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by Brunelson
"Zuma", o 7º álbum de estúdio de Neil Young lançado em 1975, é um dos melhores de todo o seu catálogo.
Ao longo dos seus 36 minutos de duração, nunca há um ponto baixo e é posteriormente um dos, se não, o mais completo álbum que ele já lançou na carreira.
Enquanto os puristas diriam que a coroa pertence a álbuns como "After The Gold Rush" (3º disco, 1970), "Harvest" (4º disco, 1972) ou "Time Fades Away" (disco ao vivo, 1973), o álbum "Zuma" certamente faz uma boa afirmação, já que toda a produção de Neil Young desde o álbum "Everybody Knows This is Nowhere" (2º disco, 1969) até "Zuma" foi estelar.
Não conhecido por ser um compositor "mais otimista", particularmente durante esse período de gravação do disco "Zuma" também faz uma forte afirmação de ser um dos mais deprimentes e emocionalmente sombrios na carreira de Young. É sincero, triste e os licks de guitarra inspirados no blues são uma personificação disso.
Durante o período de gravação do álbum no verão de 1974 ao verão de 1975, Young estava em um dos pontos mais deprimentes que já esteve na vida.
A história é trágica e conhecida...
O guitarrista e colega de banda, Danny Whitten, faleceu devido a uma overdose de álcool com diazepam em 1972, o que afetou muito Neil Young e o resto da banda. Teve um efeito tão devastador que levou ao hiato de sua banda de apoio, a CRAZY HORSE.
Sobre a morte de Whitten, Young disse ao (ainda) jornalista Cameron Crowe (hoje, também diretor de filmes, que na época trabalhava para a revista Rolling Stone em 1975): “Nós estávamos ensaiando com ele e Danny simplesmente não conseguia... Ele não conseguia se lembrar de nada e estava muito fora daquilo, muito longe, sabe? Eu tive que dizer a ele para voltar a Los Angeles e se tratar numa clínica de reabilitação. Eu falei: ‘As coisas não estão acontecendo, cara. Vocês (CRAZY HORSE) não estão juntos o bastante no tempo das músicas'. E ele apenas me disse: 'Não tenho para onde ir, cara. Como vou contar aos meus amigos o que aconteceu comigo?'”
Em 1975, Young decidiu que era hora do CRAZY HORSE se reformar e trouxe o guitarrista Frank Sampedro no lugar de Whitten, o que seria uma decisão importante na carreira do grupo e de Neil Young.
Cada música do álbum é incrível. A abertura com a canção "Don’t Cry No Tears" é uma peça introspectiva que pode ser tomada como um mergulho profundo nos sentimentos de Young, após a sua separação de sua namorada e mãe do seu filho. Uma parte da letra diz: “Bom, eu me pergunto / Quem está com ela essa noite? / E eu me pergunto / Quem está segurando ela com força?”
A 2ª música do álbum, "Danger Bird", é um dos destaques do disco e uma das melhores canções de Neil Young de todos os tempos. Escrito em tom menor, é ostensivamente sobre o rompimento do relacionamento de Young e sua ex. Inspirada nas infidelidades de sua amada e apoiada por uma música sombria e atmosférica, a letra a seguir é de partir o coração: “Porque você esteve com outro homem / Lá está você e aqui estou eu".
Até Lou Reed (vocalista/guitarrista do VELVET UNDERGROUND) era um grande fã da música "Danger Bird", que em última análise diz tudo o que deveria em termos de percepção do público. Ele considerou ser a melhor canção que já tinha escutado, afirmando claramente numa vez em entrevista: “Me faz chorar e é o melhor que já ouvi na minha vida. O cara é um guitarrista espetacular, essas melodias são tão maravilhosas, tão calculadas, construídas nota a nota e... Ele deve ter se matado para conseguir essas notas e isso me deixa com os cabelos em pé”.
Depois, há o destaque do álbum, a canção "Cortez The Killer". O lado separado da mesma moeda para a música "Danger Bird", musicalmente é muito semelhante em sua atmosfera sombria e tonalidade, apresentando um dos solos mais icônicos de Young, assim como o seu conjunto de letras. Em última análise, a canção "Cortez The Killer" define o embrião que quando nascesse ganharia o nome de grunge. Na música, você pode realmente ouvir onde o grunge e o noise rock pegaram muitas de suas sugestões. Existem muitos paralelos que podem ser traçados com canções do SONIC YOUTH e liricamente se preocupa em recontar a conquista espanhola do México, mas a reposiciona como uma alegoria de amor perdido.
Todas as 09 músicas desse álbum mostram os lados inerentes de Neil Young. A 3ª canção do disco, "Pardon My Heart", é outra visão muito introspectiva do fim de seu relacionamento, enquanto ele canta: "E o amor não está fluindo / Do jeito que poderia ter sido / Você trouxe tudo / Oh, mas parece tão errado”.
A música "Lookin' For a Love" é um hino melódico e que novamente faz referências ao seu amor perdido...
A canção "Drive Back" também é um momento subestimado no catálogo de Neil Young. Aqui, recebemos alguns licks clássicos de Young na guitarra e querendo ou não, essa música precedeu o tipo de "rock do deserto" romanticamente aumentado em volumes pelo QUEENS OF THE STONE AGE e que se caracterizou no final da década de 90. O uso de harmônicos comprimidos por Young durante esta canção reflete o status como o melhor herói da guitarra do rock alternativo.
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