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by Brunelson
O empresário do NIRVANA e que era uma pessoa íntima de Kurt Cobain, Danny Goldberg, foi entrevistado pelo podcast Whatever Nevermind e dentre vários assuntos, falou por que ele não estava muito interessado em contratar o NIRVANA quando a banda assinou com uma grande gravadora, Geffen Records, para gravarem o álbum "Nevermind" (2º disco, 1991).
A Geffen Records era a mesma gravadora do SONIC YOUTH na época.
"Eu sempre odiei aceitar trabalhar com novos artistas", Goldberg disse numa parte da entrevista.
Só lembrando que Goldberg havia lançado o livro "Serving The Servant" em 2019, para marcar os 25 anos da morte de Kurt Cobain.
Seguem alguns trechos dessa entrevista:
Jornalista: Depois de trabalhar com o SONIC YOUTH, você foi trabalhar com o NIRVANA. Como a banda chegou até você?
Danny Goldberg: Bom, eu realmente não... Empresariar é um tipo de negócio engraçado. É um negócio que envolve dinheiro, onde você não é o único "mestre" das publicações.
Goldberg: Então, sempre odiei contratar novos artistas, não porque não gostasse do romance de descobrir um novo artista, mas porque eles geralmente não pagam nada no 1º ano de serviço e eu tinha a fama de ser uma pessoa que desencorajava os novos artistas...
Goldberg: Então, o outro empresário que viria a trabalhar conosco, John Silva (e que está no FOO FIGHTERS desde o início até hoje) viu o NIRVANA abrir um show para o SONIC YOUTH e fez com que o vocalista/guitarrista do SONIC YOUTH, Thurston Moore, me chamasse, pois eu era o empresário deles. Thurston me disse: "Olha, eu sei que você não gosta de trabalhar com novos artistas, mas esta é a melhor banda que já vimos".
Goldberg: E eu confiei totalmente nele, quero dizer, SONIC YOUTH era uma grande banda. Kim Gordon (vocalista/baixista) e os outros membros do SONIC YOUTH eram apenas os curadores do punk rock americano, do mundo do rock independente e com uma tremenda reputação em descobrir novos talentos.
Goldberg: Com base no entusiasmo dele, concordei em me encontrar com o NIRVANA e acho que o pessoal do NIRVANA quis me conhecer porque eles confiavam no SONIC YOUTH, porque o SONIC YOUTH era um modelo exemplar para eles referente a forma que levavam a carreira. Eles tinham a ética, criatividade e ainda uma função importante no mercado musical.
Goldberg: Nós os conhecemos, tivemos uma reunião com eles e no final do dia éramos os novos empresários (equipe) do NIRVANA. Eles já tinham lançado o álbum de estreia em 1989, "Bleach", e queriam mudar para uma grande gravadora e um tipo convencional de gestão empresarial de Los Angeles.
Jornalista: Estou imaginando você como alguém que vivenciou aquela época ouvindo NIRVANA. Você realmente gostava da música deles?
Goldberg: Bom, eu estava muito ocupado quando conheci a banda. Novamente, tínhamos de 40 a 50 pessoas trabalhando no escritório e eu estava tentando sobreviver. Tinha acabado de fazer 40 anos de idade, o meu 1º filho havia acabado de nascer e o meu tempo estava muito fragmentado.
Goldberg: Inicialmente, eu aceitei trabalhar com o NIRVANA somente pela fé, por causa do que Thurston Moore havia me dito, do entusiasmo de John Silva e da agitação em geral, mas depois de um período de tempo em que já estávamos trabalhando juntos, foi quando percebi que eu nunca os tinha visto tocar ao vivo...
Goldberg: Eu acreditei muito neles na época. Por mais que as gravações sejam importantes, você obtém outro nível de conexão com o artista quando os vê num show, sabe?
Goldberg: Enquanto eles estavam ensaiando as músicas que Kurt Cobain compôs para o álbum "Nevermind", eles queriam fazer um show em Los Angeles para apenas experimentar algumas delas na frente de um público. Eles abriram para o DINOSAUR JR, no The Palace, o que tinha provavelmente quase mil pessoas lá.
Goldberg: E então eu fui sozinho neste show e fiquei encantado quando vi o NIRVANA no palco e a intimidade que Kurt tinha com o público, tipo, era como se ele estivesse falando individualmente com cada um.
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