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by Brunelson
Para uma banda gigante na história do rock como o METALLICA, é uma pena que a sua música não tenha sido usada em muitas trilhas sonoras.
E antes de conquistar os corações dos fãs do seriado Stranger Things em todos os lugares do mundo com a inclusão da clássica canção "Master of Puppets" (3º disco, "Master of Puppets", 1986), o METALLICA havia tido a oportunidade de trabalhar ao lado de uma lenda de Hollywood.
No início da década de 90, METALLICA já havia começado a passar por um renascimento em sua carreira. Passando para o mainstream com a ajuda do seu novo produtor, Bob Rock, para gravar o "Black Album" (5º disco, 1991), o mesmo se tornaria em um dos álbuns que mais venderia cópias de todos os tempos, gerando um sucesso após o outro com músicas como "The Unforgiven", "Nothing Else Matters" e "Sad But True", todas seguindo o rastro deixado pela canção "Enter Sandman" e que havia sido o single desse disco.
Estando como sempre tão sintonizado com a música quanto com o cinema, Tarantino já havia dirigido o filme Pulp Fiction e foi ainda mais aclamado pela crítica com filmes como Jackie Brown. Embora cada película apresentasse performances cativantes de seus atores e a abordagem de diálogo de marca registrada de Tarantino, ele estava procurando criar o filme de ação definitivo com Kill Bill e queria o METALLICA como apoio.
Ao compilar as diferentes cenas de artes marciais no filme Kill Bill, Tarantino inicialmente usou as músicas do METALLICA para adicionar um toque dramático a cada ataque. Embora o plano fosse ter as canções do METALLICA para o filme, o baterista Lars Ulrich lembrou lamentavelmente de ter recusado as escolhas do diretor.
Sendo entrevistado pelo site Indiewire, Ulrich relembrou o momento em que Tarantino lançou a ideia para o resto da banda: “Ele explicou como havia escrito e coreografado as duas principais cenas de luta do filme para as canções do METALLICA, 'Enter Sandman' e 'Sad But True'. Os punhos impactariam os rostos conforme o andamento das músicas e era a magia do cinema de próximo nível de Tarantino casada com a música do METALLICA, tipo, tudo aumentado não para a nota 10, mas para 11”.
Embora a ideia funcionasse como uma combinação perfeita dos céus, Ulrich iria recuar da ideia quando começou a ler sobre a história do filme.
Apesar de ser considerado uma obra-prima dos filmes de ação desde o seu lançamento, Ulrich (que nasceu na Dinamarca) teve dificuldade em descobrir do que se tratava o filme: “Página por página, percebi que a maior parte disso foi escrita em uma linguagem fora do meu domínio de compreensão. Eu nunca havia encontrado uma narrativa como aquela, ambientada em uma cultura estrangeira de artes marciais e mitos asiáticos. Eu não conseguia envolver a minha cabeça dinamarquesa em torno daquilo".
Então, a banda "não teve tempo" de se envolver fortemente com o filme. Estreando em 2003, a produção do filme aconteceria junto com as sessões de terapia em grupo que o METALLICA estava passando na época e o subsequente desenrolar durante a gravação do álbum "St. Anger" (8º disco, 2003), que tornaria os relacionamentos tensos ao longo da produção desse álbum.
Quando o trabalho em ambos os projetos terminou, o filme e o álbum do METALLICA continuaram indo em direções separadas, com a banda sendo fortemente criticada por se afastar do seu som clássico e pelo som gravado da caixa de bateria, e Tarantino se provando mais uma vez como um dos melhores diretores de filmes de todos os tempos.
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