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by Brunelson

Pink Floyd: o momento de pior período na carreira, segundo David Gilmour


Nos anos que se seguiram ao capítulo mais frutífero do PINK FLOYD na década de 70, David Gilmour (vocalista/guitarrista) teve muito tempo para refletir.


A banda britânica possui uma das histórias mais fascinantes na história da música rock, apresentando um arco criativo distinto que os levaria a gravar obras-primas e algumas falhas ao longo do caminho - nas palavras dos próprios membros do grupo.

Juntos, a formação clássica do PINK FLOYD com Gilmour, Roger Waters (vocalista/baixista), Richard Wright (tecladista) e Nick Mason (baterista), atingiria alturas que apenas alguns podem afirmar ter alcançado. Após um período de experimentação e realinhamento com a saída em 1968 do vocalista/guitarrista/compositor original, Syd Barrett, o quarteto aproximou-se cada vez mais da sua visão criativa definitiva no início da nova década.


Essa jornada culminou em álbuns que definiram uma era, como "The Dark Side of The Moon" (8º disco, 1973) e "Wish You Were Here" (9º disco, 1975).

Como acontece com todo grupo que experimenta um sucesso tão monumental, as coisas começariam a se complicar para o PINK FLOYD. Uma série de fatores os separou e durante esse período, Roger Waters tornou-se cada vez mais atomizado em relação aos seus companheiros de banda e assumiria um controle mais ditatorial sobre os procedimentos criativos. Essa mudança de poder culminaria com a dispensa do tecladista Richard Wright durante a gravação do álbum "The Wall" (11º disco, 1979) e com Gilmour e Waters iniciando uma rivalidade que continua até hoje.


O processo de gravação do álbum "The Wall" foi um ponto de virada muito importante para o PINK FLOYD que até apresentaria a última música que a consequente parceria de composição de Gilmour e Waters escreveriam juntos, "Comfortably Numb". No entanto, apesar da natureza magistral desta icônica canção, a sua criação ainda foi marcada por intenso atrito que sinalizou o fim da formação clássica.

Ao ser entrevistado uma vez pelo jornal italiano, La Repubblica, David Gilmour refletiu sobre o seu tempo com o PINK FLOYD e a criação do disco "The Wall". Ele afirmou que o sucesso do álbum "The Dark Side of The Moon": “Corrompeu a banda e levou ao seu pior período”.

Questionado pelo jornalista se ele sabia que o PINK FLOYD iria “mudar o rock para sempre” quando estavam gravando o disco "The Dark Side of The Moon", Gilmour respondeu que o grupo estava realmente ciente da importância desse álbum: “Éramos fortes e arrogantes. Você geralmente responde que não, que não estávamos cientes disso, mas em vez disso, eu digo que sim, estávamos cientes disso. Compreendemos que estávamos fazendo algo que mudaria as nossas vidas e o mundo ao nosso redor”.

Ao ser perguntado se este período se referia somente a “muito dinheiro”, Gilmour deu uma resposta muito autoconsciente. Ele afirmou que o grupo mudou porque as finanças desempenharam um papel significativo: “Ah, sim, fomos corrompidos. Corrompidos porque, por um tempo, pensamos que poderíamos fazer qualquer coisa, pois o dinheiro consome algo dentro de você”.

Gilmour acreditava que o PINK FLOYD “se levantou” até o lançamento do álbum "Animals" (10º disco, 1977), mas então os problemas se aprofundaram muito mais, com a vida pessoal de cada um da banda afetada tão severamente que o grupo simplesmente implodiu.

Gilmour finalizou: “Por causa do veneno ao fato de sermos corrompidos, explodimos. Cada um de nós explodiu à sua maneira e durante o disco 'The Wall' esse foi o nosso pior período na carreira, porque havíamos perdido o sentido do nosso trabalho em comunhão”.









































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