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by Brunelson

Pearl Jam: a música que Eddie Vedder chamou em seu lançamento de "a melhor coisa que já fizemos"


Depois de 02 álbuns que conquistaram o mundo e que ficariam marcados na história do rock, "Ten" (1º disco, 1991) e "Versus" (2º disco, 1993), em meados da década de 90 o PEARL JAM havia praticamente se tornado grande demais para falhar.



No entanto, a dolorosa morte de Kurt Cobain enviaria ondas de choque à comunidade musical antes do lançamento do seu 3º álbum, "Vitalogy" (1994). Embora o vocalista Eddie Vedder possa ter adorado o que eles criaram em seu 3º disco - onde ele foi gradativamente tomando as rédeas na liderança da banda e na composição das músicas - nem todas as canções desse álbum foram projetadas para serem compatíveis às rádios.


Desde a sua ascensão à fama, Vedder e a banda teve dificuldade em se adaptar à vida de celebridade. Tendo sido uma pessoa um tanto isolada antes do PEARL JAM se formar, ser colocado no centro das atenções em tão pouco tempo fez com que o grupo se sentisse desconfortável, abstendo-se em conceder entrevistas e renunciando à criação de videoclipes, onde nos anos 90 era lei fazer clipes para divulgar o novo disco de uma banda.

Procurando reduzir o som do grupo a uma produção mais artística, muito do que aparece no álbum "Vitalogy" inclui as músicas mais experimentais que a banda já criou. Embora ainda houvesse singles arrasadores no disco, como as canções "Spin The Black Circle", "Not For You" e "Immortality", houve alguns momentos em que o álbum ficou muito artístico e estranho para o seu próprio bem e sobrevivência do grupo.

Entre as estranhas, estão as músicas "Pry To" e "Aye Davanita" servindo como interlúdios e mais parecendo uma tribo cantando ao redor da fogueira no meio da noite numa floresta, o que estava refletindo com a súbita onda de fama e os olhares dos holofotes que a banda ainda experimentava. Vindo de sua exposição constante aos olhos do público, ouvir Vedder cantando letras sobre como a privacidade não tem preço, para ele quis dizer muito.

E para quebrar a sequência de ótimas canções que o disco "Vitalogy" nos apresenta, eis que aparece outra música estranha bem no meio do álbum chamada "Bugs", soando através de um acordeão desafinado e embriagado. Criado como resultado de Vedder brincando com um acordeão quebrado que ele tinha encontrado no estúdio, ele criou uma canção sobre um experimento mental sobre insetos em seu quarto. Depois de notá-los rastejando pelo chão, Vedder tenta se tornar amigo deles, quase cedendo aos seus instintos animalescos enquanto o barulho cacofônico o rodeia - uma analogia à pressão da mídia, veículos de comunicação e exigências da gravadora sob contrato.

Independentemente do potencial não comercial desta canção, Vedder se lembra de ter ficado animado com a música "Bugs" quando foi entrevistado uma vez pela revista Spin na época do seu lançamento: “Por muito tempo depois de gravá-la, eu ainda estava tocando e mostrando para amigos dizendo que era a melhor coisa que já havíamos feito (risos). Nós apenas decidimos fazer algo que fosse divertido de ouvir e que mesmo assim não fosse tudo o que a banda havia se tornado”.

Enquanto Vedder manteve a sua liberdade criativa durante todo o disco, o resto da banda ficou menos entusiasmado com o produto final.


Ao falar sobre o álbum depois de lançado, o guitarrista Mike McCready não gostou de ouvi-lo, pensando que não representava o que o PEARL JAM poderia fazer de melhor. Assim como o outro guitarrista do grupo, Stone Gossard, que relata no documentário do PEARL JAM, "PJ20" (2011), que é no disco "Vitalogy" que ele percebeu essa mudança de liderança musical na banda e que parecia outro grupo em ação.

E para encerrar o tópico de músicas estranhas, a faixa que encerra o álbum, "Hey Foxymophandlemama, That's Me", é o produto de Vedder fazendo uma vanguarda apresentando a voz gravada de uma pessoa sendo entrevistada e que está internada numa instituição para problemas mentais, com um noise e mais tarde uma bateria tribal permeando o fundo musical - o que mais parece que você está entrando em uma mente esquizofrênica.

Apesar de um disco onde das 14 canções o grupo escolheu 04 para "sabota-las", o álbum "Vitalogy" continua sendo um dos preferidos por boa parte dos fãs e que mesmo assim iria quebrar recordes avassaladores, sendo o 2º disco que mais vendeu cópias na história do rock em sua 1ª semana de lançamento - perdendo o 1º lugar para outro álbum da banda, "Versus" - de ter ficado em 1º lugar no ranking da Billboard que enumerava os lançamentos em CDs, sendo que o PEARL JAM havia conseguido esse posto primeiro lançado o disco "Vitalogy" em vinil, uma arte praticamente extinta nos anos 90. Também marcou o 1º prêmio Grammy do PEARL JAM pela música "Spin The Black Circle".

Além de nos apresentar canções clássicas da banda e que iriam ser figurinhas carimbadas nos shows como "Corduroy" e "Betterman", e outras que não são incomuns de aparecer no setlist do grupo, como "Last Exit", "Nothingman" e "Whipping".

PEARL JAM estava fadado a ir longe como banda de rock, mas a música "Bugs" marca uma das muitas reviravoltas que o álbum "Vitalogy" nos apresenta e que não são de fácil digestão para muitos.


"Bugs"





























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