Neil Young: o disco que ele lançou e achou que ficou “mal mixado”
Embora já tenha tocado com diversas bandas, Neil Young sabe exatamente como quer abordar sua música.
Isso é particularmente verdadeiro quando se trata de gravar sua sonoridade, onde ele coloca o sentimento de vanguarda em seus pensamentos ao compor uma canção. E é natural que ele se esforce para que seus sentimentos apaixonados sejam amplificados no estúdio quando está gravando um disco, sejam eles na sua voz, na guitarra ou em confluência com todos os seus colegas de banda.
O que quer dizer também que ele olha para o seu produto com desgosto quando percebe que não foi feito dessa maneira.
Para que seu trabalho soe da melhor forma possível, Young prefere gravar ao vivo os seus discos de estúdio. Ele pode ter feito overdubs ocasionalmente ao longo de sua carreira, mas para realmente transmitir o som autêntico de uma banda como ela realmente é nos palcos, ele sente que o processo precisa ser feito dessa forma.
É por isso que ele considera seu disco homônimo de estreia em 1968 como um dos seus piores esforços de toda a carreira, uma vez que não foi realizado com esse método preferido.
Ao ser entrevistado pela revista Rolling Stone em 1970, apenas alguns meses antes do lançamento do álbum "After The Gold Rush" (3º disco, 1970), onde essas músicas iriam tipificar sua natureza da gravação ao vivo, Young se sentiu confortável com sua abordagem: “É humano... Você está ouvindo o que realmente é”.
E essa questão relativa à essência constitui a questão central de Young em contraste com o seu disco de estreia. Discutindo que parecia "música de estúdio", Young disse na entrevista: “Sim, sim, eu sei o que você quer dizer. O som sai realmente do estúdio e não dos músicos em si. Isso é o que eu acho que é a culpa do meu 1º álbum. As linhas foram dobradas em vez de serem tocadas novamente... Sabe, eu acho que as pessoas gostam de ouvir os músicos tocando todos juntos, porque tocar ao vivo é muito emocionante, especialmente as guitarras que realmente me emocionam e com todo mundo tocando junto e ao mesmo tempo é muito legal, mas algumas bandas preferem fazer da outra forma".
Para Young, a música "I’ve Been Waiting For You" se destaca das demais em seu 1º disco: “Essa é a única canção do álbum que parece ter sido gravada ao vivo, mas não foi, só porque todos os instrumentos foram tocados e gravados em dias diferentes". Mesmo assim, Young admitiu que usou essa música como um exemplo de como o overdubing pode funcionar em raras ocasiões.
No entanto, a visão de Young sobre o histórico em aplicar overdubings é geralmente negativa. Quando questionado se não estava satisfeito com o álbum quando o mesmo foi lançado em 1968, ele disse que estava satisfeito com seus esforços, mas que o produto final tinha ficado "muito mal mixado”, tanto que o disco seria remixado e relançado em 1969.
Neil Young concluiu: “O meu 1º álbum? Fiquei satisfeito com o que fiz tanto quanto pude, mas então, quando o trabalho de mixagem foi concluído, fiquei impressionado negativamente porque não conseguia ouvir o que eu tinha feito".
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