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by Brunelson
Ele, como o seu contemporâneo, Jimi Hendrix, viu a guitarra como ela é: um pedaço de madeira que é melhor usado como porta-voz do coração e alma.
Young foi uma das primeiras figuras a popularizar o jogo expressivo e emocional numa guitarra, em vez de colocar o virtuosismo e a técnica na frente das coisas - e foi isso que o tornou querido por tantos.
Young viveu uma vida cheia de altos e baixos e por ser um compositor principalmente autobiográfico, esses momentos influenciaram a sua música. Sabemos que quando ouvimos o seu trabalho, o sentimento é orgânico, seja de alegria, tristeza ou raiva.
Young nunca gostou de entrevistas, como explicou em uma conversa para a revista Rolling Stone em 1975 para o ainda jornalista, Cameron Crowe (diretor de filmes), mas a morte de Whitten o afastou ainda mais dos seus fãs.
Questionado sobre por que ele finalmente decidiu voltar a conceder entrevistas, Young esclareceu as coisas: “Há muito que tenho a dizer... Eu parei de dar entrevistas porque elas sempre me causavam problemas, sempre! Elas nunca deram certo comigo e eu simplesmente não gosto de ser entrevistado”.
Young acrescentou: “Na verdade, quanto mais eu não queria dar entrevistas, mais os jornalistas queriam, mesmo eu falando coisas sem dizer nada com nada, mas o mundo gira, não é? Eu me sinto muito livre agora e estou de volta morando no sul da Califórnia. Me sinto mais aberto do que há muito tempo não sentia e estou saindo e conversando bastante com muitas pessoas... Sinto que algo novo está acontecendo na minha vida agora”.
Ele continuou: “Estou realmente animado com a nova música que estou criando agora e de volta com a CRAZY HORSE. Agora, nesse momento, enquanto estou conversando com você, essas músicas estão passando pela minha cabeça. Estou muito empolgado e acho que tudo o que fiz é válido, caso contrário, não teria lançado aqueles discos, mas percebo que os últimos 03 álbuns que lancei foram todos de uma certa maneira... Eu sei que recebi muita publicidade ruim deles, mas de alguma forma, sinto como se tivesse saído de algum tipo de escuridão e a prova estará no meu próximo álbum que irei lançar, que vai se chamar 'Tonight's The Night' (6º disco, 1975). Eu diria que é o capítulo final de um período pelo qual passei”.
Então, Crowe perguntou a Young sobre esse período sombrio, ao qual ele respondeu com a franqueza pela qual conhecemos: “Ah, não sei... A morte de Danny Whitten provavelmente desencadeou esse período sombrio. Aconteceu logo antes da turnê que gerou o nosso disco ao vivo, 'Time Fades Away' (1973), e ele deveria estar conosco naquela turnê. Nós estávamos ensaiando com ele para nos prepararmos para a turnê, mas Danny simplesmente não conseguia tocar”.
Young continuou: "Naquele mesmo dia, Danny voltou para Los Angeles e naquela noite o legista me telefonou de Los Angeles e me disse que ele tinha sofrido uma overdose. Aquilo explodiu a minha mente, porque eu amava Danny e me senti responsável por aquilo... A partir daí, eu já tinha agendado uma enorme turnê em grandes arenas e estava muito nervoso e inseguro em fazer aqueles shows".
Felizmente para Neil Young e seus fãs, ele emergiria triunfantemente do seu período de escuridão com os álbuns "Tonight's The Night" e "Zuma", no entanto, a outra metade dos anos 70 não seria mil maravilhas para Young, pois ele foi forçado a confrontar as infidelidades de sua parceira na época, Carrie Snodgress, e lutou com a sua aparente irrelevância no final da década.
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