nas suas carreiras, uma discussão singular entre os membros do grupo quase fez com que tudo virasse pó.
Depois de sua coletânea de covers, o disco "Garage Inc." (1998), METALLICA se reuniu em uma instalação abandonada, onde começariam a aprimorar as primeiras gravações demo para seu próximo álbum de estúdio. Enquanto eles estavam prontos para começar a experimentar, a banda recebeu a notícia antes mesmo de chegarem no local, de que o baixista Jason Newsted estava deixando o grupo.
Não querendo ficar restrito ao METALLICA pelo resto de sua vida, Newsted queria experimentar diferentes estilos de música e estava farto de ser ordenado sobre o que tocar. Embora a moral da banda ainda estivesse razoavelmente alta após sua saída, o produtor do grupo desde o "Black Album" (5º disco, 1991), Bob Rock, gravaria o baixo nas sessões de gravação para esse vindouro álbum.
Mas foi aí que as coisas começaram a desmoronar...
Refletindo sobre o que levou Newsted a sair da banda, o grupo passou por vários períodos de terapia entre si, enquanto as câmeras rodavam o METALLICA para o documentário que seria lançado em 2004, "Some Kind of Monster". Enquanto que as filmagens mostram a banda tentando vários métodos para lançar novas músicas para o que se tornaria o álbum "St. Anger" (8º disco, 2003), o frontman, James Hetfield, vai ficando lentamente impaciente com o rumo que as sessões de gravação estavam tomando.
Com o baterista Lars Ulrich não querendo abrir mão do controle sobre as músicas, uma parte do documentário mostra todos os membros conversando no estúdio e discutindo para onde a música deveria ir. Enquanto eles se questionam em círculos e nunca ouvem o que o outro tem a dizer, Hetfield finalmente explode sobre o quão pouca sua dinâmica está funcionando.
Um momento particularmente pesado ocorre quando Hetfield chama Ulrich diretamente, dizendo: “Essas coisas que dizemos um ao outro são uma besteira completa, tipo: 'Isso parece muito tradicional. Isso parece muito normal pra mim’. Fui franco com você e disse que estou de péssimo humor, e o que você tem feito? Ferrando comigo a noite toda".
Depois que o guitarrista Kirk Hammett tentou acalmar todos, Hetfield vai embora do estúdio e o METALLICA suspenderia as gravações por 01 ano. Percebendo que precisava assumir o controle de seus vícios, Hetfield entrou em uma clínica de reabilitação por alcoolismo, só retornando à banda depois de colocar sua vida familiar novamente em condições saudáveis.
Mesmo quando o grupo voltou a se reunir, Hetfield não estava disposto a comprometer sua sobriedade ou sua nova agenda de compromissos por causa da banda, chegando muito perto de se separar quando mencionou a Ulrich que não estava mais feliz em tocar música com ele. Embora estivessem presos por fios, eles eventualmente canalizaram toda a sua agressividade para aquelas músicas que ficaram gravadas no disco "St. Anger" - e não um para o outro.
Embalado pela onda do new metal da época, o álbum "St. Anger" é o mais pesado de toda a discografia do METALLICA, incluindo alguns dos momentos mais cáusticos já ouvidos em um disco da banda - o que ficou de lembrança para que eles nunca mais precisem passar por momentos assim de novo na vida.
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