Pearl Jam: resenha do álbum "Dark Matter" pela revista New Music Express
PEARL JAM está lançando hoje (19/04/2024) seu 12º álbum de estúdio, "Dark Matter".
Confira a resenha que a revista britânica New Music Express fez sobre o disco, concedendo 04 estrelas em um total de 05:
É um dos seus trabalhos mais fortes em seu passado recente.
Os veteranos do grunge retornam às suas raízes mais pesadas e experimentam novos caminhos sonoros depois de anos tocando no modo "seguro".
Após 33 anos e 12 álbuns de estúdio, os fãs do PEARL JAM seriam perdoados por pensar que já sabem exatamente o que esperar da banda em seu novo disco, "Dark Matter".
Desde dominar a cena do rock dos anos 90 com seu sucesso 13 vezes Disco de Platina, o álbum "Ten" (1º disco, 1991), até uma passagem intermediária nos anos 2000 com álbuns tristes e sem brilho como "Binaural" (6º disco, 2000) e "Pearl Jam" (8º disco, 2006), parecia que até agora em 2024 o apogeu da banda tinha ficado no passado.
No entanto, com o disco "Dark Matter" – seu primeiro álbum desde "Gigaton" (11º disco, 2020) – Eddie Vedder e companhia provam que ainda possuem algumas surpresas na manga.
Desde o início, os ícones do grunge entregam alguns de seus trabalhos mais contundentes dos últimos anos, lançando músicas explosivas como "Scared of Fear" e "React, Respond", que não são diferentes de clássicos lançados nos álbuns "Versus" (2º disco, 1993) e "Vitalogy" (3º disco, 1994). Porém, eles não apenas se aventuraram de volta às suas raízes, mas também combinaram isso com suas décadas de experiência.
Em nenhum lugar esse refinamento é melhor apresentado do que na faixa-título. Além de entregar o mesmo golpe arrebatador de energia que primeiro colocou o PEARL JAM em cena, também mostra o virtuosismo instrumental do baixista Jeff Ament e do guitarrista Mike McCready, enquanto os dois brincam divertidamente com suas dinâmicas e mostram alguma ostentação dificilmente vista.
Sim, o que mais se destaca no disco "Dark Matter" é a capacidade do PEARL JAM de ainda deixar escapar coisa boa depois de 33 anos, no entanto, esse é um movimento ousado que nem sempre compensa. Embora as canções mencionadas até aqui se destaquem como alguns dos momentos mais fortes do álbum, adições posteriores como a música "Running" parecem fracassar, à medida que um turbilhão de letras e riffs pesados chegam em substituição à substância.
Isso não quer dizer que os membros tenham virado as costas à sua evolução musical, já que uma grande parte do disco ainda presta homenagem ao seu estilo mais recente com sabor de blues. As músicas "Wreckage", "Won't Tell" e "Something Special", estão no reino dos álbuns mais recentes do grupo, como "Lightning Bolt" (10º disco, 2013), adotando uma abordagem despojada, quase country, enquanto Vedder apresenta seus vocais característicos acima do topo.
No entanto, escondida na 2ª metade do álbum, uma mudança interessante é introduzida na forma da experimental canção, "Upper Hand", e da emocionalmente rica música "Setting Sun". Aqui, a banda não apenas prova que está em sua melhor forma musical, mas as letras de Vedder possuem o poder de levá-la ao próximo nível.
“Eu tinha o sonho de que você ficaria comigo até o reino chegar / Acontece que foi mais como atropelar e fugir / Eu sou o único que aguenta?” ele questiona nas letras da canção "Setting Sun", à medida que o álbum chega ao fim - uma letra que parece particularmente pesada, dado o destino trágico que seguiu os vocalistas da cena grunge.
Para aqueles que desejam as composições carismáticas que colocaram a banda no mapa pela 1ª vez há mais de 03 décadas, o álbum "Dark Matter" será uma agradável surpresa. Não apenas mostra o PEARL JAM recuperando o charme que os tornou uma força a ser reconhecida em 1991, mas também vem junto com algumas de suas musicalidades mais impressionantes até então, bem como uma determinação de correr riscos depois de anos tocando no modo "seguro".
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