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Neil Young: "essa música foi a mais próxima de uma gravação perfeita que eu já cheguei”

by Brunelson

Neil Young sempre foi definido por suas imperfeições. 


Embora ele provavelmente tenha ganhado uma ótima vida lançando álbuns clássicos na música popular durante a década de 70, ele sempre se sentiu mais em casa trabalhando em músicas que estavam alinhadas com o que ele queria fazer do que em qualquer coisa que garantisse sucesso comercial. 


E quando ele gravou o álbum "Comes a Time" (9º disco, 1978), Young sentiu que uma música desse álbum atingiu a verdadeira perfeição para ele.


Antes, há um caso a ser dito de que a razão pela qual a música de Young funciona tão bem é por causa de quão desarticulada ela é. Há mais do que algumas notas desafinadas em um álbum como "Tonight's The Night" (6º disco, 1975) ou em seus solos de guitarra que em 1ª instância parecem virtuosos, mas depois colocando uma lupa em cima mais parecem vidros se quebrando.


Porém, essa é metade da razão pela qual seus maiores álbuns funcionam e na época em que ele começou a trocar de pele como o trovador do rock and roll, Young fez um desvio para o mundo da música country com o disco "Comes a Time". 


Comparado aos sons rústicos que ele usou em seus melhores álbuns, muito desse disco parece mais próximo do tipo de música que seria tocada por alguém como Johnny Cash ou Willie Nelson naquela mesma época.


Na faixa-título, Young adotou a mesma abordagem que usou em músicas lançadas no álbum "After The Gold Rush" (3º disco, 1970) e adicionou um toque caseiro, apresentando a voz incrível de Nicolette Larson nos vocais de apoio. E independentemente da sensação que percorre todo o disco quando você o escuta na íntegra, Young sentiu que a faixa-título foi a mais próxima que ele chegou de fazer a melhor música que pôde.


Conforme está escrito no livro, "Waging Heavy Peace", Young pensou que Larson era metade da razão pela qual a música funcionou tão bem, dizendo: “A música ‘Comes a Time’ é uma das minhas gravações preferidas de todos os tempos porque ela possui um ótimo sentimento. A canção e a performance se misturam total e o canto de Nicolette é lindo. Ainda consigo lembrar de tudo como fotos e isso foi o mais próximo de uma gravação perfeita que eu já cheguei”.


Considerando que isso vem da mesma pessoa que parecia intencionalmente fazer as coisas soarem bagunçadas, soa no mínimo curioso. Também pode ter a ver com as pessoas que Young tinha à mão como convidados especiais. Fora a voz de tirar o fôlego de Larson, alguns dos maiores nomes do disco vieram de veteranos da cidade de Nashville, como Ben Keith, além dos seus colegas da banda de apoio desde sempre de Young, a CRAZY HORSE, por terem participados em algumas músicas.


Como todos os grandes álbuns de Neil Young, este foi completamente único em sua discografia e um ato que ele não tinha mais interesse em repetir. Depois de lançar o álbum "Rust Never Sleeps" (10º disco, 1979) logo no ano seguinte - uma coisa totalmente oposta ao álbum "Comes a Time" - Young estava agora soltando as faíscas que a fonte do grunge iria beber nas garagens durante a década de 80 em Seattle e explodindo para o mundo no início dos anos 90.


E só para não perder o embalo, Young iria adentrar a década de 80 lançando seus álbuns mais questionáveis ​​ao longo da carreira, como "Reactor" (12º disco, 1981) e "Trans" (13º disco, 1983), apenas para lançar mais um álbum arrebatador de sua discografia no final da década, "Freedom" (19º disco, 1989).


Neil Young nunca cedeu em sua longa carreira, estando em atividade até hoje lançando 47 álbuns de estúdio e realizando turnês mundo afora.


"Comes a Time"


















































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