Pink Floyd: "esse disco é para os fãs hardcore da banda", disse David Gilmour
Qualquer álbum do PINK FLOYD geralmente é sobre a jornada, e não sobre singles de sucesso.
Embora seja ótimo para alguém ter um álbum nas paradas e se sair bem, David Gilmour (vocalista/guitarrista) sempre se orgulhou da ideia de escrever músicas que fossem mais cerebrais do que a maioria do mundo do rock tinha a oferecer. Esse tipo de jornada exige muita paciência e apesar de encerrar a carreira do PINK FLOYD com o álbum "The Endless River" (15º disco, 2014), Gilmour pensou que o canto do cisne da banda só atrairia os verdadeiros fãs do PINK FLOYD.
Nos anos que antecederam o lançamento desse álbum, Gilmour não tinha interesse algum em gravar novos discos do PINK FLOYD. O álbum anterior, "The Division Bell" (14º disco, 1994), datava do início dos anos 90, mas o tempo é o senhor da razão e faz os nossos corações ficarem mais afeiçoados, onde o impensável aconteceu quando Roger Waters (vocalista/baixista) se juntou ao grupo novamente para um show único no Live 8 em 2005, mostrando ao mundo a formação clássica do PINK FLOYD em pleno século atual.
E com o falecimento do tecladista Richard Wright em 2008, o álbum "The Endless River" surgiu como uma homenagem a Wright, onde Gilmour (com somente o baterista Nick Mason da formação clássica) utilizou gravações de palavras faladas e partes do teclado de Wright nas gravações, pensando que seria diplomático gravar outro disco centrado no que o pianista da banda lhes deu.
Por outro lado, apenas um punhado de músicas eram realmente completamente novas. Ao trabalhar no álbum, Gilmour começou a reunir material das sessões que ficaram de fora do disco "The Division Bell".
E por 02 décadas antes, Gilmour já tinha a opinião que a maior parte do material que acabou sendo resgatado das sessões dos anos 90 para ser incluído no álbum "The Endless River", era destinado aos fanáticos fãs do PINK FLOYD, dizendo uma vez em entrevista na época do seu lançamento: “Tínhamos muitas fitas gravadas de jams sessions e coisas que improvisávamos no estúdio quando estávamos gravando o disco 'The Division Bell' em 1993. Elas são bem legais e pensava já naquela época que algum dia talvez elas poderiam ser lançadas. Elas seriam apenas para os grandes fãs da banda, pois são jams muito sérias, tipo, você teria que ser um fã hardcore do PINK FLOYD para se interessar”.
Embora o espírito do PINK FLOYD esteja no álbum "The Endless River" sempre que os teclados de Wright podem ser ouvidos (mesmo sem a presença de Roger Waters), muito desse disco está mais na linha da música ambiente e não era mesmo sobre fazer um grande espetáculo, mas sim, sobre prestar homenagem a um amigo.
E contanto que capturasse o que fez de Wright um músico incrível, isto seria mais do que suficiente.
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