Pink Floyd: a clássica música que tiveram que refazer toda a gravação antes de ser lançada
Todo artista que entra no estúdio precisa trazer seu melhor jogo.
Para quem tem um orçamento curto, quando chega na hora de entrar no estúdio para gravar um álbum as músicas já devem estar prontas e muito bem ensaiadas, para que não percam tempo e dinheiro. Mas para gigantes da música como o PINK FLOYD ficar improvisando no estúdio e fazendo várias mudanças na sua música em jam sessions, é algo permitido.
Mas às vezes, quanto mais o grupo fica nessa incerteza, menos pacientes alguns membros da banda podem ficar e se perguntando o que você realmente está tentando fazer.
Tendo gravado um álbum como "The Dark Side of The Moon" (8º disco, 1973), a banda não iria simplesmente se render e fazer algo meramente decente para seu sucessor. PINK FLOYD era agora um dos maiores artistas do mundo e ainda assim eles se sentiam vazios por dentro, sabendo que uma pessoa importante não estava lá para compartilhar a glória junto com eles.
O vocalista/guitarrista/compositor original do PINK FLOYD, Syd Barrett, foi dispensado do grupo em 1968, e quando chegou a hora do grupo gravar a música "Shine on You Crazy Diamond", não havia como negar que Barrett foi a inspiração por trás desta canção - além de entrevistas dos próprios membros do PINK FLOYD.
Lançada no álbum "Wish You Were Here" (9º disco, 1975), que por si só é uma carta de amor ao amigo caído da banda, essa música foi dividida em 02 obras, onde eles colocaram uma para abrir e a outra para fechar o disco, mais parecendo que a banda está tentando capturar o espírito de Barrett e tentando contar sua história completa. Você percebe o lado psicodélico e brincalhão dele, seu colapso mental em drogas psicodélicas e como foi para a banda ter que dispensa-lo.
Mas depois que eles entraram bem no processo de gravação dessa obra de arte, David Gilmour (vocalista/guitarrista) disse que chegou uma hora que eles perceberam que não poderiam usar mais da metade do que já tinham gravado.
Em entrevista para o site Guitarist, Gilmour lembrou-se de terem apagado a maior parte da música por causa de quanto reverb foi trabalhado na faixa final, dizendo: “Nós não percebemos isso por um tempo. Continuamos trabalhando nela porque sempre pensávamos: ‘Bem, isso é apenas o reverb’. Mas então, chegou uma hora em que tentamos nos livrar disso, tentamos matar o reverb e não conseguimos. Acho que acabamos refazendo toda a faixa básica da bateria, baixo e toda a guitarra para a canção ‘Shine on You Crazy Diamond’”.
Na gravação lançada ainda há uma quantidade saudável de reverb nela, mas certamente não quanto estava na gravação anterior que Gilmour sugeriu. É apenas aquela viagem em uma névoa mental, antes de Gilmour entrar com suas notas mágicas que soam como memórias sendo desbloqueadas.
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