Nick Mason: "os primeiros shows do Pink Floyd foram um monte de lixo sendo jogado ao público", disse o baterista
É sempre um desafio tentar levar qualquer ideia musical do seu espaço de ensaio para os palcos.
Para todos os artistas que afirmam soar divinos sempre que se reúnem para ensaiar, o maior teste é mostrar essa música ao resto do mundo e ver como eles respondem a ela.
Afinal de contas, banda que se preze, é banda que toca ao vivo.
PINK FLOYD pode ter conseguido ser um dos pioneiros do movimento psicodélico nos anos 60, mas o baterista Nick Mason não considerou suas apresentações ao vivo tão impressionantes quando eles começaram a carreira.
Por outro lado, falar sobre o PINK FLOYD da era Syd Barrett (vocalista/guitarrista/compositor original) e o PINK FLOYD que a maioria das pessoas conhece, é falar sobre duas entidades muito diferentes. Embora na 2ª etapa a banda possa ter permanecida com 3/4 de sua formação original, Syd Barrett foi a verdadeira força motriz por trás do grupo em seu início de carreira, constantemente tentando ir além com suas peças fantasiosas de rock psicodélico e progressivo.
Embora músicas como "See Emily Play" (single, 1967) pareçam o oposto da banda que um dia criaria a canção "Money" (8º disco, "The Dark Side of The Moon", 1973), as composições de Barrett ainda foram suficientes para conseguir um grande número de seguidores na Inglaterra e Europa, gravando o disco de estreia do grupo, "The Piper at The Gates of Dawn" (1967), no Abbey Road Studios, no mesmo período enquanto os BEATLES gravavam o álbum "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band".
Sendo um dos primeiros grandes defensores dos espetáculos visuais nos shows, cada apresentação do PINK FLOYD na cena noturna de Londres parecia ter sido arrancada de uma viagem de ácido LSD. Desde as várias luzes piscando por todo o lugar até as diferentes peças de improvisação e momentos experimentais em suas músicas, ninguém iria ver o mesmo show do grupo se fosse presencia-lo por 02 noites seguidas.
E embora admitissem que era interessante ver o que podiam fazer com seus instrumentos musicais sempre que subiam ao palco, uma vez em entrevista, Nick Mason disse que achava que quase ninguém estava gostando daquilo tudo, exceto eles próprios da banda.
Relembrando aqueles primeiros shows, Mason disse que o público teve que passar por diversas experiências do que normalmente esperaria: “Nos primeiros dias do PINK FLOYD, havia um monte de lixo sendo jogado ao público quando queríamos tirar algumas boas ideias ali no palco”.
Infelizmente, esse mesmo tipo de experimentação e improvisação apenas sinalizou o colapso que estava acontecendo com a saúde mental de Barrett, à medida que ele ficava mais perdido em sua própria cabeça devido ao abuso de substâncias químicas.
Depois que o PINK FLOYD dispensou seu líder em 1968, o guitarrista David Gilmour (que já estava no grupo quando Barrett saiu), foi aos poucos aparecendo como compositor e vocalista, o que refletiria na sonoridade dessa nova etapa do PINK FLOYD adentrando à década de 70, junto com as composições e vocais matrizes que Roger Waters havia assumido para si desde então (vocalista/baixista).
À medida que o PINK FLOYD foi ficando gigante na nova década e além, eles continuaram a fazer grandes espetáculos e shows no sentido literal da palavra, se apresentando em locais massivos como a histórica turnê do álbum "The Wall" (11º disco, 1979) ou trazendo o enorme porco inflável para voar sobre o público durante a turnê do álbum "Animals" (10º disco, 1977) - citando apenas 02 exemplos.
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