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by Brunelson

Pearl Jam: por que a banda demitiu o baterista Dave Abbruzzese em 1994?


Os primeiros dias do PEARL JAM vieram com uma porta giratória de bateristas entrando e saindo do grupo.

Embora a maior parte da banda (toda a linha de frente) tenha se mantido até hoje, desde quando se uniram quase imediatamente para gravarem o álbum de estreia, "Ten" (1991), levaria anos até que eles tivessem um baterista estável lhes acompanhando, com a maioria deles saindo do grupo em poucos anos.

O 1º baterista do PEARL JAM foi Dave Krusen (1990 à 1991), que gravou a bateria no álbum "Ten". Devido a problemas com drogas, bebida e não conseguindo se comprometer com a agenda do grupo, ele seria dispensado, mas convidado pelo Rock and Roll Hall of Fame em 2017 para ser eleito junto com o grupo.



Em seu lugar entraria Matt Chamberlain (1991), que apareceria no videoclipe da música "Alive" (1º disco), mas logo pediria para sair do grupo, ao aceitar o convite para ser o baterista da banda do programa televisivo americano, Saturday Night Live.

Somente depois que Dave Abbruzzese entraria no PEARL JAM (1991 à 1994, foto), fazendo a turnê do disco "Ten" e ainda gravando a bateria nos álbuns "Versus" (2º disco, 1993) e "Vitalogy" (3º disco, 1994).

Embora eles parecessem estar em terreno seguro por um bom tempo com o baterista Dave Abbruzzese, não demoraria muito para que as tensões aumentassem em seu relacionamento.

Na época em que Abbruzzese era o baterista do PEARL JAM, ele ainda é considerado por muitos fãs o melhor que já passou pela banda, ou digamos assim, o que melhor se encaixou na sonoridade da banda, com a sua levada típica do funk rock permeando as músicas do PEARL JAM e fazendo parte da formação clássica do grupo.


Embora Abbruzzese pensasse que ingressar em uma nova e promissora banda de rock era um sonho que se tornava realidade, não demorou muito para que surgissem conflitos de personalidade entre ele e o vocalista Eddie Vedder.

Durante a gravação do álbum "Versus", Vedder não curtia o comportamento de Abbruzzese, enquanto ele tentava reproduzir o estilo de vida rockstar e extravagante em estar numa banda de rock.


E o amor de Abbruzzese por armas apareceu até nas letras da música "Glorified G", onde Vedder zomba da coleção de armas do baterista, alegando que ele precisa possuir armas para se chamar de homem (Abbruzzese teria entrado um dia no estúdio para as gravações desse disco exibindo 02 armas em suas mãos).

Embora Abbruzzese tenha escrito o riff de abertura do álbum "Versus", a canção "Go", ele teria as suas próprias lutas internas para definir as suas gravações de bateria. Depois de várias tentativas gravando a bateria para a poderosa música "Rearviewmirror", o final da última versão consiste em seu estado de espírito frustrado, já que ele pode ser ouvido jogando as baquetas pela sala nos segundos finais da gravação da mesma.



Mesmo em uma de suas entrevistas para a revista Rolling Stone, Abbruzzese afirmou ter ficado surpreso quando entrou no PEARL JAM, observando que os membros da banda não gostavam exatamente de comemorar o sucesso que obtiveram.


Enquanto a estrela do PEARL JAM continuava a crescer, Vedder imediatamente apropriou-se do controle criativo para a gravação do próximo álbum de estúdio, "Vitalogy", um disco muito mais artístico e totalmente anti-comercial, em comparação ao rock direto dos 02 primeiros álbuns.



À medida que a banda experimentava novos sons, as tensões ficaram ainda piores no estúdio, incluindo um caso em que Abbruzzese acidentalmente derrubou uma das guitarras de Vedder que foi dada a ele por Pete Townshend, guitarrista do THE WHO.

Um dos assistentes de produção do disco "Vitalogy", Adam Kasper (que futuramente iria trabalhar com o PEARL JAM em outros discos) se lembrou de Vedder dando passos para empurrar Abbruzzese um pouco mais longe de suas guitarras, relembrando: “Dave Abbruzzese era um músico muito mais 'estiloso' sonoramente falando e Eddie Vedder gostava mais de um som cru".

Realmente, é fato que a sonoridade do PEARL JAM de suas músicas quebraceiras foram sofrendo metamorfoses no decorrer do tempo, saindo do funk rock para o punk rock.

Uma vez que as sessões de gravação ficaram mais envolventes para o álbum "Vitalogy", ficou claro que o estilo de Abbruzzese não estava mais combinando com o que a banda queria para si (além de Abbruzzese querer os holofotes da mídia), então, o PEARL JAM trouxe um novo baterista na época, Jack Irons (1º baterista do RED HOT CHILI PEPPERS), onde ele chegou a gravar a bateria para somente 01 música do disco "Vitalogy" e faria a turnê do mesmo, ainda gravando a bateria para os álbuns "No Code" (4º disco, 1996) e "Yield" (5º disco, 1998), demonstrando toda a sua técnica singular e levada tribal que é só dele.


Porém, devido a problemas de saúde mental (bi-polar) e física (inflamação nos tendões dos braços), Irons pediu para sair da banda em 1998 e foi quando eles chamaram Matt Cameron, já que o SOUNDGARDEN estava separado naquela época.

Cameron é o baterista que mais permaneceu no PEARL JAM de todos que passaram, sendo que ele já gravou 06 álbuns de estúdio como baterista do PEARL JAM - e contando...


Viver profissionalmente em uma banda de rock é um dos empregos mais difíceis de conseguir e se manter - e não me refiro somente ao lado comercial. Às vezes não é só o lado musical que pode garantir a permanência de algum membro na banda. O lado pessoal, psicológico, objetivos próprios, relacionamentos e a maneira de como executar uma ação em conjunto, também contam muito...







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