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by Brunelson

Neil Young: a música que ele estava tão bêbado que não se lembra de ter escrito as letras


A música continua a ser uma forma de arte tão relevante devido ao quão bem ela pode falar sobre o mundo real. Isso decorre do fato do compositor ter essa conexão com o mundo e ser capaz de colocá-la em palavras. 


Às vezes, essa conexão vem de estar apaixonado, ou sobre a perda de alguém ou da descoberta de algo inesperado. Em outros casos, assim como Neil Young experimentou, isso acontece quando você fica bêbado e deixa seus sentimentos não filtrados virem à tona.


Todos nós já acordamos depois de uma noitada e nos arrependemos de algumas coisas que dissemos. É comum termos visto em nossas vidas algumas pessoas que ficaram bêbadas e deixaram algum tipo de verdade escondida vazar, levando a discussões e constrangimento. Na verdade, dizer a alguém suas mais sinceras opiniões, são emoções que sempre estiveram presentes em seu consciente ou inconsciente, mas que nem sempre a pessoa envolvida quer escutar.


E podemos dizer que não há lugar onde as pessoas sejam mais honestas do que em seu trabalho criativo. No caso da música e canto, pensamentos subjugados são trazidos à tona e vocalizados lindamente. Essa vocalização abraçada a instrumentos sonoros é o que faz as pessoas se conectarem com a arte. 


No caso de Neil Young, ele sentiu uma saudade quando escreveu a música "Barstool Blues". Não é claro se isso foi saudade da juventude ou um amor perdido, já que ambos são referenciados na música. O que sabemos é que estamos vislumbrando uma mente bêbada, sentindo muitas emoções diferentes ao mesmo tempo e colocando-as em palavras no papel.


Vale ressaltar que nada disso é especulação. O próprio Neil Young confessou que estava bêbado quando escreveu inicialmente a canção "Barstool Blues", a tal ponto que não se lembra de tê-la escrita: “Chegamos do bar e eu escrevi essa música. Acordei no outro dia e disse: 'Porra, não consigo me lembrar de tê-la escrito'”.


O 1º verso mostra Young buscando juventude e sobriedade enquanto parece perder a noção do mundo ao seu redor. O 2º verso mostra o narrador olhando para outro lugar enquanto olha para um banco de bar vazio e reflete sobre a pessoa que deveria estar sentada nele. Finalmente, no 3º verso ouvimos Young cantar sobre alguém que se reflete de maneira estranha: “Era uma vez um amigo meu que morreu mil mortes / Sua vida estava cheia de parasitas e inúmeras ameaças inúteis”.


Mas o que podemos ter certeza com a música "Barstool Blues", é que temos acesso não filtrado à mente de Neil Young.


"Barstool Blues" (7º disco, "Zuma", 1975)



































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