Pink Floyd: o álbum que Roger Waters falou que “não foi muito divertido de gravar"
O atrito estava sempre próximo com o grupo britânico PINK FLOYD, já que o temperamento inabalável de Roger Waters (vocalista/baixista) irritava seus companheiros de banda.
Os membros não compartilhavam mais a mesma visão criativa de Waters, prejudicando significativamente seu prazer com a música quando ele foi gravar seu último álbum de estúdio com o grupo, "The Final Cut" (12º disco, 1983).
Na década de 70, o PINK FLOYD estava no topo da montanha após o lançamento do álbum "The Dark Side of The Moon" (8º disco, 1973) que liderou os rankings nos EUA. Eles operaram inteiramente em seus próprios termos, produzindo álbuns que alteraram a mente dos ouvintes e que consistentemente ajudaram a redefinir o formato de um disco adicionando novas dimensões ao seu som.
No entanto, suas crescentes exigências entraram em conflito com Waters, que era o seu líder de fato após a dispensa de Syd Barrett em 1968 (vocalista/guitarrista/compositor original). Com isso, o disco "The Final Cut" foi essencialmente um álbum solo com Waters escrevendo todas as músicas, o que frustrou ainda mais seus companheiros de banda.
Waters escreveu esse álbum profundamente pessoal sobre o estado da Grã-Bretanha sob a governança da 1ª Ministra, Margaret Thatcher, que ele sentiu ter decepcionado pessoas como seu próprio pai, que morreu lutando na 2ª Guerra Mundial: “Acho que pessoalmente posso tê-lo traído, porque não conseguimos melhorar muito as coisas em nosso governo atual, onde os ciclos econômicos dominam tudo", disse Waters sobre o tema lírico desse disco.
Ele falou também que a experiência de gravação no estúdio desse álbum foi particularmente manchada por David Gilmour (vocalista/guitarrista), que ele sentiu apenas contribuindo com energia negativa para as sessões.
Durante uma sessão de perguntas e respostas em sua página no YouTube, Waters afirmou: “O último disco que gravei com eles foi 'The Final Cut', que foi em 1983, ou seja, há 40 anos atrás. Aquele álbum não foi muito divertido de gravar, porque tudo que eu sabia naquele momento era o nome dele (David Gilmour), com ele sentado no fundo da sala da mesa de som jogando Donkey Kong e me dizendo que monte de merda era aquilo que eu estava tocando... Então, foi difícil".
Olhando para trás para a carreira da banda, Waters foi perguntado qual o seu disco preferido entre o período dos álbuns "The Dark Side of The Moon" até "The Final Cut", com ele refletindo: “Todos esses discos foram exigentes e interessantes, porque nesse período eu estava escrevendo bastante e estava gostando muito do processo de composição e gravação das músicas, então, eu não tenho um álbum preferido".
Durante uma entrevista em 2000, Gilmour explicou a sua versão de como foram as sessões de gravação do disco "The Final Cut", concluindo: “Houve todo o tipo de discussões sobre questões políticas e eu não compartilhava das opiniões políticas dele, mas eu nunca, nunca quis impedi-lo de expressar sua história para o álbum 'The Final Cut'. Eu apenas não achei que parte daquela música estivesse à altura”.
O disco "The Final Cut" provou ser o fim do caminho para o PINK FLOYD com sua formação clássica, que era incapaz de funcionar como uma banda normal. Para a saúde de todos, alguém tinha que ceder e neste caso, Waters resolveu sair do grupo.
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