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by Brunelson

Nirvana: análise de quase todas as canções - "Moist Vagina"


A música "Moist Vagina" é uma das renegadas que a gravadora não deixou o NIRVANA lançar em seu último álbum de estúdio, "In Utero" (4º trabalho de estúdio, 1993).

Sendo incluída como lado-b no single da canção "All Apologies", gradativamente ela foi ganhando o status cult.


Por que?

Porque é uma música com sonoridade bandida, concedendo vislumbres de como estava ficando o som do NIRVANA e que se estenderia na sua canção "meio-irmã", "You Know You're Right", esta que foi a última gravação da banda ocorrida em janeiro de 1994.

Também por vir com esse rótulo de "renegada" pela gravadora do grupo, já que ninguém da área gerencial da gravadora e executivos estavam aprovando a sonoridade e a maioria das músicas do disco "In Utero", indiscutivelmente, o álbum mais aguardado dos anos 90, com todos curiosos para saberem como seria o disco do NIRVANA após o álbum "Nevermind" (2º disco, 1991).

Claro, além do marcante e agora clássico e engraçado refrão da música, com Kurt Cobain gritando repetidamente por 02 minutos: "Maconha!”

O disco "In Utero" é todo um álbum cult por tudo que lhe envolve e aqui estão alguns motivos.


Primeiro, é um grande "fuck you" para a gravadora, establishment e público mainstream, mais parecendo um álbum que foi gravado numa garagem com uma sonoridade tosca de propósito pelo produtor underground, Steve Albini. Foi tudo o que seria contrário a uma produção para o público mainstream, mas sim, o que a banda realmente queria fazer e era uma satisfação aos desejos do seu "eu" interior e assumindo uma integridade, adotando a máxima de Freud de que devemos parar com o ato inconsciente de "somos o desejo do outro, sempre querendo satisfazer o outro".

Segundo, sobre a ambiguidade que envolve o disco, as outras músicas renegadas pela gravadora foram "Gallons of Rubbing Alcohol Flow Through The Strip" (somente nos EUA), "I Hate Myself and I Want to Die", "The Other Improv", "Forgotten Tune" e "Jam" (essas 02 últimas parentes distantes da canção renegada do álbum "Nevermind", a noise "Endless Nameless"). Essas músicas eram tão podres para a gravadora - já que o disco "In Utero" não estava descendo pela garganta - que eles não deixaram lançar no álbum, mas em contra partida, havia 02 canções bonitas e acessíveis à rádio mainstream que a gravadora queria que fossem lançadas no disco, "Marigold" e "Sappy", mas que daí foi o NIRVANA que não quis lança-las.

Terceiro, Cobain também queria que o nome do disco e a música que abrisse o álbum fosse "I Hate Myself and I Want to Die", o que foi negado pela gravadora.

Quarto, a banda não aceitou a sugestão da gravadora para regravar o disco, então, chegaram no acordo de remixar somente as músicas que iriam ser lançadas como single, "Heart Shaped Box", "All Apologies" e "Pennyroyal Tea".

Quinto, as redes de vendas dos supermercados Walmart e Kmart proibiram a venda do álbum em suas lojas, devido a foto de sua contracapa que apresenta colagens de bonecos e bebês de plástico, além de apresentar uma música intitulada "Rape Me".

E sexto, para finalmente fazerem um acordo de paz e apertarem as mãos, para mostrar a todos que tudo estava tranquilo na linha de guerra, a banda concordou com a solicitação da gravadora de todos viajarem juntos no ônibus de turnê do disco "In Utero", o que antes não era feito assim dessa maneira.

"In Utero" é o melhor álbum do NIRVANA. Tudo misturado e condensado num plástico derretido, quente e mole, com o cheiro de uma linha de produção de uma metalúrgica.


Apresenta a versão pesada e crua do 1º disco, "Bleach" (1989), em músicas como "Very Ape" e "Scentless Apprentice"; o lado mais melódico e popular do álbum "Nevermind" nas canções "Rape Me", "Dumb", "Pennyroyal Tea" e "All Apologies"; e a confluência disso tudo e mais as coisas novas que estavam surgindo sob a asa do noise, em músicas como "Milk It" e "Radio Friendly Unit Shifter".

É uma áurea que a canção "Moist Vagina" representa o disco "In Utero" muito bem.


Confira as resenhas das outras músicas que o site rockinthehead já publicou:











































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