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by Brunelson
METALLICA é sinônimo de heavy metal e não apenas pelo nome.
Nos anos 80, o baixista Cliff Burton, o guitarrista Kirk Hammett, o vocalista/guitarrista James Hetfield e o baterista Lars Ulrich, ajudaram a liderar o subgênero do trash metal ao misturar as influências do metal britânico com a agressividade do punk rock, onde esse quarteto foi o maior dos “Big 4” do thrash metal, ao lado de SLAYER, ANTHRAX e MEGADETH.
Com o lançamento do "Black Album" em 1991 (5º disco), o grupo simplificaria o seu som e venderia mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo. Desde então, o METALLICA reinou como a banda de metal incontestavelmente mais popular do mundo por mais de 04 décadas, mesmo depois que o baixista Robert Trujillo substituiu Jason Newsted em 2003.
Com essa rápida introdução e em forma de homenagem, segue um guia para iniciantes onde resolvemos conceder um lampejo de todos os álbuns de estúdio lançados pelo METALLICA.
Álbum: "Kill ‘Em All" (1º disco, 1983)
Hetfield e Ulrich se conheceram em Los Angeles no ano de 1981 e passaram os 02 anos seguintes montando o que se tornaria a 1ª formação clássica do METALLICA, antes de se mudarem para San Francisco.
E antes do álbum "Kill 'Em All", o grupo já tinha gravado 03 demos amplamente divulgadas e uma versão inicial da música "Hit The Lights" para a coletânea com várias bandas do gênero, "Metal Massacre".
Esse disco de estreia que quase foi intitulado, "Metal Up Your Ass", pode não soar tão grande quanto os álbuns que viriam a seguir, mas os ingredientes para o sucesso mundial da banda já estavam lá. O solo de Hammett na canção “Motorbreath”, gravado apenas 01 mês depois que ele se juntou ao grupo no lugar do guitarrista Dave Mustaine (frontman do MEGADETH), é incandescente e um contraponto perfeito ao latido vocal de comando de Hetfield.
Álbum: "Ride The Lightning" (2º disco, 1984)
Álbum: "Master of Puppets" (3º disco, 1986)
A tragédia estava chegando, pois Burton morreu exatamente 06 meses após o lançamento desse álbum, mas o disco foi o ápice da evolução da 1ª formação clássica do grupo e o 1º álbum do METALLICA a alcançar vendas de ouro e platina.
São músicas que vazam reflexões politicamente conscientes sobre as guerras e que moldaram o maior salto de Hetfield como letrista e cantor, enquanto o produtor dinamarquês, Flemming Rasmussen, ajudou a banda a capturar as suas crescentes guitarras gêmeas e a batida insistente do bumbo de pedal duplo de Ulrich.
Álbum: "And Justice For All" (4º disco, 1988)
O mesmo apresenta o baixo do novato Newsted em um volume tão baixo na mixagem, que é praticamente inaudível em seu 1º álbum gravando com o grupo.
Hetfield e Ulrich insistem que era simplesmente o que parecia certo naquele momento para eles ao mixarem o disco, enquanto outros se perguntam se foi algum tipo de efeito colateral perverso após o falecimento de Burton. Apesar da mixagem aguda, o álbum continuou a ascensão comercial constante da banda com a música obra-prima sombria do disco, “One”, e apresentaria algumas das composições mais complexas na carreira do METALLICA, ricas em reviravoltas e compassos incomuns.
Álbum: "Black Album" (5º disco, 1991)
Depois de passar 01 década como a banda favorita dos fãs raiz de metal, enquanto os atos mais glamorosos de Los Angeles obtiveram toda a glória mainstream através do hair/glam metal dos anos 80, METALLICA encabeçaria turnês gigantes ao redor do mundo e começaria a vender mais do que todos os seus contemporâneos.
"Black Album" superou qualquer expectativa sã, tornando-se um dos discos que mais vendeu cópias em toda a história. Aqui, o METALLICA criou grandes músicas fundamentadas sobre o som das suas canções mais cativantes dos anos 80, enquanto as músicas “The Unforgiven” e “Nothing Else Matters” revelaram a capacidade da banda para belas melodias e dinâmicas delicadas.
Uma certa linhagem de puristas do metal sempre desprezarão o "Black Album" e tudo o que ele representa, mas para o restante do planeta, é um grampo para as rádios rock que nunca se cansa de ser bem-vindo.
Álbum: "Load" (6º disco, 1996)
Embora o METALLICA tenha se tornado popular no âmbito mainstream no início dos anos 90, o grupo permaneceu uma tribo separada das bandas grunge que popularizaram o rock alternativo na mesma época.
E nunca é fácil lançar um novo álbum sendo sucessor de um marco na história do jeito que foi o "Black Album", porém, o METALLICA fez uma jogada para um apelo mais amplo.
O single suave/alto de ritmo médio na canção “Until it Sleeps” foi promovido para as rádios de rock alternativo (e não de metal) e um novo METALLICA de cabelo curto e maquiagem foi o headliner do Lollapalooza Festival daquele ano. Por ser um dos discos mais aguardados de 1996, o álbum "Load" liderou o ranking da Billboard por 01 mês e consolidou o status de nome familiar da banda em qualquer recinto "não rock", mas o álbum em si é uma coleção exagerada de algumas de suas músicas mais lentas.
Álbum: "Reload" (7º disco, 1997)
Quando uma banda com um excesso de material novo decide dividir o seu lote de músicas em 02 álbuns consecutivos, o 1º disco que é lançado geralmente é o mais forte (melhor) dos dois.
Porém, o álbum "Reload", que chegou às lojas 17 meses depois do lançamento do disco "Load", é mais animado e mais fácil de ouvir do que o seu antecessor, graças a canções propulsivas como “Prince Charming” e “Fuel” - talvez essa última a melhor música pós "Black Album" até aquele momento.
Álbum: "St. Anger" (8º disco, 2003)
O início dos anos 2000 foi uma fase difícil para o METALLICA - para dizer o mínimo.
O seu processo judicial contra a Napster causou uma reação massiva e Newsted deixaria a banda frustrado com a intolerância do grupo ao seu projeto paralelo. O produtor da banda desde o "Black Album", Bob Rock, ocuparia o baixo nas sessões de gravação do disco "St. Anger", que sofreu algumas pausas por meses enquanto Hetfield se internou numa clínica de reabilitação.
Quando a fumaça se dissipou, o grupo lançaria o seu álbum que mais dividiria opiniões de toda a sua discografia, além de um documentário, "Metallica: Some Kind of Monster" (2004), que retrata os membros da banda como milionários disfuncionais e fora de alcance. O que marcaria negativamente o disco seria o desagradável som gravado da caixa de bateria de Ulrich, que atraiu as críticas mais contundentes.
Álbum: "Death Magnetic" (9º disco, 2008)
Após o mal recebido movimento de "volta ao básico" do METALLICA em seu álbum anterior, o primeiro esforço de estúdio da banda com o baixista Robert Trujillo foi uma recalibração cuidadosa, capturando as suas raízes thrash metal dos anos 80 com mais acenos para o seu som comercial dos anos 90 - incluindo agora, a música “The Unforgiven III”.
“Broken, Beat & Scarred” é uma das canções mais violentas que o METALLICA já gravou e os solos da guitarra de Hammett retornam com força total, particularmente na música “All Nightmare Long”.
"Death Magnetic" foi o único álbum da banda produzido pela lenda, Rick Rubin.
Álbum: "Hardwired to Self Destruct" (10º disco, 2016)
Mais de 30 anos depois que o guitarrista Dave Mustaine foi dispensado da banda, o METALLICA nomearia um álbum com o tipo de elipses dramáticas que Mustaine fez de álbuns do MEGADETH como "Killing is My Business and Business is Good" (1º disco, 1985).
Em 2014, Kirk Hammett tinha perdido o seu telefone celular contendo centenas de ideias de riffs gravados, o que levou esse álbum a se tornar o 1º disco do METALLICA desde o seu álbum de estreia, "Kill 'Em All", sem nenhum crédito de composição para Hammett.
Álbum: "72 Seasons" (11º disco, 2023)
Esse é um álbum conceitual inebriante sobre, nas próprias palavras de Hetfield: “Os primeiros 18 anos de nossas vidas que formam o nosso eu verdadeiro ou falso”.
No entanto, tem-se pouca noção de que haja qualquer narrativa ou tema além do habitual ensopado de angústia e raiva do METALLICA quando se escuta esse disco, onde felizmente todos os membros da banda estão em excelente forma musical.
A canção “Shadows Follow” apresenta grandes viradas de bateria e uma das performances vocais mais expressivas de Hetfield nas últimas décadas. O solo de Hammett na música “Chasing Light” é escaldante e a sua liderança na canção “Too Far Gone” apresenta um pouco da majestade do álbum "Ride The Lightning". A introdução sincopada de Trujillo na música “Sleepwalk My Life Away” quase lembra as suas raízes do funk metal com a sua outra banda, INFECTIOUS GROOVES, e permite um raro momento em que ele consegue se distinguir dos baixistas anteriores do METALLICA.
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