Um dos sobreviventes da era do rock clássico, o trovador canadense continua sendo um dos sábios mais sábios da música popular com quase 07 décadas de experiência. Desde as alturas crescentes que o viram se consolidar como um dos artistas contra culturais definitivos de sua época, até a overdose e morte do seu colega de banda da CRAZY HORSE, o guitarrista Danny Whitten, Young experimentou os 02 lados da moeda em todo o seu tempo na indústria musical.
Compreensivelmente, a vida pessoal de Young se mesclou ao seu trabalho, com ele criando alguns dos momentos mais profundos do rock.
Seja na música "Old Man" sobre o ex-proprietário do rancho que ele comprou na California ou na canção "Danger Bird" que detalha a separação amorosa da atriz Carrie Snodgress após a sua infidelidade, a composição honesta de Young foi um fator significativo em sua ascensão meteórica e o motivo dele ter permanecido tão importante na história até hoje, apesar das muitas mudanças enquanto o planeta gira.
E dentre várias músicas, uma das mais impactantes é "Hey Hey My My", a última canção do seu disco ao vivo, "Rust Never Sleeps" (1979). Uma peça amplamente influente, foi consolidada na lei da cultura popular pelo vocalista/guitarrista do NIRVANA, Kurt Cobain, referindo-se à frase que consta nas letras desta canção: "É melhor queimar do que desaparecer", como parte de sua carta de suicídio em 1994.
Ao falar com o veterano jornalista, Dan Rather, agora em abril de 2023 para a AXS TV, Young discutiu o significado da música "Hey Hey My My".
Questionado logo de cara pelo jornalista: “É melhor queimar do que simplesmente desaparecer lentamente?”, Young deu o seu relato sobre a natureza dos negócios da música e explicou que escreveu esta canção em 1979 especificamente "sobre o rock and roll".
Young respondeu, não se referindo somente a um final de vida drogadito: “Bom, para o rock and roll, Jimi Hendrix queimou, ok, bang, ele se foi. Kurt Cobain queimou, bang, se foi. Buddy Holly, bang, se foi. O grande Ritchie Valens, bang, se foi. Eles chegaram ao auge e é assim que todos se lembrarão deles e é disso que se trata o rock and roll, esse limite, chegar ao pico, essa coisa, sabe? Então, você olha para tudo isso e pensa: 'Bom, talvez seja melhor apenas queimar do que desaparecer - para o rock and roll'”.
Young então fez uma distinção entre o rock and roll e a vida.
“E essa minha música é sobre o rock and roll, não é sobre a vida. A vida nos dá filhos, família, relacionamentos, natureza, coisas belas e tem todas essas outras coisas das quais o rock and roll não faz parte, porque o rock and roll é algo próprio e é um animal por si só. Então, eu estava cantando sobre o rock and roll".
"Mas especificamente para o rock and roll, se isso é tudo o que você é na vida e se isso é tudo o que você quer fazer, então, explodir não é ruim, porém, há muito mais na vida do que apenas o rock and roll”.
O entrevistador observou que há muito mais na música de Neil Young do que o rock and roll, com o músico canadense concordando e concluindo: “Mas eu amo o rock e estou feliz em estar aqui”.