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by Brunelson

Nirvana: "Kurt Cobain tinha uma visão exata do que a banda se tornou" disse empresário do grupo


O empresário do NIRVANA e que foi amigo/confidente de Kurt Cobain, Danny Goldberg (foto), foi recentemente entrevistado pelo podcast Whatever Nevermind e falou sobre o falecido frontman do NIRVANA.

Seguem alguns trechos dessa entrevista:

Jornalista: Muitas das minhas ideias e memórias foram alteradas ao conversar com muitas pessoas no decorrer do tempo. Kurt Cobain meio que tinha esse tipo de personalidade em si, do tipo, "quem se importa?", mas na verdade ele estava muito direcionado e focado para conseguir sucesso. Você concorda com isso? É algo que você poderia dizer logo no início quando começou a trabalhar com ele, depois que o NIRVANA foi contratado por uma grande gravadora, Geffen Records, para gravarem o álbum "Nevermind"?

Danny Goldberg: Sim, porque é por isso que eles vieram até nós e a mim, por causa desse lado ambicioso dele. Ele não mostrava para todo mundo que ele sentia isso, mas era parte do que tornou a arte dele um sucesso.

Goldberg: E ficou óbvio desde o primeiro encontro que ele tinha ideias muito fortes sobre onde queria que a banda fosse e isso reforçou todas as outras vezes que eu conversei com ele.

Goldberg: Eu não acho que ninguém se torna tão bem sucedido apenas por acidente. Precisa ter um certo nível de ambição e quando eu escrevi o meu livro falando sobre o meu relacionamento profissional e pessoal com Kurt Cobain, "Serving The Servant" (2019), conversei com Krist Novoselic (baixista do NIRVANA) sobre isso e ele disse que Kurt era muito intenso quando se tratava de sua arte.

Goldberg: Ele insistia em ensaiar todos os dias e se você ler as suas anotações em seus diários, ele tinha todos esses desenhos de quando era criança, de imaginar a sua banda como atração principal e se apresentando em arenas.

Goldberg: Ele tinha uma visão de exatamente o que o NIRVANA se tornou, um artista de muito sucesso que falava a linguagem internacional do rock'n roll de apelo em massa, mas Kurt estava enraizado nos valores culturais e na intimidade do punk rock.

Goldberg: E ele fundiu essas duas coisas e criou uma corrente inteira num novo capítulo na história do rock. De certa forma, o sucesso do NIRVANA fez bandas como PEARL JAM e SOUNDGARDEN também serem reconhecidas pelo mainstream. Obviamente que essas bandas também já existiam, mas ainda não tinham alcançado o grande sucesso.

Goldberg: Kurt Cobain mostrou globalmente ao mundo da música que havia um público mais jovem que estava cansado daquele rock'n roll dos anos 80, o que Kurt chamava de rock corporativo, então, ele realmente tinha essa visão.

Goldberg: Ele tinha muita angústia na vida e muita dor, mas quando se tratava de sua arte, que incluía toda a carreira do NIRVANA, não apenas as suas composições, canto e jeito de tocar guitarra, mas a produção dos discos, a arte dos álbuns, a maneira como eles lidaram com a mídia e a maneira como lidaram com a sua carreira em turnês, tudo isto saiu da visão de Cobain.

Goldberg: E ele se manifestou exatamente da maneira que ele queria. Não deu a ele toda a felicidade que esperava, mas foi absolutamente realizado. Foi uma criação consciente e não acidental.

Danny Goldberg lançou o livro "Serving The Servant" em 2019, para marcar os 25 anos da morte de Kurt Cobain. Confira todas as matérias que o site rockinthehead havia publicado na época do lançamento desse livro:
























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