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by Brunelson

Pete Townshend: admitindo que foi convidado a ajudar Kurt Cobain em 1993


O falecido frontman do NIRVANA, Kurt Cobain, está entre os nomes mais icônicos da história do rock graças ao seu trabalho inovador no final dos anos 80 e início dos anos 90, trazendo a música grunge para a vanguarda do rock popular. Também se ganha bastante destaque devido a sua morte chocante e prematura em Abril de 1994.

Tal como as de Jimi Hendrix, Jim Morrison, Janis Joplin, Andrew Wood, Layne Staley, Chris Cornell, Amy Winehouse e tantos outros, a morte de Cobain foi atribuída a uma relação prejudicial com as drogas (lícitas ou ilícitas).


Uma dependência crescente em heroína agravada pela luta contra os holofotes, fez com que Cobain se voltasse contra si mesmo. Infelizmente, o criativo Cobain de 27 anos de idade sentiu que não tinha ninguém a quem recorrer e sem nenhuma esperança para o futuro.


No período que antecedeu ao falecimento de Cobain, várias figuras notáveis e amigos da indústria musical tomaram conhecimento do seu estado precário de saúde mental, incluindo Michael Stipe (vocalista do R.E.M), Neil Young e Pete Townshend (guitarrista do THE WHO).


“Quando Cobain estava em sérios apuros com o vício em heroína em 1993”, disse Townshend ao jornal britânico The Guardian em 2002, “eu visitava New York regularmente por causa da minha própria história de abuso infantil, a peça 'Tommy', que chegou à Broadway. Conheci Michael Azerrad, jornalista que escreveu a biografia do NIRVANA, 'Come as You Are: The Story of Nirvana'. Azerrad perguntou se eu poderia entrar em contato com Cobain que corria constante risco de overdose. Infelizmente, eu tinha escolhido o ano de 1993 para dar outra 'chance' à bebida depois de 11 anos sóbrio. Quando Azerrad se aproximou de mim, eu não estava bêbado nem antipático, mas não fiz o julgamento necessário que faria hoje de que uma intervenção imediata era necessária para salvar a vida de Cobain”.


Embora tenha evitado as drogas durante a maior parte de sua juventude antes de formar o THE WHO, Townshend sofreu de alcoolismo no final dos anos 60 e início dos anos 70. Após a morte do baterista do THE WHO em 1978, ele entrou em um período de dependência em heroína, do qual felizmente se recuperou. No entanto, assim como Cobain, Townshend também teve sua cota de situações difíceis.


Em outra entrevista para o jornal irlandês The Irish Times em 2019, Townshend relembrou uma noite com Phil Lynott na década de 80 (vocalista/baixista do THIN LIZZY) quando teve uma overdose de heroína: “Certa vez, tivemos uma ótima noite no Club For Heroes do promotor de shows, Steve Strange, em Londres, com pessoas como Paul Weller e Chrissy Wood, ex-esposa de Ronnie Wood”, disse Townshend. “Acordei no banheiro com uma agulha no braço e Phil parado ali, olhando pra mim enquanto estava desmaiado”.


“Sabe qual foi a minha grande decepção? Que eu não estava na primeira página do jornal no dia seguinte. Eu estava em um clube com Paul Weller e Phil Lynott, e foi a única vez na minha vida que tive uma overdose e ninguém sabia”, refletiu Townshend.


Voltando para a entrevista ao jornal The Guardian, Townshend foi solicitado a falar sobre os diários de Kurt Cobain que estavam sendo publicados na época: “É desesperadamente triste pra mim sentar aqui, aos 57 anos de idade, e contemplar quão frequentemente é um desperdício as mortes daqueles que trabalham na indústria do rock. Já achamos muito difícil salvar os nossos entes queridos, mas devemos assumir a responsabilidade pelo fato de que a mensagem que se envia aos fãs de mortes como a de Cobain, é que é de alguma forma heroica gritar com o mundo, quebrar uma guitarra, esmagá-la e depois ter uma overdose".


Assim como Neil Young, Pete Townshend também foi citado com referências líricas na carta de despedida de Cobain e na sua entrevista ele finalizou, concedendo sua opinião sobre terem liberado os diários de Cobain ao público: “Os rabiscos de um viciado em drogas enlouquecido e deprimido em meio aqueles de nós que passamos por clínicas de reabilitação, só descrevo isso como pensamentos fedorentos. Publicar seus diários foi um exercício desprezível de necrofilia sensacionalista do rock”.






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