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by Brunelson

Pearl Jam: fatos e histórias marcantes em 30 anos de carreira


Por 03 décadas, PEARL JAM rasgou o livro de regras do rock, fazendo as coisas inteiramente em seus próprios termos e inspirando uma vida de amor entre a sua legião global de fãs devotos.

Com o seu último álbum de estúdio lançado em 2020, "Gigaton" (11º disco), fizemos uma retrospectiva e levantamos alguns pontos importantes e marcantes na carreira do PEARL JAM, mostrando como e por que eles permanecem uma banda à parte.


Aqui, procuramos não enfatizar os lançamentos dos álbuns com os sucessos anexados (alguns só), mas sim, valores subjetivos, fatos e histórias que formaram cada teia e que moldaram essa grande banda de rock.


Vamos lá e boa viagem...


* Inquietos em Seattle

Quando se trata do grande arco da narrativa do PEARL JAM, é essencial começar não tanto pelo início, mas antes.


O tempo do guitarrista Stone Gossard e do baixista Jeff Ament sendo membros do GREEN RIVER e depois do MOTHER LOVE BONE, além do trabalho seminal do baterista Matt Cameron sendo membro do SKIN YARD e depois do SOUNDGARDEN, ajudaram a plantar as sementes que transformaria o noroeste do Pacífico - varrido pelas chuvas - em um dos nascedouros artísticos mais férteis na história do rock, desde meados dos anos 80 em diante.



* A Explosão Grunge

Por mais redutor que seja ver o legado do PEARL JAM somente através do prisma grunge, é uma forma inevitável de ser.


Embora as contribuições superlativas do SOUNDGARDEN e do ALICE IN CHAINS nunca pudessem ser menos que exageradas, no que diz respeito ao alcance mainstream inicial do grunge, a cena tinha 02 bandas principais: NIRVANA e PEARL JAM.

Com o enorme sucesso dos álbuns "Nevermind" (2º disco do NIRVANA) e "Ten" (1º disco do PEARL JAM, ambos lançados em 1991), os moradores de Seattle praticamente enterraram as memórias do hair/glam metal dos anos 80 nos cemitérios da história.

No caso do PEARL JAM, foram canções do seu 1º álbum como as clássicas "Alive", "Even Flow", "Black" e "Jeremy", que introduziram uma sensibilidade lírica nas paradas que era a antítese da música misógina e afetada que dominou a década anterior.


As vendas desses álbuns grunge afetaram não apenas a música, mas também a cultura. Afinal de contas, o vocalista Eddie Vedder tinha recebido uma oferta para um anúncio de roupas íntimas da marca Calvin Klein (que recusou), além das roupas de flanelas estarem nas vitrines das lojas, nas capas das revistas de moda e de artistas pop aderindo a vestimenta.

A história amplamente reciclada do grunge agora é um macramê de mitos, equívocos e de verdades reveladas. No entanto, o que é inegável, é que o PEARL JAM afetou a trajetória do rock a um grau que poucas bandas fizeram antes - ou desde então.


"Alive"


* Direto da Raiz

É inteiramente possível argumentar que nenhuma banda jamais gerou tantos outros grupos de rock aclamados pela crítica, sejam bem-sucedidos ou francamente se tornando lendários ao seu culto.


Começando com a colaboração requintada de Chris Cornell na banda TEMPLE OF THE DOG - que foi gravado simultaneamente com o álbum "Ten".


As atividades extracurriculares dos membros do PEARL JAM também incluem os grupos MAD SEASON (com o guitarrista Mike McCready), BRAD (com o guitarrista Stone Gossard) e o RNDM (com o baixista Jeff Ament). Isso sem mencionar vários lançamentos solo dos citados acima, incluindo 02 álbuns solo e 01 EP de Eddie Vedder e os vários projetos paralelos do baterista Matt Cameron.


"Hunger Strike" (TEMPLE OF THE DOG)


* Videoclipe da música "Jeremy"

Ao longo de sua carreira, PEARL JAM - intencionalmente ou não - se envolveu em polêmicas.


Uma das primeiras grandes ocorrências foi quando o videoclipe da canção "Jeremy" foi lançado (do álbum "Ten"), o qual verdadeiramente deu vida à música baseado na história real de Jeremy Wade Delle, um estudante que morreu por suicídio no colégio na frente dos seus colegas de classe.

Infelizmente, muitos interpretaram mal a mensagem do clipe.


O diretor desse icônico videoclipe, Mark Pellington, havia dito em entrevista para a revista New Yorker: “Acho que o PEARL JAM ficou muito, mas muito chateado quando leram a notícia desse garoto se suicidando, onde a crítica na época entendeu errado que o ato final no clipe do PEARL JAM, não foi uma expressão glorificada do menino se suicidando na frente dos seus colegas de classe”.

Continua sendo um dos vídeos mais famosos e poderosos de todos os tempos.


"Jeremy"


* Escalando Pela Vida

A reputação do PEARL JAM como uma banda ao vivo é fenomenal e foi inicialmente baseada não apenas em sua forma prodigiosa de tocar, mas também no espetáculo em si.


Dentre isso, Eddie Vedder frequentemente colocava a sua vida nas próprias mãos escalando os pontos mais perigosamente altos dos locais de shows ou andaimes em festivais, se balançando e se pendurando neles (vídeo abaixo).


“Algumas pessoas podem dizer que eu tenho um desejo pela morte”, disse Vedder a revista New Music Express por volta desse tempo. "Isso está errado... Eu tenho na verdade um desejo total pela vida”.

* Mais Forte Ainda

Após o sucesso de cair o queixo com o álbum de estreia e com o mundo sofrendo de um caso incurável de febre grunge, todos os olhos se voltaram ao PEARL JAM quando se tratou do seu tão aguardado 2º disco.


As críticas foram devidamente estelares, com a revista Kerrang proclamando na época: “PEARL JAM mudou para sempre a maneira como o rock pode ser tocado”, mas a pergunta persistia: "Como eles poderiam ficar maiores?"


Simples... O álbum "Versus" (1993) estabeleceu um novo recorde na história sendo o disco que mais vendeu cópias em sua 1ª semana de lançamento, vendendo impressionantes 950.378 cópias em apenas 05 dias e somente nos EUA.


"Animal" (Álbum: "Versus")


* Chega de Holofotes

Em 2021, não é incomum que muitos dos maiores artistas do mundo se abstenham em conceder entrevistas - e o PEARL JAM ajudou a abrir esse caminho.

“Eu não quero ser uma estrela do rock, pois não vale a pena”, disse um já cansado Eddie Vedder para a revista britânica Melody Maker em 1993. “Eu pessoalmente acho que quanto menos você souber sobre um músico, melhor. Tudo do que você precisa é a música”, e foi assim que o PEARL JAM se afastou em grande parte da promoção do seu 2º álbum.


É frequentemente citado que eles se "sabotaram" deliberadamente ao fazer isso, mas se trata de um dos alicerces que manteve a banda íntegra e viva até hoje.


“Se você ficar sabendo que nenhum de nós na banda está dando entrevistas, será apenas porque estamos tentando manter um pouco de controle sobre isso”, argumentou Vedder.


Ele finalizou:“É um pouco de preservação da música”.



* Quando o "Não" se Cristalizou

PEARL JAM deve certamente ser uma das poucas bandas preciosas que evitou ativamente fazer sucesso.


Primeiro, eles se recusaram ceder à pressão substancial da gravadora para lançar a balada emocional, "Black", como single do álbum "Ten".


Da mesma forma, embora a canção "Betterman" seja amplamente reconhecida como uma das melhores músicas em seu catálogo, ela foi cortada da lista das canções que foram lançadas em seu 2º álbum de estúdio, "Versus" - além de recusarem lançar a música "Daughter" como single principal.

"Isto é um sucesso!", o produtor Brendan O’Brien havia dito à banda no estúdio quando eles tocaram a canção "Betterman", conforme detalhado no livro PJ20. “Todos eles olharam diretamente para baixo e a sala ficou muda. Eu sabia que tinha dito alguma coisa errada", disse o produtor.


A música só seria lançada no 3º álbum de estúdio em 1994, "Vitalogy", e não seria escolhida como um dos singles do disco.


"Betterman"


* Gire o Círculo Preto

Em 2019, PEARL JAM foi nomeado embaixador oficial do Record Store Day.


Na verdade, eles sempre foram defensores do formato muito antes do renascimento do vinil e apaixonados pelas mais de 50 cores diferentes que existem para vinil.


Em 1994, eles lançaram em vinil o álbum "Vitalogy" com 02 semanas antes da versão em CD ser lançada, vendendo mais de 34 mil cópias apenas na primeira semana de lançamento e um recorde que durou até 2014.


Além de ter sido o primeiro disco em vinil que liderou o ranking de álbuns em CD, num momento onde os vinis estavam sendo deixados de lado e a venda em CD's reinava no mercado - quem viveu aquela época, sabe do que estamos falando.


"Spin The Black Circle" (Álbum: "Vitalogy")


* Ticketmaster

Notoriamente, em 1994 o PEARL JAM entrou numa longa discussão judicial com a Ticketmaster, questionando as taxas adicionais cobradas aos fãs que compravam ingressos para os shows.


Enquanto a banda experimentava várias maneiras de contornar a Ticketmaster, eles logo lutaram para localizar locais que não estivessem em dívida com contratos de exclusividade com a gigante da venda de ingressos. É frequentemente citado incorretamente que o PEARL JAM processou a Ticketmaster - eles não o fizeram - mas eles viajaram até o Congresso dos EUA para argumentar que a empresa era equivalente a um monopólio.

“Todos os membros do PEARL JAM se lembram de como é ser jovem e não ter muito dinheiro”, disse Stone Gossard na audiência. “Nós tomamos uma decisão consciente de que não queremos colocar o preço de nossos shows fora do alcance de nossos fãs”.

Em 1995, PEARL JAM começou o seu boicote à Ticketmaster, construindo (literalmente) os seus próprios shows que foram posteriormente afetados por ingressos falsificados e mau tempo. Aos trancos e barrancos, a turnê foi cancelada e por fim, o caso Ticketmaster foi encerrado e as manchetes declararam que o PEARL JAM era o perdedor.


No entanto, as páginas da história foram muito mais gentis em escalá-los como a nobre banda que foi além para proteger os seus fãs.



* Self-Pollution Radio

Em janeiro de 1995, PEARL JAM estava dominando as ondas de rádio de várias maneiras, com o DJ Eddie Vedder apresentando o seu próprio programa de rádio batizado de Self-Pollution Radio.


Com transmissões especiais, a Self-Pollution Radio incluiu entrevistas com 02 performances do PEARL JAM, além de apresentações do SOUNDGARDEN, MAD SEASON, MUDHONEY e THE FASTBACKS - claro, com a estreia de uma fita-cassete de uma canção chamada "Exhausted", que era de uma nova banda chamada FOO FIGHTERS.


Confira o PEARL JAM se apresentando na Self-Pollution Radio em 1995, com a música "Corduroy" (lançada no disco "Vitalogy").


"Corduroy"


* Os Ídolos Fãs do Pearl Jam

O papel do PEARL JAM como uma força geracional unificadora no rock é grande.


Bruce Springsteen e THE WHO estão entre os seus fãs de maior perfil, mas foi em 1995 que isso foi mais claramente visto.


Além de saírem juntos em turnê, PEARL JAM e Neil Young uniram forças para gravar o brilhante álbum de Young, "Mirror Ball".

“Trabalhar com Neil Young foi surreal”, disse Stone Gossard para a revista Kerrang. “Você está lá apenas pensando: 'Ok, esse é Neil Young mesmo!’ Nós fomos lá no estúdio com ele e fizemos o melhor que pudemos!”



* Prêmio Grammy

Para muitos músicos, um prêmio Grammy seria o auge e contemplação de sua carreira - que o diga Stone Gossard, ao descobrir o seu prêmio Grammy esquecido no porão de casa e conforme é reportado no documentário PJ20.


E é por essa razão que o discurso de Eddie Vedder quando recebeu o prêmio em 1996 reverbera até hoje.


“Não sei o que isso significa, não acho que signifique nada... É assim que eu me sinto”, disse ele no vídeo abaixo que separamos para você, contemplando o prêmio do PEARL JAM de Melhor Performance de Hard Rock pela música "Spin The Black Circle".


Vedder concluiu o seu discurso: "Obrigado, eu acho..."


* A Arte do Pearl Jam

Ao lado de bandas como IRON MAIDEN e TOOL, o PEARL JAM tem sido um dos principais grupos a produzir arte inovadora em seus álbuns físicos.


Em 1996, o pacote físico do seu magnífico 4º álbum de estúdio, "No Code" (vídeo abaixo), ostentava uma colagem de 144 mini imagens polaroid interligadas que, quando desdobradas e observadas à distância, revelaram um olho.


O encarte ainda traz polaroids em formato real que vem com algumas letras das músicas no verso, sendo que as mesmas eram aleatórias de encarte para outro encarte, onde o seu amigo poderia ter fotos e letras de músicas que você não tinha.

Também é crucial destacar a contribuição de Jeff Ament para este lado da banda. Ele não apenas criou o logotipo do PEARL JAM - o bonequinho "zé-palito" - e tirou a fotografia do bode que ficou imortalizado na capa do álbum "Versus", mas trabalhando junto com seu irmão, Barry, além de Coby Schultz e Brad Klausen, eles criaram centenas de cartazes altamente colecionáveis de shows individuais e festivais do PEARL JAM.


"In My Tree" (Álbum: "No Code")


* Queremos Fazer Videoclipes?

Parte da nova abordagem anti-promoção da banda envolveu o movimento incrivelmente ousado em parar de fazer videoclipes. Na época da hegemonia global da MTV, este foi um movimento sem precedentes.


“Não tomamos uma decisão consciente de ‘não vamos mais fazer videoclipes’”, disse Stone Gossard à revista Spin anos depois. “Era mais o caso de cada vez que tínhamos a oportunidade de fazer um vídeo, todos nos olhávamos e dizíamos: ‘Queremos fazer um vídeo? Não, acho que não’”.


Fiel à sua palavra, desde o 1º disco a banda não tinha mais lançado videoclipes, até o excelente clipe animado de 1998 para a música "Do The Evolution" (5º disco, "Yield").


Detalhe: ninguém da banda aparece no clipe.


"Do The Evolution"


* Tragédia no Roskilde Festival

Foi uma tragédia que abalou o mundo da música em sua essência.


Em 30 de junho de 2000, durante a turnê do seu soturno e 6º álbum de estúdio, "Binaural", uma multidão acabou pisoteando 09 pessoas durante a apresentação do PEARL JAM no Roskilde Festival, Dinamarca.


“Foi a pior coisa que já experimentamos...”, refletiu Eddie Vedder para o radialista Howard Stern. “Eu estava tendo muita dificuldade com: ‘Por que nós?’ Sempre tentamos cuidar das pessoas, protegê-las e nos sentirmos responsáveis pela multidão o tempo todo com os preços dos ingressos e sua segurança”.


A tragédia quase quebrou o PEARL JAM...


“De alguma forma, apenas tínhamos que passar por isso”, acrescentou Vedder. “Como você faz com qualquer outra coisa, sabe? Como você faz para lidar com a morte ou qualquer uma das coisas negativas que acontecem aos seres humanos... E ainda tivemos que manter a música intacta”.



* A Velha Questão Política

Em 2002, Stone Gossard e Eddie Vedder escreveram a música "Bushleaguer" (7º disco, "Riot Act"), uma crítica amarga ao presidente americano e que foi tocada no palco com Vedder usando uma máscara com o rosto do presidente Bush.


Tudo isso acontecendo num momento em que o patriotismo nacional estava em alta após o atentado terrorista de 11 de setembro de 2001.

O resultado? O site oficial da banda, Ten Club, recebeu mensagens ameaçadoras, e moedas e algumas vaias foram arremessadas e emitidas contra eles nos palcos.


A banda não se intimidou: “Eu venho de uma formação punk rock, então, adoro essas coisas”, disse Jeff Ament à revista Kerrang em 2018. “Adoro que as pessoas fiquem bravas, chateadas e reajam. Isso é o melhor da arte que você pode obter, uma reação de alguém, seja uma reação de pura alegria ou puro ódio... Eu acho que os dois são bons”.


Não seria a última vez que um presidente americano sentiria a indignação da banda...


"Bushleaguer"


* O Baterista Matt Cameron

Quando o baterista Matt Cameron do SOUNDGARDEN se juntou ao PEARL JAM em 1998, não foi apenas um momento marcante para a história do grunge e rock alternativo, mas salvou principalmente a banda.


Depois de anos tendo um elenco giratório de bateristas, Cameron (o 5º baterista a passar pelo PEARL JAM) trouxe uma estabilidade que faltava à banda e está no grupo até hoje.


Crucialmente, ele também trouxe grandes músicas de sua autoria ao PEARL JAM, como a singular "You Are" (lançada no disco "Riot Act").


Eddie Vedder deixou escrito no encarte da coletânea de lados-b e covers do PEARL JAM, "Lost Dogs" (2003): "Matt Cameron compõe músicas e corremos atrás para encontrar os 'banquinhos' certos para chegar ao seu nível... O que vem naturalmente para ele, nos deixa com a cabeça inclinada como cães confusos que nós somos - eventualmente conseguindo entender. Nós já mencionamos que ele é o maior baterista do planeta em atividade?"


"You Are"


* Plano B

PEARL JAM nunca se repete nos shows durante as turnês - referente a ordem de setlist.


Isso porque nenhuma banda fez mais para elevar os seus lados-b e cortes profundos como eles, onde o grupo muitas vezes as tocam com a mesma regularidade dos seus maiores hinos.


Sem contar quando resolvem tocar para a surpresa de todos, algum álbum de estúdio na íntegra e na mesma ordem das músicas.


Voltando ao espectro dos lados-b, no caso da canção "Yellow Ledbetter" (ficou de fora do álbum "Ten") ela se tornou há décadas um dos seus fechamentos padrão de show - impressionante, dado que ao mainstream havia sido renegada no seu lançamento.


"Yellow Ledbetter"


* Monkeywrench Records

Em 2012, METALLICA lançou o seu próprio selo, Blackened Recordings, e foi amplamente saudado por assumir o controle total de sua arte.


Ainda assim, no final de 2004, PEARL JAM decidiu criar o seu próprio selo, Monkeywrench Records, depois do término de contrato desde 1991 com a sua super gravadora.


Depois de lançarem o seu primeiro álbum independente com o sugestivo nome "Pearl Jam" (8º disco, 2006), o grupo caminharia sozinho em toda a produção, divulgação e logística dos seus próximos álbuns de estúdio: "Backspacer" (9º disco, 2009), "Lightning Bolt" (10º disco, 2013) e "Gigaton" (11º disco, 2020).


"Life Wasted" (Álbum: "Pearl Jam")


* PJ20


Em 2011, algo extraordinário aconteceu: PEARL JAM, após anos abraçando o seu direito à privacidade, abriu os arquivos para marcar o 20º aniversário da banda.


O documentário/livro, PJ20, que estreou no Festival Internacional de Cinema de Toronto, viu o mesmo diretor do filme "Singles", Cameron Crowe, reunir 30 mil horas de filmagens e música do PEARL JAM, e tudo reforçado com novas entrevistas. Foi uma visão reveladora e alegre de um mundo que há muito estava fora do alcance dos fãs.


“Foi incrível e me sinto honrado pelo diretor Cameron Crowe ter feito isso”, disse Mike McCready numa rádio em 2013. “Sentado lá em Toronto naquela sala de cinema, foi uma grande liberação emocional para mim... Um pouco triste e difícil de assistir”.



* Rock'n Roll Hall of Fame


Em 2017, PEARL JAM foi logo de cara eleito ao Rock'n Roll Hall of Fame em seu 1º ano de elegibilidade - assim como o NIRVANA em 2014.


A história sendo contada em fatos...


Confira a performance da banda nesta cerimônia do Hall of Fame, com a música "Given to Fly" (lançada no álbum "Yield").


"Given to Fly"


* Trilhas Sonoras

PEARL JAM também deixou a sua marca na arte do cinema mais vezes do que você imagina.


A banda fez participações especiais no filme "Singles" de 1992 do diretor Cameron Crowe, e quem poderia esquecer Eddie Vedder fazendo um discurso totalmente engraçado no filme biográfico e paródico, "Walk Hard: The Dewey Cox Story"?


Além disso, muitos filmes se beneficiaram da música do PEARL JAM, incluindo "Big Fish", "Reign Over Me" e "Dead Man Walking", mais ainda com o incrível álbum solo de estreia de Eddie Vedder, "Into The Wild", que serviu como trilha sonora para o filme do diretor/ator, Sean Penn, que leva o mesmo nome e lançado em 2007.



* Fã-Clube

Nessa época cibernética de redes sociais, a própria noção de um fã-clube parece uma relíquia curiosa de uma época passada - o que não é o caso do PEARL JAM.


Desde o início, eles construíram algo mais parecido como uma comunidade viva e vibrante, do que um serviço postal sem rosto.


Lançado em 1991, ao longo dos anos o Ten Club (fã clube oficial da banda) entregou vinis exclusivos de 07 polegadas, acesso pré-venda a turnês, camisas especiais, cartazes dos shows e até a sua própria revista, chamada Deep.



* Por Que Ir Embora?

Um dos pilares sobre os quais a lenda do PEARL JAM é construída, é a preservação da santidade da experiência em assisti-los ao vivo.


Os shows frequentemente galopam além da marca de 03 horas de duração com mais de 30 canções - sendo que em Mansfield, Massachusetts, no dia 11 de julho de 2003, PEARL JAM fez uma apresentação com 45 músicas e que incluiu um set acústico completo.


“Fizemos tudo ao contrário”, brincou Jeff Ament para a revista Kerrang em 2018. “Quando tínhamos 25 anos de idade, teria sido ótimo ter 45 músicas para tocar, mas aqui estamos nós na casa dos 50 anos e tentar ficar de pé já faz parte de um processo”.


* Ativismo e Shows Beneficentes

Para o PEARL JAM, música com ativismo e shows beneficentes sempre foram inseparáveis. Eddie Vedder rabiscando "pro-choice" em seu braço durante o acústico da MTV em 1992, é apenas o exemplo mais famoso.


As suas causas variam em toda parte, desde o movimento pela Liberdade Tibetana, preservação do meio-ambiente e oceanos, até os sem-teto, onde em 2018 eles arrecadaram incríveis U$ 10,8 milhões de dólares para as pessoas mais desfavorecidas em Seattle.

* É a Evolução, Baby

Quando o PEARL JAM lançou o brilhante 1º single do álbum "Gigaton", a música "Dance of The Clairvoyants", foi uma surpresa para muitos.


Na primeira audição, confesso que não me liguei que era Matt Cameron tocando a bateria, pois jurava que era somente uma bateria eletrônica tocando. Emular uma bateria eletrônica numa bateria de verdade, é para poucos.

Além de ser outra música com Stone Gossard tocando baixo no PEARL JAM ("Smile"), onde Jeff Ament está se revezando nos teclados e guitarra.


Com 30 anos de existência, PEARL JAM ainda encontrando novas maneiras de encantar e confundir os ouvintes com uma sonoridade inédita no disco "Gigaton".


"Dance of The Clairvoyants"


* Bootlegs Oficiais

Quando o álbum "Gigaton" foi lançado em 27 de março de 2020, PEARL JAM cravou oficialmente 11 álbuns de estúdio em seu nome.


Porém, eles têm centenas de álbuns ao vivo e junto com os seus discos (físicos) ao vivo oficiais - "Live on Two Legs" (1998), "Live on Ten Legs" (2011), "Let’s Play Two" (2017), além do box set de 07 discos "Live at The Gorge" (2005/2006) - eles vêm lançando todos os seus shows como bootlegs oficiais desde a turnê do álbum "Binaural" em 2000.

* Influência

Você não vende 10 milhões de cópias somente no seu país de um único álbum ("Ten"), sem causar um impacto profundo na próxima geração global de artistas.


Como tal, a influência do PEARL JAM é sentida no trabalho de muitos artistas e bandas, de maneiras nem sempre detectadas...


* Longevidade e Perseverança

“Tentar pedir pizza para 05 pessoas numa banda já é difícil”, disse Eddie Vedder na entrevista coletiva de lançamento do documentário PJ20. “Agora, reunir 05 caras e fazer música por tanto tempo, é um milagre”.


Por trás disso está o fato preocupante de que o PEARL JAM é a única das 04 estrelas do grunge que nunca desmoronou.


“A história do PEARL JAM pega a história usual do rock e a vira de ponta-cabeça”, disse o diretor Cameron Crowe. “Normalmente, uma banda começa com uma centelha de brilho e em seguida, você tem o sucesso e a tragédia o interrompe. PEARL JAM é a tragédia superada e a alegria pela sobrevivência”.


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