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by Brunelson

Neil Young: falando sobre instrumentos, amplificadores e pedais para guitarra que usa


O fato de Neil Young ser rotulado carinhosamente como o "Padrinho do Grunge", dá uma forte indicação de sua importância no grande panteão do rock e na proliferação da música popular como um todo.


O artista canadense é justamente elogiado como um dos maiores da história, ajudando a espalhar uma forma de rock que não era misógino e de baixa instrução técnica, mas de sentimentos e um enxame de emoções complexas.

Do NIRVANA ao RADIOHEAD, Young teve uma influência decisiva em algumas de nossas bandas e artistas preferidos, o qual configurou a criação de músicas célebres na história do rock em ambos os lados. Devidamente, o seu trabalho pode ser ouvido em vários gêneros, quer sejam nos acordes harmônicos abertos na faixa título do RADIOHEAD, "The Bends" (2º disco, 1995), na canção "Smile" do PEARL JAM (4º disco, "No Code", 1996) ou nos números acústicos amplificados de Kurt Cobain do NIRVANA, como a música "About a Girl" (1º disco, "Bleach", 1989).

Ou seja, algumas das melhores músicas alternativas dos últimos 40 anos foram influenciadas diretamente por Neil Young.





Além de ser um letrista e vocalista mestre, Neil Young é um herói da guitarra, com o seu estilo próprio nas seis cordas. Sendo um guitarrista que usa as suas emoções para fortalecer sua forma de tocar e contemporâneo do reino de guitarristas virtuosos como Jimi Hendrix, B.B. King, Peter Green e David Gilmour, o estilo de tocar de Young através de sua "mordida" na guitarra quanto a essência de suas músicas acústicas, passaram a dar ao rock alternativo sons de guitarra que definiriam o gênero.

Ao ser entrevistado pela revista Guitare & Claviers em 1992, Young falou como ele toca guitarra e consegue capturar o seu som característico. Questionado se ele tem uma guitarra favorita para escrever as suas músicas, ele respondeu: “Na verdade, não. Geralmente escrevo canções novas com guitarras muito baratas e não muito boas”.

Young acrescentou: “Por exemplo, eu tenho um violão Epiphone japonês que comprei na Nova Zelândia. O som não é bom, mas é único. Gosto sempre de comprar violões de 2ª mão, porque sei que vou compor pelo menos 01 ou 02 músicas com eles. Cada violão vem com a sua própria história e o sentimento de todas as pessoas que o usaram antes. Isso lhe faz tocar certos acordes que você não tocaria normalmente e te empurra para algo novo. Se você tiver sorte, você vai conseguir uma música com isso”.

Ele falou mais sobre este violão Epiphone: “Sim, é um dos mais baratos. Provavelmente está no chão do meu quarto agora. Olhando, parece que está em boa forma, mas a sonoridade dele é muito ruim, o pescoço dele não é muito bom e está sempre desafinado, mas eu gosto dele. A maioria das canções do álbum 'American Dream' (de Crosby, Stills, Nash & Young) foram escritas nele. Acho que também escrevi a música 'Fuckin' Up' com esse violão (18º disco de Neil Young, 'Ragged Glory', 1990)".

"Mas também tenho violões e guitarras muito boas que são ótimas para compor e gravar. Eu tenho alguns Martins, Gretschs - particularmente White Falcons, antigos Explorers, Flying Vs... Tem também os meus amplificadores, que daí já é outro assunto", adicionou Young.

Foi quando ele surpreendeu a maioria dos seus fãs quando a atenção da conversa se voltou para o amplificador que ele usa: “Bom, na verdade o meu amplificador é uma espécie de montagem personalizada. Tem muitos elementos e controles diferentes nele. Esse amplificador Fender Deluxe Tweed tem um gadget que ninguém mais tem. É único, totalmente original e sou muito feliz com isso. Chama-se Whizzer e deixo ele em cima do meu Fender, que é a espinha dorsal do meu som. Os potenciômetros do meu amplificador são motorizados e ligados ao Whizzer. Eu ajusto as minhas configurações nos controles digitais do Whizzer e que define a posição do motor que realmente gira fisicamente".

Young concluiu, esclarecendo quais os pedais de efeitos para guitarra são os mais cruciais para o seu som: “Ainda sobre o meu amplificador, possuo uma configuração que uma vez pressionado e ativado o botão, transforma todos os dials do amplificador na configuração desejada. Eu tenho 04 deles, então, não há interrupção no som. Todo o meu sistema é bastante complicado, sabe? Tenho um rack de efeitos que na verdade não é um rack, é uma caixa (pedaleira) cheia de efeitos. Eles são todos muito antigos: echoplex, delay analógico, divisor de oitava Mutron, um flanger Boss que deve ser de 1969... Eu ligo todos eles num conjunto de interruptores, tipo, coisas de qualidade da NASA, e tenho alguns controles remotos para ligá-los à distância. Na verdade, não consigo usar os pequenos pedais da Boss, porque toda vez é a mesma coisa: ‘Ah, me desculpe’ e a coisa toda se despedaça nos meus pés”.


"Fuckin' Up"


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