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by Brunelson
Neil Young viu a realização da música moderna desde o início e o mundo é um lugar muito diferente daquele de quando ele começou a sua jornada musical na década de 60.
Naquela época, a indústria da música era uma besta completamente diferente da que é hoje, as gravadoras tinham todas as cartas e a quantidade de dinheiro circulando era vasta em comparação.
Em sua defesa e em questões musicais, a internet tornou as coisas num nível meritocrático e permitiu que as pessoas quebrassem as barreiras subvertendo-as totalmente online, encontrando uma base de fãs própria sem ter que apressar-se em fechar um contrato com uma gravadora.
Este exemplo é apenas um dos muitos aspectos positivos que derivaram do efeito da internet no mundo da música, no entanto, existem outros aspectos da indústria que foram alterados, especificidades pelas quais Neil Young não é grato e acredita que estão prejudicando os artistas.
Os decretos de Young não têm nada a ver com a web permitindo que a indústria seja aberta para todos, isso na verdade é algo que se alinha com a sua visão de mundo por uma realidade mais justa, mas a composição da qualidade do som é aquela que ele acredita estar arruinando a música.
No livro "Shakey: Neil Young's Biography" (2002), mostra a sua campanha para mudar a forma como a internet afetava (e ainda afeta) a música, quando afirmou com veemência: “O meu objetivo é tentar resgatar a forma de arte que venho praticando nos últimos 50 anos, pois vivemos na era digital e infelizmente a qualidade está degradando a nossa música, e não melhorando”.
Young disse mais tarde ao site Wired em 2019: “Não existem serviços de streaming de música, mas sim, serviços de streaming de tecnologia. Não é a mesma coisa pelo que estou vendo, ou eles estariam reclamando da tecnologia que precisam usar. Eles não parecem entender do que se trata a música ou não se preocupam com quem a está fazendo".
“Além de soar realmente terrível, não há crédito por nada. Você não consegue encontrar as informações e isso não parece importar para eles, no entanto, estamos na era da informação e eles são empresas de tecnologia, o que é muito confuso de entender”.
Em vez de apenas reclamar sobre o problema e não fazer nada a respeito, em 2018, Neil Young lançou o seu próprio serviço de streaming que ainda atendia à demanda moderna de ser um aplicativo adequado à forma como as pessoas consumiam música - e não comprometia a qualidade da música - o que significava que os fãs podiam ouvi-la da maneira que Neil Young pretendia.
“Esse é o trabalho de uma vida”, disse Young sobre os seus arquivos áudios online que disponibiliza em seu site oficial, antes de acrescentar sobre o seu esforço: “Este trabalho nunca estará concluído”.
Young orgulhosamente continuou: “Se você quiser ouvir a minha música e quiser ter a opção de ouvi-la com toda a profundidade e glória da alta resolução, ela estará lá. Todos os meus novos discos podem ser ouvidos lá primeiro, antes de serem lançados em qualquer outro lugar. Álbuns novos, coisas não lançadas de arquivos e discos antigos, sempre serão ouvidos lá primeiro... A nossa máquina é um monstro”.
Com o Neil Young Archives, ele agora alcançou com sucesso o que começou quando desabafou sobre o assunto lá em 2002, ainda que apenas em uma microescala. Young acumulou mais de 25 mil fãs fervorosos que pagam uma mensalidade de U$ 1,99 dólar para ouvir o seu trabalho com a melhor qualidade possível e da maneira que ele sempre imaginou.
A música de Young ainda está no Spotify e coleta milhões em sua audição, no entanto, com o Neil Young Archives ele oferece uma alternativa real para os fãs que estão insatisfeitos com a qualidade disponível em outras plataformas.
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