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by Brunelson

Pink Floyd: Top 10 músicas do tecladista Richard Wright


PINK FLOYD é uma banda de rock que foi construída sobre as bases de noções musicais profundamente metódicas e fundamentos revestidos de arte teórica.


E enquanto Roger Waters se tornaria o narrador oratório da banda e David Gilmour o pintor imaginário adicionando floreios onde fosse necessário, o tecladista Richard Wright garantiu que o PINK FLOYD tivesse um terreno sólido para construir a sua atmosfera.

É da educação e do conhecimento de Wright que o grupo surgiu e resolvemos homenagear esse grande tecladista revisitando somente 10 canções que ele ajudou a compor para o PINK FLOYD.

Embora nem todas as músicas que separamos tenham sido compostas unicamente pelo falecido Richard Wright, o seu ouvido especialista em composição orquestral garantiu que ele fosse parte integrante de muitas das canções do PINK FLOYD.

PINK FLOYD costuma ser rotulado como uma banda de rock progressivo, talvez adicionando peso a essa noção seja a sua concepção musical. O estilo de rock progressivo da banda foi fundado em uma musicalidade suprema e na determinação de criar e evoluir, onde muito desse impulso intelectual veio da explosão criativa de quando estudavam juntos na Regent Street Polytechnic.


Foi lá que o baterista Nick Mason, o vocalista/baixista Roger Waters e Richard Wright, se conheceram e fundaram a banda que se tornaria o PINK FLOYD - com a adição do vocalista/guitarrista David Gilmour alguns anos depois.

“É difícil não exagerar sobre a importância de sua voz musical para o PINK FLOYD nos anos 60 e 70”, disse Waters sobre Wright em um comunicado após a sua triste morte em 2008.

“Ele era o meu parceiro musical e meu amigo”, disse Gilmour na mesma época. “Na confusão das conversas sobre quem ou o quê era o PINK FLOYD, a enorme contribuição de Wright era frequentemente esquecida”.

Abaixo, estamos garantindo que isso não aconteça hoje, pois iremos lembrar do tecladista Richard Wright com 10 músicas que ele ajudou a criar para o PINK FLOYD.

Lembrando que a lista não está em ordem qualitativa e não separamos as 10 melhores canções de Wright, somente abrindo o leque para mostrar toda a sua musicalidade, criatividade e viagem sonora do seu trabalho:

Música: "Paint Box"

Álbum: "Relics" (coletânea, 1971)


Uma coisa que Wright foi capaz de fazer melhor do que a maioria dos seus colegas de banda, foi produzir um trabalho habilmente banhado na arte da sutileza.


Esta canção foi lançada originalmente como um lado-b do vocalista original e líder fundador do PINK FLOYD, Syd Barrett, no single de "Apples and Oranges".

A música iria aparecer mais tarde como parte do álbum de coletâneas do PINK FLOYD, "Relics", e é uma peça arquetípica da capacidade incandescente de Wright de criar psicodelia sombria, desta vez relembrando uma noite bêbada sentindo-se isolado, mas ainda assim cantando por aí...


Música: "The Great Gig in The Sky"

Álbum: "The Dark Side of The Moon" (8º disco, 1973)


Talvez uma das composições mais famosas de Wright seja também uma das melhores canções do PINK FLOYD. Construído a partir de um piano perfeito, "The Great Gig in The Sky" é uma música delicada e terna. Embora a canção seja decisivamente uma das melhores de Wright, a música depende em grande parte do desempenho vocal da mesma.

A canção é corretamente considerada um pedaço da história do PINK FLOYD e simplesmente não teria chegado a lugar nenhum sem Richard Wright à bordo. Um dos momentos brilhantes do épico álbum da banda, "The Dark Side of The Moon", seria o teclado de Wright que torna esta música o que ela realmente é.


Música: "Pow R. Toc H."

Álbum: "The Piper at The Gates of Dawn" (1º disco, 1967)

Quando o PINK FLOYD estava gravando o seu álbum inspirador de estreia, "The Piper at The Gates of Dawn", a banda foi contratada pela EMI Records e recebeu um tratamento especial extra - eles puderam assistir a maior banda do mundo, os BEATLES, gravando a música "Lovely Rita" no estúdio. A criatividade desta canção inspiraria o PINK FLOYD a fazer o seu próprio trabalho experimental.

A primeira das duas músicas instrumentais desse disco, "Pow R. Toc H.", mostra que a experimentação veio à tona. A melodia principal da canção vem da improvisação de Wright tocando o piano antes de passar para uma boa e velha sessão de jam no órgão.

É o jazzista sentindo as suas raízes.


Música: "Interstellar Overdrive"

Álbum: "The Piper at The Gates of Dawn" (1º disco, 1967)

Pode parecer óbvio sempre conectar o PINK FLOYD com acid rock e psicodelia, afinal, na maior parte, a banda estava na vanguarda da cena.


No entanto, um dos seus mergulhos mais deliberados no mundo tecnicolor da psique humana surgiu na canção "Interstellar Overdrive".

Apresentada em seu álbum de estreia, a canção possui créditos de composição de todos os membros da banda enquanto eles quebram uma expressão de jazz rock de forma livre por 10 minutos.


É o tipo de estilo que eles transformariam em rock progressivo e é sustentado pelo talento e capacidade de Wright de explorar o seu instrumento melhor do que ninguém. A música seria fortemente tocada nos shows e muitas vezes acabava ocupando metade de tempo dos setlists.


Música: "Wearing The Inside Out"

Álbum: "The Division Bell" (14º disco, 1994)

Quando o PINK FLOYD finalmente voltou à tona com o álbum "The Division Bell", um disco que David Gilmour chamaria de um dos seus favoritos, Wright estava em ótima forma.


Claro, o tempo tinha passado e o PINK FLOYD certamente não era a mesma entidade que eram durante o seu apogeu experimental, mas na canção "Wearing The Inside Out", Wright oferece um grande sucesso.

O próprio Wright estava fora de ação há ainda mais tempo. As suas contribuições para a obra-prima de Roger Waters, o álbum "The Wall" (11º disco, 1979), foram mínimas e ele esteve ausente nas gravações do álbum "The Final Cut" (12º disco, 1983) e mal pronunciou uma nota no álbum "A Momentary Lapse of Reason" (13º disco, 1987), o que significa que esse retorno foi calorosamente recebido e inesperado.


Música: "See Saw"

Álbum: "A Saucerful of Secrets" (2º disco, 1968)

Uma das canções originais de Wright neste 2º álbum do PINK FLOYD, "A Saucerful of Secrets", oferece o seu talento peso-pesado para todos verem.


Isso permitiu que Wright assumisse o comando e fornecesse não apenas a melodia com o seu trabalho ao piano, mas também se tornasse o compositor e vocalista dessa música.

Além de assumir os vocais, algo em que Wright era incrivelmente talentoso, ele também se tornou o multi-instrumentista da banda enquanto tocou nesta música o piano, órgão, xilofone e um melotron. Tudo isso junto para criar um som mais leve do que o ar deixando o seu vocal brilhar.


Música: "Us and Them"

Álbum: "The Dark Side of The Moon" (8º disco, 1973)

Embora David Gilmour possa ter assumido as funções vocais nesta canção e com isso o elogio do público, foi na verdade Wright quem começou essa música.


Ele começou a escrevê-la enquanto trabalhava no filme de 1969, "Zabriskie Point", e a trouxe de volta à banda para que eles pudessem trabalhar como uma unidade nesta nova canção.

Naturalmente, o grupo estava bem equipado para promover o tema de isolamento com o lirismo de Roger Waters parecendo particularmente sintonizado com essa noção. Isso significava que a música se encaixava perfeitamente no álbum "The Dark Side of The Moon" e se tornou parte integrante do motivo pelo qual o disco teve um desempenho tão bom.

Com as bases que Wright estabeleceu, a música sempre seria um sucesso.


Música: "Summer’ 68"

Álbum: "Atom Heart Mother" (5º disco, 1970)

Uma das canções mais curiosas do arsenal de Wright o vê em sua forma mais ambiciosa.


A música "Summer’ 68" assumiu a sua parte no lado-b do álbum "Atom Heart Mother", enquanto cada membro da banda defendia a inclusão de uma de suas canções no disco para ajudar a equilibrar o álbum como um todo.

Enquanto Waters e Gilmour forneciam as suas bases de forma natural, Wright optou por empurrar as coisas ainda mais longe. Ele trouxe um enorme conjunto para a música, incluindo grandes seções de metais, enfeites de piano por toda a música e com as letras melancólicas de Wright acreditando no tom otimista da melodia.

A canção vê Wright refletindo sobre a sua vida até aquele momento, focando particularmente na vida em turnês na estrada, onde parte da letra diz: “Os meus amigos estão deitados ao sol / Eu queria estar lá / Amanhã traz outra cidade / Outra garota como você”.


Música: "Echoes"

Álbum: "Meddle" (6º disco, 1971)

Não há muito sobre a canção "Echoes" que ainda não tenha sido falado.


O álbum "Meddle" é o disco da sorte por incluir uma música de 23 minutos que ocupa todo o lado-b deste álbum e embora seja repleto de alegrias instrumentais, Wright assume a liderança com um solo de órgão simplesmente de tirar o fôlego.

Melodicamente, Wright é brilhante como sempre nessa música, mas a verdadeira razão pela qual está incluído em nossa lista, é por causa do relacionamento que mostra em seus vocais fazendo um dos duetos mais memoráveis na história do rock com David Gilmour.

Com Wright se juntando a Gilmour, a dupla mistura os seus tons sem esforço nenhum para criar um híbrido digno do seu tempo.


“A mistura das suas vozes e com as minhas vozes e a nossa telepatia musical”, disse Gilmour sobre Wright em seu elogio ao falecido amigo, “alcançou o seu primeiro grande florescimento em 1971 na canção 'Echoes’”.


Música: "Shine On You Crazy Diamond"

Álbum: "Wish You Were Here" (9º disco, 1975)

Você não encontrará muitas pessoas que contestem "Shine On You Crazy Diamond" como algo além de uma das melhores músicas do PINK FLOYD.


A composição é amplamente considerada feita com o melhor da banda e dá as boas-vindas ao grupo fazendo o que faz de melhor em forma coletiva: combinando, fundindo e geralmente experimentando novas sonoridades.

Escrita em homenagem a Syd Barrett, o co-compositor da música, Wright, faz um bom trabalho ao dominar os procedimentos enquanto se torna liberal com o sintetizador Moog e começa a abrir o seu nicho na banda. Ele não apenas usa o Moog, também abrindo espaço para o piano e um Hohner Clavinet.

É um dos projetos verdadeiramente colaborativos do PINK FLOYD no qual podemos ver outra face verdadeira de Richard Wright.


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